Vai ser sofrido!
Todas às terças-feiras não começo o dia sem lê-lo em seu comentário no jornal Valor Econômico”, sem dúvida, desde o fim da Gazeta, é a única publicação “quase diária” que não pode deixar de ser lida por quem pensa esse país.
(Brasília-DF) Alguém tem dúvida que o senhor Delfim Neto é um representante do chamado establishment nacional?! Acho que não.
Todas às terças-feiras não começo o dia sem lê-lo em seu comentário no jornal "Valor Econômico”, sem dúvida, desde o fim da "Gazeta", é a única publicação “quase diária” que não pode deixar de ser lida por quem pensa esse país. Todo o resto pode ser adiado, sem petulância, creio! Nesse final de semana, ele deu uma entrevista ao “Estadão“ em que afirma que a Presidenta Dilma é antes de tudo uma trapalhona. De fato! Ele destacou que impeachment é uma saída constitucional possível, mas tem que ser bem provada a responsabilidade de crime e que estamos destinados a levar essa conta até 2018.
Como um jornalista que cuida de política a partir de Brasília, mas focado em questões regionais, especialmente o Nordeste, me aborreceu profundamente o primeiro governo Dilma pelo fato dela ter feito apostas, não ações orquestradas, para o Nordeste. Apesar da formação na PUC onde Celso Furtado fez sucesso, ela preferiu fazer uma aposta que Delfim Neto colocou muito clara ao País ainda nos Anos 70: vamos aumentar o bolo para depois repartir. Lula, mesmo com seus “dedazos”(apontava para onde) de desenvolvimento regional, fez muito nesta área de desenvolvimento. Muitos podem dizer que foi capenga, mas fez. Dilma ao manter as políticas anti-cíclicas ao final de 2011 e 2012 aplicou o mesmo de Delfim nos Anos 70. Aumentar o bolo para depois dividir. Não era o caso. Naqueles anos se queria o crescimento econômico de qualquer jeito após a segunda crise do petróleo.
Passada a crise de 2008/2009, que foi maior que a crise do petróleo dos anos 70, que Lula se saiu muito bem, foi dada a ela a oportunidade de fazer muito mais. Não conseguiu. Delfim se afastou do primeiro governo Dilma, claramente, após ser um dos conselheiros de Lula durante boa parte dos bons anos do presidente de honra do PT. Lula, hábil, conversava sempre com Delfim e depois bebia na fonte de Luiz Gonzaga Beluzzo, o oposto do ex-todo poderoso ministro dos anos do Milagre Brasileiro.
Dilma de fato me assustou nas opções que fez para o Nordeste. A região é a única que tem um território que lhe une, o Semi árido. No Norte, tem a Amazônia, mas a Zona Franca de Manaus serviu para dividir aquela gente. No Nordeste, temos um grupo de cinco a seis empresas públicas que podem agir em concerto. Ela não empreendeu essa missão. Trocou as pernas pelas mãos. Fez tudo errado, da nova Sudene, passando pelo Dnocs, Chesf, BNB, Eletronorte e Codevasf. Sem contar a roubalheira na Petrobras nordestina. Um fiasco, mas mesmo assim teve uma votação de reeleição estrondosa no Nordeste. Quem erra e continua ganhando acredita que está fazendo tudo certo, diz-se. Eu não me contentei com tanta patuscada.
Delfim, nesse final de semana, foi precioso. Dilma é uma patusca, não está preparada para este país mas vamos ter que lidar com isso até 2018!
Por Genésio Araújo Jr
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