Aviso aos tucanos: o Brasil mudou!
A coluna de Genésio Araújo Junior é editada todos os domingos neste espaço
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(Brasília-DF) Costumava-se dizer no Brasil que o ano só começa depois do Carnaval.
Muita coisa não muda em nosso país, no entanto tem certas coisas que mudam, sim!
Tinha gente que dizia que a inflação não acabaria. O Brasil é tão jeitoso para lidar com as coisas que acha que não acaba que criou a correção monetária. Igual a palavra saudade, isso só existia no Brasil. Bem, a inflação acabou. O PT não acreditou que o Plano Real era para valer e seu deu mal. Perdeu para uma candidato, Fernando Henrique Cardoso, que antes não se elegeria nem deputado federal, em São Paulo.
O Brasil mudou meus caros. A Presidenta Dilma fez o ano começar, para valer, a partir da primeira quinzena de janeiro, logo após voltar das férias em Aratu, na Bahia. Daí em diante veio muita coisa. A última vez que trabalhei tanto num janeiro foi logo após a posse dela, Dilma. A Presidenta recebeu uma pá de grandes(?!) presidentes de empresas, os CEO’s( do inglês Chief Executive Officer), prefeitos de quase todas as capitais nordestinas, inclusive da oposição, governadores, lidou como pôde com a crise em torno de nossa normalidade fiscal, criticada até por Delfim Netto, encaminhou Medidas Provisórias e articulou as mudanças nos comandos da Câmara e Senado, além de cuidar de sua mini-reforma ministerial.
Em seguida, veio a redução da tarifa de energia, o aumento da gasolina, a crise no lucro da Petrobras e ,enfim, a maior inflação dos últimos anos.
Tudo isso acontecendo e não vimos a turma da oposição dando as caras. Os jornais contam os fatos e fazem suas críticas à condução econômica. Algumas publicações quase imploravam que os oposicionistas dessem às caras.
Enquanto Aécio Neves, o escalado da vez para encarar a turma da estrela, estava sumido, quase pedindo que se denuncie à polícia para que o busquem, como antigamente se fazia quando nos importávamos pelas pessoas que nos eram caras - aparecia na fita o homem que a todos encanta: Eduardo Campos.
Ele aparece em Brasília e todo mundo corre nele. Ele não tem tribuna para falar contra ninguém. Existe uma sofreguidão em torno do neto de Miguel Arraes, faz-se perfil, ele comenta uma derrota de um filiado( deputado Júlio Delgado) na disputa na Câmara Federal como se fosse uma vitória, enfim, os que estão abusados da turma do PT buscam no moço o que não encontram em Aécio.
Os tucanos se comportam como se estivessem no Brasil de antigamente, quando os políticos ganhavam eleições sem levar as pessoas às ruas. Os tucanos se comportam como se o Brasil só começasse a andar depois do Carnaval. Mandaram avisar que o Governo se cuide, pois eles vão aparecer depois do reinado de Momo
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Isso tudo é muito emblemático, categórico e basilar. Campos e Dilma, com seu PT, trabalham sem parar, 24 horas do dia, sem fim de semana e nem feriado. Erram sem parar e acertam, também, na mesma proporção. Os tucanos só erram. Uma soma e multiplicação que rimam com divisão e diminuição.
Parece cada vez mais nítido que tem muita gente achando que o Brasil não mudou!
Eis o mistério da fé.
Por Genésio Araújo Jr, é jornalista
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