Pré-campanha: verdades e inverdades de um segund
Á coluna de Genésio Junior é editada todos os domingos aqui
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( Brasília-DF, 30/05/2010) Estamos entrando no segundo mês da pré-campanha presidencial.
Este mês de junho deverá ser difícil, pois estaremos em pleno mês de Copa do Mundo. A não ser que aconteça algo absolutamente imprevisto, e isto está previsto, vamos conviver com algumas idéias, impressões, verdades e falsas-verdades.
“Vamos ter a campanha mais chata de todos os tempos. Temos os candidatos mais chatos e sem graça desde a redemocratização pós-64”.
“ Estamos vivendo o fim da política.”
“ O Presidente Lula poderá eleger um poste Presidente da República.”
“ O Nordeste não vai decidir as eleições deste ano”
“ A pré-campanha não vai ter muita importância, pois a hora da televisão é que vai decidir.”
“A divisão entre ricos e pobres ainda será decisiva nesta eleição.”
“ Os principais candidatos não são todos de esquerda como querem dizer.”
“ Em época de crescimento robusto, a preocupação com o meio ambiente não terá a importância que deveria.”
“ A política externa, agora uma realidade nacional, terá importância na eleição presidencial.”
“ O regionalismo voltou a ter uma importância com o fim da verticalização.”
Bem, certamente outras questões (?) poderiam ser colocadas. A realidade brasileira e a nossa federação estranha, brasileira, tem o poder de gerar muitas frases sobre estas eleições. Algumas dessas frases, acreditem, são fruto de alguns assuntos abordados por aqui, mas no geral são evidências que se colhem na leitura dos muitos artigos e notícias que saem sobre eleições presidenciais nas diversas publicações brasileiras.
O momento é complexo. Existem dúvidas se o bom momento da candidata oficial se manterá – ela vai convencer além da força de Lula? No caso de José Serra, o tucano vai acabar “vazando” seu conhecido mal-humor e o fator vice, com a saída de Aécio Neves – definitiva – vai gerar mais danos que os já previstos? A onda positiva em torno da candidata verde, Marina Silva, se sustenta além do inusitado? Estes são alguns pontos da pré-campanha que podem ser ajustados neste segundo mês, período em que se encerram as convenções partidárias. Ainda existem riscos muito grandes até as convenções – especialmente entre os favoritos. O PMDB, que vai indicar o vice da candidata oficial, não é fácil. O PSDB vai ter que se entender com os Democratas. Quem não tem problema são os verdes.
A onda de bom humor que contamina o país durante um período de festa constante que se espera deste período de Copa do Mundo favorece os que estão na frente, mas depende da associação de bom tom e boas novas. Quem não inventar ou inventar bastante poderá ir além. Estes são os males de uma campanha com tanta gente sem graça.
Eis o mistério da fé.
Por Genésio Araújo Junior, jornalista