31 de julho de 2025

O voto do preso

A coluna de Rangel é publicada todos os domingos aqui e nos "Florida Review" e "Diári

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( Brasília-DF) A Justiça Eleitoral vai instalar urnas nas penitenciárias em todo o país para garantir o direito do voto – assegurado pela “cidadã” – a pelo menos 191 mil presos provisórios, aqueles que cometeram crimes e ainda não foram condenados em definitivo. Esses cidadãos não votavam porque a Justiça esqueceu de coletar os seus votos nas atuais “residências” nem lembrou de dar-lhes folga no dia da eleição para que cumpram com o devem cívico. A mesma coisa deve ser feita em relação aos menores com idade superior a 16 anos, eleitores voluntários, recolhidos aos estabelecimentos correcionais, onde se especializam e fazem o doutorado nas mais diversas modalidades do crime. Só podemos aplaudir a iniciativa do nosso judiciário eleitoral. A maior parte desse universo é formada por bandidos de verdade, adultos ou não. E como bandido é bandido, todos devem ser iguais perante a lei. Num país em que qualquer bandido pode se votado, elegendo-se para os mais importantes cargos da República, por que não assegurar o direito de votar a todos eles. O Congresso Nacional, as assembléias legislativas – a de Brasília é um primor nesse quesito - e câmaras de vereadores abrigam como senadores, deputados federais e estaduais e vereadores, centenas e centenas de cidadãos comprovadamente autores dos mais diversos crimes e contravenções listados na nossa legislação penal. Muitos deles já foram condenados diversas vezes, mas continuam livres, ricos e rindo da cara da gente, protegidos pelo manto das regalias legais e constitucionais que lhes asseguram a impunidade. Votar e ser votado é direito de todo cidadão brasileiro. Devem ser assegurados pelas autoridades. Nas cadeias e reformatórios de todo o país estão mais de 200 mil cidadãos de todo o país que não tiveram sorte e foram apanhados  pela justiça. Daria para eleger um senador no Amapá e ainda sobrava voto..Na sua maioria pobres e negros, muitos acusados de um simples furto de uma lata de leite ou de um pote de margarina, esses cidadãos não podem ser candidatos, pois nenhum partido vai lhes dar legenda. Mas é justo que, como seus colegas de gravata e colarinho branco, possam escolher diretamente os seus representantes. Quem sabe, não melhorariam muitas de nossas representações?   
Vamos oferecer aos criminosos presos as mesmas garantias e as mesmas facilidades que temos assegurado até hoje aos que estão soltos e talvez até estimulá-los a participar do pleito como candidatos.  
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Virou moda
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.Quem também passou pelo caixa do Itamarati para pegar uma grana foi o ministro Patrus Ananias, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Meteu R$ 3 mil no bolso. Pagamento pela brilhante palestra sobre “Políticas Sociais do Brasil” com que regalou diplomatas num seminário promovido pela Fundação Alexandre Gusmão.
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A conta
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O deputado Leonardo Prudente, aquele do dinheiro roubado escondido na meia e que renunciou à presidência da Câmara Legislativa de Brasília para assegurar a impunidade dos envolvidos no escândalo do Panetone comandado pelo governador Arruda, usou R$ 30 mil da verba de gabinete para pagar um advogado de defesa. Traduzindo: ele rouba a gente e a gente paga a defesa dele.
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Vidão
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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso exibe seu talento em Portugal e na Holanda, como sempre espetando a conta no contribuinte que paga as passagens, hospedagem, diárias e todas as despesas de um segurança para garantir a incolumidade do nosso Zaratustra tropical nas perigosas terras lusitana e nederlandesa, onde ele não cumpre qualquer missão oficial..
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Memória
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Pouca gente lembra do ato institucional número 3 da ditadura militar, com que o marechal Castello Branco acabou com a eleição direta dos governadores e instituiu a nomeação dos prefeitos da capitais. Pois na última sexta-feira, dia 5 ele fez 44 anos.
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por Rangel Cavalcante