31 de julho de 2025

E a gastança?

A Coluna de Rangel Cavalcante é publicada aqui e nos "Florida Review" e "Diário do N

Publicado em
( Brasília-DF) Já é hora de o governo e de todos os brasileiros tomarem juízo, conscientizando-se de que a crise econômico-financeira mundial também atinge fortemente o Brasil. Não é apenas a marola do nosso otimista presidente, mas um verdadeiro furacão. Parece que ninguém quer ver que a coisa está ruim. Mais de 650 mil brasileiros perderam os empregos só em dezembro. As demissões em massa começaram nos setores que mais absorvem mão-de-obra, como a construção civil, a indústria automobilística e a agricultura. Os investimentos estrangeiros pararam e cada vez é maior o volume dos dólares retirados do país. Grandes grupos desistiram de projetos importantes como a construção de refinarias e siderúrgicas. As nossas exportações caem de volume com a retração dos compradores estrangeiros. Só os bancos continuam ganhando rios de dinheiro, cobrando os juros mais altos do mundo e taxas astronômicas.

No meio de tudo isso o governo parece navegar num mar de tranqüilidade (com trema mesmo). Sempre com a mesma conversa de que o Brasil é o país melhor preparado no mundo para enfrentar a crise porque tem 200 bilhões de dólares em reservas. Uma besteira, se levarmos em conta que apenas uns bancos americanos perderam mais de cinco vezes isso. O presidente Lula e seus conselheiros precisam acordar para a realidade, tirar os óculos de lentes róseas para verem a crise em suas cores reais. E a primeira medida, que já tem meses de atraso, seria um basta na gastança pública. Nunca na história deste país se esbanjou tanto o dinheiro resultante da maior carga tributária do mundo como agora. Chega de assistencialismo eleitoreiro e de bancar o papai Noel distribuindo o nosso dinheiro com presentes a governos estrangeiros. E bem poderia começar contendo a hemorragia pecuniária que irriga milhares de Organizações Não Governamentais especialmente aquelas se lambuzam com o nosso dinheiro fomentando a divisão dos brasileiros e institucionalizando o racismo, os preconceitos e a roubalheira.
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Freguês
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O cartunista Ziraldo, depois de ganhar uma bolada e pensão como patriota aposentado, tornou-se mesmo freguês do erário. Acaba de abocanhar mais um contrato com a TV Pública. São mais R$ 150 mil pelos direitos de exibição de uma segunda temporada do seu “Menino Maluquinho” na televisão que ninguém assiste.
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Sem grana
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O ministério da Saúde suspendeu a transferência de recursos dos programas Saúde da Família, de equipes de Saúde Bucal e de Agentes Comunitários de Saúde para 16 municípios cearenses, entre os quais Fortaleza, Juazeiro e Caucaia, por causa de irregularidades no cadastro de estabelecimentos de saúde.
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Amostra
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No programa Tom Cavalcante, na TV, duas belas jovens respondiam a perguntas sobre assuntos gerais. Foi um festival de besteiras. Uma delas, a morena, garantiu que o primeiro presidente do Brasil foi Pedro Álvares Cabral. Felizmente a loura veio em socorro da História e logo corrigiu, esclarecendo que Cabral foi quem proclamou a independência do nosso país. É o produto da excelente qualidade do nosso ensino.
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Não é
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Alguém precisa avisar à companheira Dilma Roussef que eleição não é a mesma coisa que concurso de beleza. E mesmo que fosse....
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Veto
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O governador José Roberto Arruda vetou mais uma besteira da inútil e cara Câmara Legislativa de Brasília: um projeto permitindo a todos os servidores do DF faltar ao trabalho no dia do aniversário, sem corte do ponto. O prejuízo para os cofres públicos com a demagogia seria de mais de R$ 13 milhões.
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Uma fria
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O governo vai distribuir de graça pelo menos 10 milhões de geladeiras a famílias carentes nos próximos dez anos, num Programa Nacional de Mudança Climática, a pretexto de reduzir o aquecimento global. È preciso cuidado para não fazer como o programa de computadores que manda micros para escolas em locais onde não existe energia elétrica.
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Sumiu
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O ministério da Cultura está caçando o Júlio César Ávila Dias, presidente da Associação Goiana de Gays, Lésbicas e Travestis, que sumiu com a grana que recebeu do governo para promover a “X Parada do Orgulho Gay” da capital de Goiás em 2006. Quer o dinheiro de volta.
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Fila
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Há 15 mil pessoas na fila à espera de uma cirurgia nos hospitais públicos de Brasília. São cinco mil na ortopedia, três mil, na pediatria e mais de duas mil com problemas vasculares. Lula tem razão, a saúde pública no Brasil está excelente.
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Alivio
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O ex-deputado Moroni Torgan já pode se dedicar em tempo integral à sua campanha visando ás próximas eleições. Ganhou mais um ano à disposição da Câmara dos Deputados, com um gordo salário como assessor técnico na liderança do DEM, que soma aos seus vencimentos integrais de delegado especial da Polícia Federal, sem obrigação de bater ponto e dar expediente.
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Rua
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O ministro do Controle e da Transparência demitiu sete funcionários que cometeram a burrice de receber pequenas propinas no exercício de suas funções.
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Felizes
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Felizes os proprietários das fazenda “Serra Dantas de Dentro” e “Coque”, situadas nos municípios cearenses de Aracati e Quixeramobim, que tiveram os seus 2.600 hectares desapropriados pelo governo federal e assim contribuem patrioticamente para a reforma agrária que nem a ditadura com AI-5 e tudo conseguiu fazer.
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E a marola?
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O presidente Lula afirma que todos – governo, empresários e trabalhadores – terão que fazer sacrifícios para enfrentar a crise global. Quer dizer que não é mais apenas u’a marolinha. E manda o povo gastar, ao mesmo tempo em que nega reajusta de salários aos servidores públicos e aumenta impostos.
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Voracidade
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Em todos os estados – e aqui em Brasília de forma mais voraz – aumentam as alíquotas do IPTU e do IPVA, impostos cuja arrecadação já cresce astronomicamente, de forma vegetativa, todos os anos só com os milhares de novos carros e imóveis que surgem no mercado.
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Premio
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Flagrado como ladrão, o desembargador presidente do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, Frederico Guilherme Pimentel, esse é o nome dele, passou mal durante o depoimento e foi internado num hospital de Brasília. É isso mesmo, ladrão pobre é que tem saúde de ferro, nunca adoece. Se condenado, sua excelência receberá como pena máxima uma aposentadoria de cerda de R$ 30 mil mensais para o resto da vida.
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Por Rangel Cavalcante


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