As emoções do fim da eleição
A coluna de Genésio Araújo JR é publicada todos os domingos neste espaço
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( Brasília-DF, 19/09/2010) Faltam 15 dias para o primeiro turno das eleições e pela primeira vez desde que começou a campanha oficial, seja no horário gratuito ou não, apesar das pesquisas favoráveis a candidata do Presidente Lula existe a sensação de que poderemos ter uma segunda fase nesta disputa presidencial.
Brinca-se dizendo que os tucanos são tão burros que miraram numa mulher porém acertaram noutra, no entanto dando os descontos que a pilhéria merece não há que se questionar: a denúncia é grave contra Erenice Guerra e sua parentalha. É verdade, como diz a turma do Governo, é impressionante que se dê tanta luz a uma acusação feita por um facínora contra uma autoridade do tamanho de uma ministra chefe da Casa Civil. Ë verdade também que, não raro, se consiga descobrir grandes maracutaias a partir de falas de partícipes da armação. Foi assim, historicamente, em vários casos mundo afora. O que assustou foi aquela imagem, meio rosa dos ventos, em vários locais mostrando a teia de ação de Erenice. É a pior imagem que se pode dar a Brasília que hoje vende prosperidade: gente que se aboleta com a família no poder para se dar bem.
Existem alguns veículos exagerando na mão ao levar à frente a série de denúncias ,porém a bem da democracia é melhor os veículos exagerarem no excesso do que na parcimônia. De fato o caso é grave. A sociedade é que deve medir. Há quem diga, na oposição, que num país sério uma questão como esta já seria motivo de renúncia de candidatura – algo extremamente lacerdista, udenista. Outros, no governo, alegam que o caso chama atenção na conta do exagero, pois a coisa se dá à iminência de uma eleição e as medidas estão sendo tomadas em defesa do Estado.
O Presidente Lula disse no fim de semana, em Minas, que vai derrotar jornais e revistas. Ele faz o jogo histriônico de sempre, que é um craque. Lula é quem deve se destacar nesta reta final. O jogo de 2006 se repete, porém desta vez não existem milhares de reais coletados pela Polícia Federal aparecendo em rede nacional de tevê onde se associa uma derrama com as digitais de gente próxima ao Presidente. Dessa vez existe um senso comum de prosperidade no ar que não deseja ser interrompido, porém Lula não é o candidato.
O Brasil talvez não saiba, mas em todo país que prospera suas autoridades são acusadas de malversação. É da tradição do poder. Os democratas americanos são conhecidos por serem mais corruptos que os republicanos( Georg W. Bush contradiz, enormemente, a regra). Desde o “New Deal” é assim. Os desenvolvimentistas e fiscalistas aumentam o Estado e aumentam os exageros e apropriações. Os republicanos preferem os lobbies. Aqui existe esta figura quase mítica chamada Lula. Os americanos não sabem que é isto desde Roosevelt. Lula não é candidato, mas se sua preferida está em risco eminente e imediato, parece óbvio que mesmo que exista uma sensação contra talvez só ele mesmo seja capaz de desmontar os riscos.
Os próximos dias serão de muita emoção. Talvez a melhor de todas as novelas esteja no horário gratuito.
Eis o mistério da fé.
Por Genésio Araújo Junior
Editor da Política Real – Agência de Notícias