31 de julho de 2025

Liga para o Collor

A Coluna de Rangel Cavalcante é publicada aqui e nos "Florida Review" e "Diário do N

Publicado em
Brasília-DF) O presidente Lula mostrou estar desinformado sobre as coisas do governo ao prometer, emocionado, reunir técnicos para buscar meios de acabar com as enchentes em Santa Catarina. Assustado com a destruição, que viu de relance, e com as mortes, ele fez como o general Médici, que chorou ao saber que nordestinos comiam feijão sem sal em terras de salinas. Logo voltou ao normal. O companheiro Lula não precisa de muito para acabar com essa coisa. Basta dar um telefonema para o seu hoje grande amigo de infância, o senador Fernando Collor, e perguntar onde está o espólio do Departamento Nacional de Obras e Saneamento (DNOS) que ele extinguiu em 1990, juntamente com dezenas de outros órgãos públicos. Lá estão os mais importantes projetos de engenharia capazes de por fim às inundações catarinenses, especialmente no vale do Itajaí. A questão é que de há muito o governo federal abandonou aquela região.

As ultimas grandes intervenções ocorreram no governo do hoje senador José Sarney, sob o comando do ministro Vicente Fialho, e de diretores do DNOS como José Reinaldo Tavares e Paulo Baher – liga para eles também.. Foram construídas barragens de contenção das cheias e rios tiveram seus leitos regularizados ou dragados. Graças a essas obras se passaram 27 anos sem grandes inundações na região. Tanto que as mortes de hoje foram causadas por deslizamentos de morros e não por inundações. Desde Sarney não se fez praticamente nada, enquanto a população crescia, desmatava e degradava o meio-ambiente, criando o clima para o desastre. O que ocorre em Santa Catarina é o mesmo que se viu com o programa de irrigação de Sarney. Foi um sucesso, que os governos seguintes conseguiram frustrar, paralisando os projetos, muitos dos quais nunca foram concluídos ou estão abandonados. Lula não precisa mais do que dar alguns telefonemas e designar companheiros para localizar nos porões do governo os valiosos projetos que Sarney não conseguiu executar no todo. Aí é só abrir o cofre.
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Motolância
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O ministério da Saúde acaba de inventar a “motolância”, motocicleta que funcionará no socorro a pacientes pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o SAMU. Cada uma levará cilindro de oxigênio, desfibrilador, luvas, esterilizadores, ataduras, compressas, gazes, talas de imobilização, seringas, ressuscitador manual, estetoscópio, além dos equipamentos de segurança individual do condutor. Como não sobra lugar para o médico, talvez ele seja o próprio motoqueiro.
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Afinada
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Do “senador” Vieira ao ouvir de um dedicado assessor da presidência da República que a ministra Dilma Roussef é uma companheira bem afinada com o partido para ser candidata à sucessão de Lula: “É, mas um piano afinado pesa o mesmo que um desafinado!”
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Aí voa...
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Na meritória e cara ação de cuidar dos nossos índios, a Fundação Nacional de Saúde contratou com apenas uma empresa de táxi aéreo de Rondônia nada menos de 5.100 horas de vôo. Isso corresponde a um avião voando dia e noite, sem pousar, durante 212 dias, mais de sete meses.
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Palavra
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O presidente Lula garante que a refinaria da Petrobrás no Ceará está assegurada. A mesma promessa foi feita por Castelo Branco, Costa e Silva, Médici, Geisel, Figueiredo, Sarney, Collor, Itamar e FHC. Parece que estamos diante de um caso de frustração por excesso de garantias.
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Um nome
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Depois de ter a honestidade comprovada pela insuspeita Comissão de Ética da Câmara dos Deputados, o companheiro deputado Paulinho da Força Sindical se credencia muito bem como um bom candidato da base aliada à sucessão presidencial em 2010. Empunhando a bandeira do PDT de Leonel Brizola.
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Agito
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Mais agito no mercado de informática com a decisão do ministério da Educação de comprar, com recursos do FNDE, 150 mil laptops para distribuir a 300 escolas no país, como parte do projeto “Um Computador por Aluno”. Outros 5.700 serão doados a secretarias estaduais e municipais de educação.
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A maior
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Foi a maior concentração de cearenses por metro quadrado em Brasília, desde a inauguração da capital, a solenidade de posse do ministro Ubiratan Aguiar na presidência do Tribunal de Contas das União.
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Cuecas
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Justamente quando o Enivaldo Quadrado, um dos envolvidos no escândalo do “mensalão” foi flagrado com a cueca cheia de euros no aeroporto de São Paulo, um shopping de Brasília inaugurava festivamente mais uma “Loja das Cuecas”. Nenhum companheiro compareceu à festa.
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E eles?
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Gente morrendo soterrada, desabrigados, fome, miséria em Santa Catarina. E na grande corrente nacional da solidariedade não se viu nenhum nenhuma caravana do MST, da Força Sindical, dos companheiros do PT, dos chamados movimentos sociais, das ONGs que vivem às custas do governo, dos quilombolas formando grupos para ajudar em alguma coisas. Sumiram
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Quem diria
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O Itamarati está selecionando empresa para explorar um restaurante desses self services a quilo na sua sede em Brasília. Deve ser engraçado ver os nossos diplomatas de punhos de renda, afeitos a talheres de prata, louçaria da Companhia das Índias e taças de cristal, na fila com o prato na mão para pesar a bóia.
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Por Rangel Cavalcante
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