31 de julho de 2025

Cadê o poste?

A Coluna de Rangel Cavalcante é publicada aqui e nos "Florida Review" e "Diário do N

Publicado em
( Brasília-DF) As eleições de domingo último serviram para fazer com que o politburo petista e o próprio presidente Lula descessem dos saltos altos para pisar de novo o rés do chão. Acreditaram demais nas pesquisas e no mito de que Lula poderia transferir votos e eleger até um poste para qualquer cargo, em qualquer lugar do país. O grande eleitor do PT, aquele que recebe o assistencialismo direto do governo, às nossas custas, sabe que o papai-noel é Lula e não o prefeito, o vereador ou o deputado. Vota no Lula mas não em quem ele manda. O lulismo se resume a Lula e vai acabar com ele. Os mesmos institutos de pesquisas que exibem os índices de popularidade de Lula, os maiores do mundo democrático, erraram nas previsões em quase todo o país. Não previram os vexames de Marta Suplicy, Crivella, Luiz Marinho e outros companheiros pelos quais o presidente tanto se empenhou. As urnas mostraram que Lula não transfere voto.

Esses resultados vão promover uma verdadeira reengenharia nos planos do PT para 2010. Para começo de história, praticamente enterraram a candidatura de dona Dilma Roussef à presidência da República, um dos devaneios presidenciais. A ministra da Casa Civil simboliza um verdadeiro poste, um piano pesado demais para carregar, que sofre restrições sérias dentro da própria cúpula palaciana e do PT. Suas chances residiam apenas no ilusório poder de Lula transferir votos. O eleitor de domingo deu o recado. Cabe agora não apenas ao governo, mas a todos os partidos políticos, uma mudança de estratégia para 2010. É preciso arranjar bons candidatos para a disputa pela presidência da República e dos governos estaduais. A base aliada jamais esteve tão pobre de nomes como atualmente. O mesmo pode se dizer da oposição.O medo é o de que, convencido de que não fará o sucessor, o presidente Lula decida partir para a tresloucada aventura do terceiro mandato. Com a popularidade de que desfruta, não lhe será difícil botar nas ruas os milhões comensais do assistencialismo oficial para clamar pelo continuísmo. Assim como fizeram os compañeros Chávez, Morales, Uribe e Correa, na Venezuela, Bolívia, Colômbia e Equador. Fernando Henrique Cardoso mostrou como é fácil mudar a Constituição com o Congresso que tempos. Desde que pague o preço, que não é tão alto. Para conseguir a reeleição, o sociólogo pagava apenas R$ 200 mil por voto. E foi fácil.

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Incrível
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Um rapaz que foi obrigado a assistir ao estupro da namorada por soldados da polícia no Ceará vai receber R$ 160 mil de indenização. Mas não são os criminosos que vão pagar a conta, mas o contribuinte, pois o condenado pela Justiça foi o Estado e não os bandidos fardados.
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Patriotas
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Somente na ultima reunião, a Comissão de Anistia do ministério da Justiça tinha 209 processos para analisar. Quase todos de brasileiros que se dizem perseguidos pela ditadura militar e tentam aproveitar o vento da história para transformar o patriotismo em caderneta de poupança e instituto de pensão.
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Dureza
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O ministério público de São Paulo propõe que o companheiro promotor de justiça que matou friamente um motoboy com 10 tiros a queima-roupa seja obrigado a fazer um curso de manuseio de arma de fogo. Assim, da próxima vez, pode fazer o serviço com apenas um tiro.
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Memória
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Depois de amanhã se completam 40 anos da invasão pelas tropas do exército do Congresso da UNE em Ibiúna, SP, com a prisão de centenas de estudantes, entre os quais José Dirceu, José Genoíno, Fernando Gabeira, Wladimir Palmeira e o jornalista cearense Inácio de Almeida.
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De que?
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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso passou um dia em Rosário, na Argentina, em viagem particular, acompanhado de um segurança com passagens, diárias e todas as despesas pagas por nós, e que não pode andar armado naquele país. Tem medo de que o FHC?
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Cena
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Fortaleza, domingo, 28 de setembro. Em frente ao Hotel Beira Mar, na praia do Meireles, um ladrão arrebatou a bolsa de uma turista que acabara de chegar à cidade. Fugiu sem ser molestado. A poucos metros de um policial militar, que não pode fazer nada: estava carregando a bateria do patinete numa tomada de corrente instalada num coqueiro.
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Por quê?
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É de se perguntar por que o ministério da Cultura bota na conta do contribuinte, que não tem nada a ver com isso, o valor dos prêmios de jornalismo instituídos pela Petrobrás, a maior e mais rica empresa do país. xxxxxxx
Acabou
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Acabou a novela.A Marinha conseguiu, finalmente, vender o navio “Atlântico Sul”, um gigante de 180 metros de comprimento, com mais de mil containeres a bordo. O comprador pagou por ele a bagatela de R$ 8.833.333,33. Por R$ 6 mil, outro comprador levou uma lancha de embarque e desembarque de veículos.
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Cultura
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O presidente Lula condecorou com a Ordem do Mérito Cultural a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais, “pelas relevantes contribuições prestadas à Cultura do País”. Com o mesmo badulaque, laureou o “coletivo nacional de cultura” do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra
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Nem o Flash
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Rogério Favreto e Juarez Pinheiro, graduados funcionários do ministério da Justiça participam de uma reunião no Centro Brasileiro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, em Portugal. Depois, da Conferência Internacional sobre Estado, Sociedade e Justiça Século XXI: Democracia, Qualidade e Eficiência nos Tribunais Judiciais. E ainda farão o 4º Curso de Formação Avançada - Organização e Gestão de Tribunais, também em Coimbra. Tudo isso em apenas quatro dias, incluindo os de viagem. Nem, o Flash, das revistas em quadrinhos.
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por Rangel Cavalcante

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