Nordeste e Safra Agrícola.
Produção do Nordeste representa 8,33 por cento do total nacional; Em setembro, estimativa da safra de grãos cai 0,76 por cento em relação a agosto.
( Brasília-DF, 09/10/2006) A expectativa para 2006 é de uma produção de cereais, leguminosas e oleaginosas (caroço de algodão, amendoim, arroz, feijão, mamona, milho, soja, aveia, centeio, cevada, girassol, sorgo, trigo e triticale) da ordem de 116,546 milhões de toneladas. O resultado de setembro representa uma redução de 0,76% em relação à produção prevista em agosto (117,442 milhões de toneladas ). Entretanto, a estimativa deste ano é 3,53% superior à obtida em 2005 (112,574 milhões de toneladas). O milho e a soja, responsáveis por cerca de 80% da produção nacional de grãos, apresentaram, em valores absolutos, os maiores ganhos de produção em relação ao ano anterior: milho 1ª safra, 4.323.207 t (15,92%), milho 2ª safra, 2.633.958 t (33,08%) e soja, 1.243.627 t (2,43%). As informações fazem parte do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola realizado pelo IBGE.
Quanto à área cultivada em 2006, estimada em 45,618 milhões de hectares, constatou-se em setembro queda de 4,11% em relação ao ano passado. Entre os principais produtos investigados, em termos absolutos, registraram maiores diminuições na área cultivada o arroz ,
Para o milho 2ª safra, permanece o quadro favorável, com um crescimento de 33,08% frente ao que foi produzido em 2005. Destacaram-se os incrementos na produção dos estados do Paraná (66,40%), Mato Grosso (7,31%), Mato Grosso do Sul (99,09%) e Goiás (51,92%), em conseqüência da maior área cultivada e do bom desempenho das lavouras.
Para o trigo, principal produto de inverno, a estimativa de produção é de 2.557.364 t, registrando uma significativa redução de 45,10%, frente a safra do ano passado. Esse resultado é o menor desde 2000, quando foram produzidas 1.725.792 toneladas, e é próximo do patamar verificado no início dos anos 80. São apontadas como principais causas para essa redução a queda de 25,39% no total das áreas plantadas em todos os estados produtores, além da baixa cotação do produto no mercado interno e as dificuldades de comercialização enfrentadas nas últimas safras. Também a descapitalização dos produtores, aliada à inadimplência e conseqüentemente a restrição ao crédito, resultou numa implantação da safra com baixo nível tecnológico. Além desses fatores, a estiagem ocorrida nos meses de abril e maio e as geadas, nos meses de agosto e setembro, contribuíram para a pequena safra deste ano.
Os demais produtos de inverno, como a aveia, cevada e triticale, confrontadas a 2005, apresentaram decréscimos de 13,90%, 29,78% e 18,41%, respectivamente. As quedas devem-se à menor área cultivada, em razão dos baixos preços da safra anterior e, ainda, dos danos que as geadas nos meses de agosto e setembro determinaram às lavouras.
Em termos absolutos, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas está assim distribuída pelas grandes regiões: Sul, 48,639 milhões de toneladas (41,73%, 1); Centro-Oeste, 39,040 milhões de toneladas (33,50%, 1); Sudeste, 15,799 milhões de toneladas (13,56%, 1); Nordeste, 9,712 milhões de toneladas (8,33%) e Norte, 3,357 milhões de toneladas (2,88%).
Geadas reduzem em 23,43% a produção esperada de trigo
Na comparação agosto/setembro 2006, destacam-se as variações nas estimativas de safra de nove produtos: aveia (-10,22%), batata-inglesa 3ª safra (1,45%), cevada (-14,43%), feijão 2ª safra (-1.44%), feijão 3ª safra (-5,83%), milho 2ª safra (0,60%), soja (-0,09%), sorgo (2,72%), trigo (-23,43%) e triticale (-5,44%).
Com relação à soja, que tem sua colheita concentrada no primeiro semestre, verificou-se uma pequena variação na produção de –0,09% em função da reavaliação nos dados finais de colheita de Minas Gerais.
O milho 2ª safra registrou ligeiro aumento (0,60%) na produção devido à modificações nas estimativas da Bahia (0,95%) e de Goiás (6,48%).
Para o feijão 2ª e 3ª safras foi observado decréscimos na produção de 1,44% e 5,83%, respectivamente. No feijão 2ª safra a queda foi decorrente do ajuste nos dados do Ceará (-4,29%) e do rendimento médio na Bahia (-7,24%). Já para o feijão 3ª safra, o resultado reflete a redução na produção de Goiás (-14,41%) causada pelo frio excessivo, sobretudo, no município de Cristalina, maior centro produtor do estado.
As lavouras de aveia (-10,22%), cevada (-4,43%) e triticale (-5,44%), concentradas predominantemente no Sul do país, as quedas deveram-se aos prejuízos causados no Paraná e no Rio Grande do Sul pelas geadas ocorridas em agosto e setembro. Para o trigo, principal produto de inverno, o decréscimo de 23,43% refletiu as perdas causadas pelas geadas dos últimos meses.
Situação das lavouras em setembro de 2006 com relação à safra de 2005
Dentre os principais produtos investigados pelo Levantamento Sistemático da Produção Agrícola - LSPA, 13 apresentaram variação positiva na estimativa de produção em relação ao ano anterior: batata-inglesa 2ª safra (9,09%), batata-inglesa 3ª safra (4,34%), café em grão (21,04%), cana-de-açúcar (7,65%), cebola (5,59%), feijão em grão 1ª safra (9,32%), feijão em grão 2ª safra (27,24%), laranja (0,07%), mandioca (7,50%), milho em grão 1ª safra (15,92%), milho em grão 2ª safra (33,08%), soja em grão (2,43%) e sorgo em grão (2,43%). A variação foi negativa nos casos das culturas de algodão herbáceo em caroço (-23,52%), amendoim em casca 1ª safra (-12,75%), amendoim em casca 2ª safra (-0,10%), arroz em casca (-12,99%), aveia em grão (-13,90%), batata-inglesa 1ª safra (-7,03%), cacau em amêndoa (-12,28%), cevada em grão (-29,78%), feijão em grão 3ª safra (-12,14%), mamona (-31,57%), sorgo em grão (-0,55%), trigo em grão (-45,10%) e triticale em grão (-18,41%).
( da redação com informações do Ibge)
