Um segundo Brasil
A África fica mais pobre a cada dia em que mais recebe esmolas. Ao invés de gerar desenvolvimento para dar emprego para que as famílias vivam do produto do seu trabalho, o governo inventa anestésicos para enganar a dor da miséria. A última é o telefone popular, uma gaiatice que pretende dar telefone a todo pobre ? que por sinal não tem para onde telefonar, já que nem o hospital nem a polícia o atendem. Como não dá ao cidadão condição de viver com dignidade, o Estado, inventa artifícios para mantê-lo pelo menos vivo. E votando. Assim é farta a distribuição de pão e leite entre os pobres. Inventaram o bolsa-escola, que paga ao pai para obrigar o filho a ir à escola enquanto ele gasta o dinheiro no boteco da esquina. Tem bolsa para tudo, além da que distribui cestas básicas entre os famintos. Criaram cotas para negros nas escolas, porque não deram a eles um ensino de qualidade para que entrassem na universidade usando os neurônios e não a melanina. Há o passe livre nos coletivos para os velhos carentes, que não têm para onde ir de ônibus. Arranjaram até uma tal carta social no correio, que custa um centavo, para o pobre a quem esqueceram de ensinar a ler escrever para usar o ?benefício?. Em síntese: incompetente no combate à miséria, os governos cuidam de arranjar artifícios para uma conivência pacífica com ela. E com isso criam um Brasil de segunda classe, formado pela imensa legião dos que vivem e vão viver das esmolas que consomem quase tudo o que poderia ser usado em investimento para que a caridade desse lugar de vez à dignidade.
Na moita
Bem na moita, o ex-deputado Augusto Nardes tomou posse mesmo como ministro do Tribunal de Contas da União, nomeado por Lula, que fez ouvidos de mercador às denúncias de corrupção contra ele e nem esperou o julgamento da ação pública que corre contra a nomeação. Nardes é acusado de não atender à exigência constitucional de idoneidade moral e reputação ilibada para o exercício do cargo.
Sem defuntos
A Marinha, o Exército e a Aeronáutica passam agora a cotejar as folhas de pagamento dos militares reformados, da reserva remunerada e dos pensionistas com os registros de óbitos nos cartórios de todo o país. É para evitar o pagamento de benefícios a defuntos, como ocorre em massa no INSS.
Vai escapar
O suplente de senador Wellington Saraiva vai escapar. O PMDB não deixará que ele seja cassado pela falsificação do domicílio eleitoral. É que a situação dele é igual ao do senador José Sarney, eleito pelo Amapá sem jamais ter morado lá. Aliás, Sarney desistiu de candidatar-se pelo Maranhão, onde suas chances são mínimas. Fica mesmo no Amapá., onde pode se eleger com votação de vereador. Conquistou seu mandato atual com apenas 97 mil votos. Sua filha Roseana, no Maranhão, teve 13 vezes mais: 1.3 milhão.
Festa
É festa na Igreja Católica em Brasília, que comemora hoje os 80 anos do Cardeal dom José Freire Falcão, Arcebispo Emérito da capital do país. Amanhã, na Catedral, dom João Braz de Aviz, atual Arcebispo, celebra, com todo o clero da Arquidiocese, missa para comemorar a data.
Vexame
Enquanto o resto do governo torra dinheiro nas viagens internacionais, o nosso embaixador na Alemanha, Seixas Correia, exagera no fazer média com o Itamarati e no medo do TCU. O governador de Santa Catarina, Luiz Henrique, passou por um vexame lá. Empresários convidados para uma reunião de trabalho com ele só tiveram direito a doses pediátricas de água e suco de laranja.
Coleguinha
O ex-deputado Severino Cavalcanti vai virar profissional da comunicação, trabalhando na rádio que conseguiu para o filho ? aquele que depois de morto foi acusado de receber a propina que cassou o pai ? em Taquaritinga (PE). O novo coleguinha garante ter uma vocação tremenda para o jornalismo.
Foguetes
O Exército está instalando uma bateria de lançadores múltiplos de foguetes em Formosa, município goiano a 79 km de Brasília.
Endoidou
O senador Ribamar Fiquene, suplente em exercício da enferma bancada maranhense, parece que endoidou. É dele um projeto de emenda constitucional que concede às câmaras municipais o poder de fixar o número dos seus vereadores. Já pensaram na farra?
É hoje
Mais de 120 milhões de brasileiros vão às urnas hoje para fazer o trabalho o que o Congresso não teve coragem de fazer: decidir sobre a proibição ou não do comercio de armas de fogo e munição no país.
Vavá
Taí o irmão mais velho de Lula envolvido em maracutaias. Cada presidente tem o Billy Carter que merece.
Gaiatice
Aqui juntinho de Brasília, a juíza de Águas Lindas de Goiás, mandou soltar 19 presos da cadeia local. Segundo ela, a medida foi necessária para evitar as constantes fugas de detentos da superlotada prisão.
Fica bem?
Será que fica bem para um governo austero permitir que uma empresa uruguaia, a Trexey Investiment, com sede em Montevidéu, que responde a inquérito administrativo na Comissão de Valores Mobiliários, pague, num acordo, pela participação de dois de procuradores da dita CVM num curso de pós-graduação, a R$ 21 mil cada um?
Caro e de graça
Uma conta de mais R$ 102 mil para o contribuinte pagar. É relativa ao aluguel de automóveis pelo escritório da presidência da República em São Paulo, que não se sabe para que serve. Enquanto isso, o Palácio do Planalto recebe de graça mais carros de luxo da Volks para uso de Lula.
No ar
O Superior Tribunal de Justiça criou a ?Revista On Line do STJ?, um excelente informativo sobre as atividades daquela corte, dirigido pelo competente jornalista Luiz Adolfo Pinheiro.
Perdeu
O Brasil perdeu mais uma. O jurista Francisco Rezek, que foi ministro do Supremo e chanceler de Collor, arruma as malas. Está de volta, depois de nove anos como membro da Corte Internacional de Justiça em Haia. Não conseguiu eleger-se para mais um mandato. .
Cultura
O nosso Manuelito Eduardo marca um tento. Conseguiu aprovar no ministério da Cultura o projeto de organização e disponibilização do precioso acervo documental do Instituto do Ceará, que deve custar em torno de R$ 250 mil.
Atrasada
Essa usina que vai produzir energia elétrica das ondas do mar no Ceará chega com 40 anos de atraso. Quando governador do Maranhão, José Sarney não levou a sério o projeto do coronel César Cals, que construía a usina de Boa Esperança, para montar uma delas na barragem sobre o Rio Bacanga, obra do hoje governador José Reinaldo, na ilha de São Luís.
Por Rangel Cavalcante
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