Plebiscito para quê?
A Coluna de Rangel Cavalcante é publicada aqui e nos "Florida Review" e "Diário do N
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(Brasília-DF) O senador Cristóvam Buarque não foi feliz ao propor um plebiscito nacional sobre a extinção Senado Federal que, diga-se de passagem, não está servindo para muita coisa atualmente. Caiu naquela de Fernando Henrique e Lula que, diante da roubalheira generalizada existente em órgãos como a Sudam, Sudene, Dner e tantos outros, ao invés de prender os ladrões e retomar o dinheiro roubado, preferiram extinguir as instituições saqueadas, deixando na impunidade os saqueadores. Foi como tirar o sofá da sala. Hoje, o tal Dnit, novo nome do extinto Dner, tem mais processos no TCU do que o finado. O brasileiro não precisa de plebiscito para acabar com as imoralidades no Senado e na Câmara dos Deputados e em todas as demais instituições publicas no país. Basta fazer uso consciente do voto nas eleições a que comparece a cada dois anos. Extinguir o Senado não resolve nada. Aquela Casa do Congresso é vital para a democracia brasileira. Só precisa funcionar como manda a Constituição, com seriedade. O grande e verdadeiro plebiscito é a eleição. Enquanto o eleitor não aprender a escolher gente séria para os cargos públicos no país, a bandalheira continuará. E num crescendo assustador. O cidadão brasileiro deve seguir a Constituição imaginada de Capistrano de Abreu e criar vergonha na cara, aprendendo a votar. Ao invés de extinguir o Senado ou a Câmara, temos que extinguir mesmo é a maioria dos senadores e deputados que deslustram a instituição mais sagrada da democracia que é oi legislativo. O que vemos hoje é que a cada eleição aumenta o contingente de vereadores, prefeitos, deputados e senadores sem as mínimas qualificações para o exercício desses mandatos. Nunca na história deste país se viu tanto político com mandato com ficha criminal. E só há um culpado por isso: você, eleitor. E o que mais assusta é que hoje ninguém vota enganado. Quem vota em corrupto sabe que está votando em corrupto. Não é por ignorância ou erro do eleitor que o deputado mais votado do Brasil é também o ícone maior da corrupção nacional, envolvido em dezenas de processos na Justiça, e sem punição. No ano que vem tem eleição de novo. Uma nova chance. E ninguém terá o direito de reclamar dos resultados.
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O álbum
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Do chanceler Airton Queiroz recebemos e agradecemos uma preciosidade: o álbum ricamente ilustrado, editado pela Câmara de Comercio Brasil-Estados Unidos para marcar a solenidade de entrega do prêmio “Personalidade do Ano 2008” a dona Yolanda Queiroz, em Nova Iorque.
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Terras
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Dias atrás o presidente Lula decretou a desapropriação dos mais de três mil hectares do sitio “Santo Antonio”, em Russas, e da fazenda “Pìcos de Cima”, em Santa Quitéria, no Ceará. Nesta semana foi a vez dos cerca de 3200 hectares das fazendas “Palmeira”, “Croatá” e Oiticica-Salgadinho”, em Cascavel, Chorozinho e Sobral. Tudo para a reforma agrária. Se não tiverem com casa boa, piscina e boi no curral para fazer churrasco, os companheiros sem-terra não vão pra lá nem amarrados..
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Filme velho
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Não é novo esse negócio de utilizar as marés para gerar energia elétrica. Há quase 50 anos, o engenheiro César Cals, então presidente da Companhia de Boa Esperança e das Centrais Elétricas do Maranhão, projetou instalar uma usina desse tipo sobre o rio Bacanga, em São Luís, construída pelo engenheiro José Reinaldo Tavares, então secretário de Obras do governo José Sarney. Faltou dinheiro e o projeto foi para o brejo.
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Já limpou
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Severino Cavalcanti, que renunciou à presidência da Câmara a ao mandato de deputado federal para não ser cassado por corrupção, depois de apanhado tomando propina do arrendatário do restaurante da Casa, hoje prefeito de João Alfredo (PE), foi ovacionado por milhares de prefeitos na reunião da Confederação Nacional dos Municípios, em Brasília. Foi quando revelou que no caixa da sua prefeitura só restam R$ 0,10. Isso mesmo, dez centavos. Já limpou o cofre.
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Bandeira
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O lobby do jogo já tem a bandeira com que pretende sensibilizar o governo e o Congresso para a reabertura dos cassinos. Além de uma montanha de dinheiro para subornos e doações às campanhas dos deputados e senadores nas eleições do próximo ano, usa o argumento de que a volta da jogatina resultará na criação imediata de mais de 200 mil empregos no país.
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Pegou mal
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Pegou mal o deputado Raimundo Gomes de Matos jogar a pá de cal que enterrou o projeto do seu então colega Roberto Pessoa que dava o nome do ex-governador Virgilio Távora ao complexo portuário do Pecém.
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Teatro
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O ministério da Cultura deu o aval para o projeto de realização da VII Mostra Brasileira do Teatro Transcendental que a Associação Estação da Luz vai promover em Fortaleza neste ano, no Teatro José de Alencar.
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Embrião
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Quando os governos resolverem abrir os olhos para a gravidade da epidemia dos chamados “flanelinhas” por todo o pais já será tarde. Eles são o embrião das milícias que hoje cobram caro, sob ameaças, vendendo proteção sob ameaças para “vigiar” casas de comercio e residências nos bairros do Rio e São Paulo.
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A salvo
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O deputado Edmar Moreira, aquele do castelo em Minas, que usava o dinheiro da verba indenizatória para pagar segurança às suas próprias empresas, deve escapar da cassação. Está tudo arrumado para valer a posição do presidente do Conselho de Ética , José Carlos Araújo (PR-BA) que acha que ele não fez nada de grave e merece apenas uma pena branda. Um puxão de orelha.
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Companheiros
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O governo promove concursos públicos para admitir pessoal de nível superior para o serviço público. Os salários não chegam a R$ 3 mil por mês. Enquanto isso, nesta semana, o ministério do Turismo, fiel à política petista de gerar empregos, contratou, de uma tacada, 45 companheiros, sem concurso, para “prestação de serviços técnicos especializados”. E o ministério da Cultura emplacou, também sem concurso, mais 23, além dos 38 da semana passada, na base de R$ 8.300,00 por mês, para o IPHAM.
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Preparado
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O PSB age certo ao lançar a candidatura do deputado Ciro Gomes à sucessão de Lula. O parlamentar cearense é um dos mais bem preparados do país e primeiro turno não é hora de coligações. E Ciro é um dos poucos políticos de ficha limpa no panorama nacional.
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por Rangel Cavalcante
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