31 de julho de 2025

Ainda a CPI

A Coluna de Rangel Cavalcante é publicada aqui e nos "Florida Review" e "Diário do N

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Brasília – Apenas para uma coisa a tal CPI da Petrobrás está servindo: para desviar as atenções do público das muitas denúncias de irregularidades e corrupção em setores do executivo e do legislativo, com destaque para as farras das passagens e verbas dos nossos parlamentares. E só. Ela não vai dar em nada. Primeiramente porque o governo, com a sua esmagadora e bem paga maioria no Congresso, não admite que ela apure coisa alguma. E a blindagem é muito maior. Boa parte dos deputados e senadores recebeu dinheiro de empreiteiras que tem contratos, e grandes contratos, com a estatal, para as suas campanhas. Esses generosos doadores não admitem que seus negócios sejam postos a nu. No final teremos um relatório pífio e muito senador com o tanque cheio. A grande verdade é que a Petrobrás é mesmo um Petrossauro – como dizia Roberto Campos – impenetrável. Ninguém, nem o Tribunal de Contas, nem a polícia, nem o Exército, consegue penetrar nos seus segredos. E piorou muito depois de devidamente aparelhada com os companheiros do PT e do PMDB no comando dos postos-chave. Nem o presidente da República manda lá. Só um mandou até hoje: Ernesto Geisel.
 
 
Em toda a história da empresa apenas um ministro teve a coragem de demitir um presidente da estatal: Vicente Fialho, que demitiu Orlando Galvão, pelo telefone. Foi uma crise terrível. Quase o governo cai. Para se ter uma idéia, o presidente Sarney não conseguiu nomear o jornalista Flávio Cavalcante Júnior para comandar o setor de imprensa e propaganda da BR. Sarney mandou outro nome, idem. Quando chegou a terceira indicação, o cargo já havia sido preenchido. Ficou por isso. Sem condições para investigar ninguém, o nosso Senado devia cuidar do seu próprio saneamento, ao invés de perder tempo e dinheiro do contribuinte com encenações que já não conseguem iludir o povo.Há mais de mil vetos presidenciais esperando votação na Casa, assim como estão paralisados projetos importantes para o país, como as reformas política, tributária, previdenciária, eleitoral e outras. Mas os senadores perder tempo com caraminholas. E só para concluir, uma pergunta: você pode confiar numa CPI que cuja maioria dos membros é indicada por Renan Calheiros e tem Fernando Collor como um dos principais integrantes?
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Como nunca
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Há sete mil crianças na fila de espera por uma cirurgia, algumas das mais
simples, nos hospitais públicos de Brasília. Muitas vão morrer sem
atendimento. E o “Cara” assegura que nunca na história deste país a saúde
pública foi tão excelente.
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Empregos
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O governo continua cumprindo, aos poucos, a promessa de criar empregos. O ministro das Cidades acompanha vários dos seus colegas e emprega, sem concurso, mais 58 companheiros que, “por excepcional interesse público” vão prestar nebulosos “serviços técnicos especializados”, metendo cada um pouco mais de R$ 8 mil por mês no bolso.
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Reeleito
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O jornalista Ary Cunha foi reeleito vice-presidente do “Correio Braziliense”, o primeiro e mais importante jornal da capital da República. Há 50 anos, ele foi um dos que comandaram a maior revolução imprensa cearense, que foi o lançamento do “O Jornal”, que infelizmente teve vida efêmera.
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por Rangel Cavalcante