Mais que denúncia, um atestado
A Coluna de Rangel Cavalcante é publicada aqui e nos "Florida Review" e "Diário do N
Publicado em
(Brasília-DF) A entrevista do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) à revista Veja, acusando o seu próprio partido de corrupto e fisiológico, não revelou nenhum segredo de estado. Ele disse o que todo mundo já sabe. Ela serviu menos como denúncia do que como um atestado a mais de que o brasileiro perdeu a capacidade de se indignar. Praticamente ninguém reagiu. Nem caciques citados pelo ex-governador pernambucano.
O PMDB limitou-se a dizer que não diria nada. Sarney e Renan Calheiros meteram a viola no saco, fingindo que não era com eles. Coube ao senador Pedro Simon, um dos raros parlamentares de ficha limpa, uma análise séria do desabafo do senador Jarbas. A verdade é que os políticos brasileiros estão em grande parte envolvidos com a corrupção. A impunidade assegurada e estimulada pela Constituição e pelas leis transformou os nossos partidos políticos em valhacoutos onde alguns poucos honestos e sérios tentam sobreviver em meio à promiscuidade. O senador Geraldo Mesquita foi à tribuna do Senado cobrar de Jader os nomes dos corruptos. Mera perda de tempo. Basta consultar a Internet ou coleções de jornais para encontrar a lista. Para Simon a corrupção jamais será contida se isso depender do Congresso Nacional, do poder Executivo do Judiciário que temos aí. Só há um caminho a seguir: o da pressão popular. Foi o povo, lembra, e não o MDB, que acabou com a ditadura militar, enchendo as ruas de gente e gritando “diretas, já”. Foi o povo que tirou Collor do poder, os jovens de cara pintada pressionando o Congresso e exigindo moralidade. Infelizmente parece que o senador Jarbas Vasconcelos falou em vão. Ninguém se indignou com o que ele disse.
Os brasileiros, repetimos, perderam a capacidade de se indignar. E logo mais estarão nas filas elegendo de novo os mesmos figurantes do grande espetáculo da corrupção e da falta de vergonha nacionais. Só quem saiu ganhando foi mesmo a pelegada petista, que vai usar a entrevista para convencer os milhões de comensais do assistencialismo oficial de que se a oposição ganhar as eleições vai acabar com o bolsa-família, o maior programa de corrupção eleitoral do mundo, segundo Jarbas, e eles terão que trabalhar para comer.
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Chapa-branca
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A nossa dantes combativa União Nacional dos Estudantes tem mesmo suas razões reais para ser chapa-branca. Acaba de ganhar mais R$ 3 milhões do ministério da Cultura para gastar no desenvolvimento de atividades artísticas e culturais.
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Cabral
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No programa Tom Cavalcante, na TV, duas belas jovens respondiam sobre assuntos gerais. Foi um festival de besteiras. Uma delas, a morena, garantiu que o primeiro presidente do Brasil foi Pedro Álvares Cabral. Felizmente a outra, uma loura, logo corrigiu, explicando que Cabral foi quem proclamou a independência do nosso país. Ah, sim.
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Esperança
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Cláudio Abrantes é a nova esperança de moralização na inútil e cara Câmara Legislativa de Brasília. Conhecido como Cláudio Cristo, ele é, há dez anos, principal personagem da Via Sacra de Sobradinho, cidade satélite do DF, fazendo o papel de Jesus. Suplente, com 4.350 votos, assume na vaga de um deputado nomeado secretário do governo.
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O Preço
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Custou exatos R$ 15.307.299,71 o bimotor turbo-hélice comprado pelo Banco do Nordeste à Líder Táxi Aéreo.
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Devia pagar
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A nossa Caixa Econômica exibe com orgulho o balanço que mostra um lucro de R$ 3,9 bilhões no exercício findo. Bem que poderia aproveitar essa dinheirama para pagar os R$ 1,33 bilhão que deve à Previdência Social, uma conta que vem se acumulando desde 1982.
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Variando
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O ministro do Meio-Ambiente, o nosso Crocodilo Dandee Carlos Minc, deve estar variando. É dele a idéia de transferir para as prefeituras a tarefa de conceder licenças ambientais. Com o meio-ambiente nas mãos de prefeitos e vereadores, coitado do planeta.
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Barra pesada
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Deve estar mesmo muito pesada a barra lá pras bandas do México. Do contrário o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não necessitaria de dois seguranças para acompanhá-lo numa viagem ao país dos astecas, com passagens, hospedagem, diárias e mordomias pagas pelo contribuinte, que nada tem a ver com o passeio do sociólogo.
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Espeto de pau
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Também pesada é a barra em Sinop, lá no Mato Grosso. A ponto de o ministério da Justiça ter contratado uma empresa particular para garantir, com guardas armados, a segurança das instalações e das pessoas na Delegacia da Polícia Federal na cidade. Um caso típico de espeto de pau na casa do ferreiro.
