31 de julho de 2025

Só falta a máquina

A Coluna de Rangel Cavalcante é publicada aqui e nos "Florida Review" e "Diário do N

Publicado em
( Brasília-DF) O governo, que já dá dinheiro e comida de graça a 40 milhões de pessoas que não precisam sentir aquilo que o compañero Raul Castro chama de “perigosa necessidade vital de trabalhar”, anuncia um novo programa de grande alcance social: a construção de um milhão de casas para a população pobre. As prestações serão de até R$ 15,00 por mês. Quer dizer que quem comprar uma casa no valor de R$ 30 mil levará 200 anos para pagar, isso sem botar os juros e correção monetária. Nunca na história deste país se viu coisa igual. E não se verá, pois a meta é ambiciosa demais para ser alcançada. Lembra o milhão de hectares irrigados prometidos por Sarney, que teriam sido implantados se o trabalho eficiente do ministro Vicente Fialho não tivesse sido sabotado dentro do próprio governo. É o programa mais eleitoreiro de todos os tempos.

Por muito menos Cássio Cunha Lima e Jackson Lago perderam os mandatos. É fenomenal a capacidade do governo do nosso grande líder na criação de programas grandiosos e caros para serem pagos pelos que trabalham e pagam os impostos da maior carga tributária do mundo. E como o sujeito só começa a pagar quando estiver morando na casa, todo o custo sairá do erário, justamente quando a crise financeira mundial chega ao país e o governo começa a torrar as nossas divisas, o único e frágil escudo que temos contra o tsunami global. Tudo isso visa a 2010. Talvez fosse o caso de se criar também um programa de distribuição de máquinas de lavar roupa para os pobres. O nosso presidente chegaria mais perto de Juscelino Kubitschek. JK consagrou-se com o seu trinômio “Energia, Transporte e Alimentação”. Lula, que já dá a comida e agora vai dar também a casa, completaria, com a doação da lavadora de roupas, o seu próprio trinômio: “Casa, Comida e Roupa Lavada”.
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No goto
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O cartunista Ziraldo caiu mesmo gôto do governo. Começou o ano levando mais três boladas do contribuinte: R$ 150 mil da TV Pública por uma nova apresentação da sua série televisiva “Menino Muito Maluquinho”. Mais R$ 150 mil por uma também segunda temporada na mesma tv da série “Turma do Parerê”. E ainda um projeto, no ministério da Cultura, para apresentação seu espetáculo infantil “Flicts, no interior mineiro, que vai custar R$ 181 mil ao nosso bolso.
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Exagerou
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Dona Dilma Roussef, a mãe do PAC, exagerou no novo visual de palanque. Tem gente garantindo que ela agora parece com uma boneca Barbie genérica, dessas fabricadas na China e importadas via Paraguai.
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No prego
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O porta-aviões “São Paulo”, orgulho da nossa Armada, está no “prego” há dois anos. Mas a tripulação cuida de não enferrujar como o velho sucatão francês. Por isso o comando da Marinha acaba de comprar R$ 53 mil em equipamentos de musculação para a academia de bordo, a fim de que a turma não perca a forma.
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Complicado
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Cubano é mesmo complicado. Veja o caso do Guillermo Rigondeaux, boxeador que o ministro Tarso Genro garante estava doido para voltar a Cuba, quando foi despachado à força por ordem dele para a ilha de Fidel, e tão pronto chegou lá tratou de fugir para os Estados Unidos.
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Cabral
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Num programa humorístico de TV, duas belas jovens respondiam sobre assuntos gerais. Foi um festival de besteiras. Uma delas, morena, garantiu que o primeiro presidente do Brasil foi Pedro Álvares Cabral. Felizmente a outra, loura, logo esclareceu que Cabral foi o sujeito que proclamou a independência do nosso país. Ah, sim.
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O Preço
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Custou exatos R$ 15.307.299,71 o bimotor turbo-hélice comprado pelo Banco do Nordeste à Líder Táxi Aéreo.
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De novo
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Como saiu ilegível no ultimo domingo, contamos de novo. Pouco antes de demitir 4,2 mil empregados de uma tacada, coisa nunca vista na história deste país, a EMBRAER ganhou do governo um contrato pelo qual vai receber 147 milhões de dólares para dar uma recauchutada e “elevar a sobrevivência” de 43 aviões velhos da nossa Força Aérea. Sem concorrência.
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Pretensão
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Era mesmo muita pretensão do senador Jarbas Vasconcelos querer que o PMDB o indicasse para a Comissão de Constituição e Justiça do Senado sem ter um só processo ou estar envolvido em corrupção, mesmo tendo sido duas vezes prefeito e duas governador. Felizmente o nosso Renan Calheiros vetou a pretensão do pernambucano.
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Cultura
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Com a aprovação do ministério da Cultura, o dinheiro dos nossos impostos vai custear a produção e apresentação de uma peça de teatro de grande valor cultural, que tem o sugestivo nome de “Meu Ouvido Não é Penico”.
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Zero
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Os nossos políticos estão mesmo em baixa de prestígio. Nenhum deputado ou senador cearense logrou ser eleito para a presidência de alguma das muitas comissões permanentes das duas casas do Congresso Nacional.
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por Rangel Cavalcante
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