Nordeste e os Sanguessugas
CPMI ouve depoimento de sete assessores de parlamentares; Deputado Carlos Aleluia (PFL-BA) diz que apenas um depoimento comprova envolvimento de parlamentar.
(Brasília-DF,03/08/2006) A CPMI dos Sanguessugas fez hoje uma diligência com sete assessores de parlamentares suspeitos de envolvimento nas fraudes de ambulâncias. Os depoentes de hoje foram: Vander Cesário, assessor de Betão Junior (PL-AC, 1); Ana Alberga, assessora de Vanderlei Assis; Newton Sabaraense, assessor da deputada Tetê Bezerra (PMDB-MT) e Marcelo Cardoso, assessor do Ney Suassuna (PMDB-PB, 1); Marcos Antonio de Araújo, assessor e sobrinho de Ildeu Araújo (PP-SP, 1); e Regis Moraes, assessor de Marcos Mendes.
O deputado José Carlos Aleluia(PFL-BA), que coordenou os trabalhos, disse que grande parte dos depoimentos não incriminaram, nem inocentaram parlamentares. “Apenas em um caso, a assessora admitiu ter recebido R$ 700 mil em sua conta a pedido do seu deputado. A assessora explicou que a quantia foi depositada por um dos integrantes do esquema de corrupção, mas o seu deputado disse que era um dinheiro proveniente de compra de quadro”, disse Aleluia. O deputado não revelou nomes mas acredita-se que seja Ana Alberga, única assessora que depôs hoje.
“ Alguns assessores não falaram muito. O assessor de Suassuna por exemplo não colaborou, negou tudo”, disse ainda o deputado. Em outro caso ficou comprovado que o assessor não tinha envolvimento, pois comprovou por meio de extrato bancário que não houve depósito em sua conta, como havia relatado Vedoin em seu depoimento. Este assessor era Marcos Antonio Araújo, que conversou com a imprensa antes de prestar depoimento.
O líder Carlos Aleluia explicou que apesar de não ter conseguido avançar na investigação do envolvimento de parlamentares, os depoimentos foram importantes pois revelaram atuação do esquema de corrupção. Segundo Aleluia foi citado um caso em que R$ 700 mil foram destinados para uma instituição do Rio de Janeiro para compra de ônibus. Em outro caso houve repasse de recursos para uma ONG comprar ambulâncias que emprestava a prefeitura da cidade. “Esses fatos mostram que é preciso mudar radicalmente a forma de elaboração e execução do Orçamento”, declarou o deputado da Bahia.
Por fim, o deputado relatou que os depoimentos continuam até a próxima terça, mas que vai haver um revezamento entre os deputados que vão coordenar os trabalhos. “Eu não vou ouvir nenhum depoimento de assessor de parlamentar do PFL. Nem vou ouvir ninguém da Bahia, pois seria meu adversário ou meu aliado”, declarou José Carlos Aleluia.
(por Liana Gesteira)