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Do sol
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Enquanto a Câmara dos Deputados gasta cerca de R$ 130 mil para dotar de aquecedores elétricos e a gás os apartamentos em que moram de graça os deputados federais, em Brasília, o Senado vai pelo caminho ecológico e instala um sistema de aquecimento de água com a utilização da energia solar nas residências oficiais dos senadores.
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por Rangel Cavalcante
e-mail: [email protected]
O PMDB limitou-se a dizer que não diria nada. Sarney e Renan Calheiros meteram a viola no saco, fingindo que não era com eles. Coube ao senador Pedro Simon, um dos raros parlamentares de ficha limpa, uma análise séria do desabafo do senador Jarbas. A verdade é que os políticos brasileiros estão em grande parte envolvidos com a corrupção. A impunidade assegurada e estimulada pela Constituição e pelas leis transformou os nossos partidos políticos em valhacoutos onde alguns poucos honestos e sérios tentam sobreviver em meio à promiscuidade. O senador Geraldo Mesquita foi à tribuna do Senado cobrar de Jader os nomes dos corruptos. Mera perda de tempo. Basta consultar a Internet ou coleções de jornais para encontrar a lista. Para Simon a corrupção jamais será contida se isso depender do Congresso Nacional, do poder Executivo do Judiciário que temos aí. Só há um caminho a seguir: o da pressão popular. Foi o povo, lembra, e não o MDB, que acabou com a ditadura militar, enchendo as ruas de gente e gritando “diretas, já”. Foi o povo que tirou Collor do poder, os jovens de cara pintada pressionando o Congresso e exigindo moralidade. Infelizmente parece que o senador Jarbas Vasconcelos falou em vão. Ninguém se indignou com o que ele disse.
Os brasileiros, repetimos, perderam a capacidade de se indignar. E logo mais estarão nas filas elegendo de novo os mesmos figurantes do grande espetáculo da corrupção e da falta de vergonha nacionais. Só quem saiu ganhando foi mesmo a pelegada petista, que vai usar a entrevista para convencer os milhões de comensais do assistencialismo oficial de que se a oposição ganhar as eleições vai acabar com o bolsa-família, o maior programa de corrupção eleitoral do mundo, segundo Jarbas, e eles terão que trabalhar para comer.
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Chapa-branca
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A nossa dantes combativa União Nacional dos Estudantes tem mesmo suas razões reais para ser chapa-branca. Acaba de ganhar mais R$ 3 milhões do ministério da Cultura para gastar no desenvolvimento de atividades artísticas e culturais.
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Cabral
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No programa Tom Cavalcante, na TV, duas belas jovens respondiam sobre assuntos gerais. Foi um festival de besteiras. Uma delas, a morena, garantiu que o primeiro presidente do Brasil foi Pedro Álvares Cabral. Felizmente a outra, uma loura, logo corrigiu, explicando que Cabral foi quem proclamou a independência do nosso país. Ah, sim.
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Esperança
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Cláudio Abrantes é a nova esperança de moralização na inútil e cara Câmara Legislativa de Brasília. Conhecido como Cláudio Cristo, ele é, há dez anos, principal personagem da Via Sacra de Sobradinho, cidade satélite do DF, fazendo o papel de Jesus. Suplente, com 4.350 votos, assume na vaga de um deputado nomeado secretário do governo.
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O Preço
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Custou exatos R$ 15.307.299,71 o bimotor turbo-hélice comprado pelo Banco do Nordeste à Líder Táxi Aéreo.
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Devia pagar
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A nossa Caixa Econômica exibe com orgulho o balanço que mostra um lucro de R$ 3,9 bilhões no exercício findo. Bem que poderia aproveitar essa dinheirama para pagar os R$ 1,33 bilhão que deve à Previdência Social, uma conta que vem se acumulando desde 1982.
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Variando
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O ministro do Meio-Ambiente, o nosso Crocodilo Dandee Carlos Minc, deve estar variando. É dele a idéia de transferir para as prefeituras a tarefa de conceder licenças ambientais. Com o meio-ambiente nas mãos de prefeitos e vereadores, coitado do planeta.
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Barra pesada
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Deve estar mesmo muito pesada a barra lá pras bandas do México. Do contrário o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não necessitaria de dois seguranças para acompanhá-lo numa viagem ao país dos astecas, com passagens, hospedagem, diárias e mordomias pagas pelo contribuinte, que nada tem a ver com o passeio do sociólogo.
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Espeto de pau
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Também pesada é a barra em Sinop, lá no Mato Grosso. A ponto de o ministério da Justiça ter contratado uma empresa particular para garantir, com guardas armados, a segurança das instalações e das pessoas na Delegacia da Polícia Federal na cidade. Um caso típico de espeto de pau na casa do ferreiro.
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Do sol
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Enquanto a Câmara dos Deputados gasta cerca de R$ 130 mil para dotar de aquecedores elétricos e a gás os apartamentos em que moram de graça os deputados federais, em Brasília, o Senado vai pelo caminho ecológico e instala um sistema de aquecimento de água com a utilização da energia solar nas residências oficiais dos senadores.
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por Rangel Cavalcante
e-mail: [email protected]