Maranhão.
Deputada compara momento político com obra de Dostoievisck.
Confira o artigo, publicado no Informativo do PFL a que a Política Real teve acesso – na íntegra:
“Crime e castigo”
Nos últimos cem dias, a sociedade brasileira assistiu
estarrecida, indignada, à crise que envergonha o país. Os brasileiros querem
uma solução, temem que o excesso de informações, denúncias,
questionamentos, por mais tempo, dissipem o foco da punição dos culpados. A
imprensa nunca dispôs de tanta matéria para preencher suas páginas, horários e
seus programas humorísticos.
Segundo pesquisa do Ibope, 81% da população tem
conhecimento desta crise. Acompanham tudo pelo rádio, TV,
jornal, revista ou internet. Vão formando sua própria opinião,
desenvolvendo o espírito crítico, discutem a situação do país e
do mundo. Ilude-se, portanto, aquele parlamentar que tenta
enganar seus eleitores.
A população tem autoridade para exigir a
punição severa dos envolvidos, dos enganadores. O povo quer
a cassação de mandatos de quem não honrou a representação.
Não há mais espaço para maus políticos em um processo político
moderno. Tenho a convicção que os brasileiros hoje sentem na pele o
risco que representa o voto errado. A esperança que iria vencer o
medo transformou-se em um pesadelo.
A corrupção se instalou, envolveu dinheiro farto e
sem controle. Recursos de origem desconhecida, crime articulado por
uma quadrilha que tomou o Brasil de assalto. O crime que
agora está sendo investigado desmonta um esquema
perverso que implodiu o Partido dos Trabalhadores,
deixando a mancha na história da democracia brasileira.
Aparecem os dirigentes do partido do governo envolvidos na
maior crise sofrida pelo Brasil. Irresponsáveis que jogaram
seus líderes e filiados em uma vala comum, maculando a
classe política como um todo. Rasgaram a bandeira da
ética, sustentada em anos de lutas, deixando o rastro de corrupção, envergonhando a todos.
Não venho aqui trazer frases prontas para alimentar hipocrisias. A promessa de
campanha que enganou 52 milhões de brasileiros não passava de uma trama comandada por quadrilheiros. O presidente Lula não chegou ao governo somente com os votos do PT. Foi eleito por simpatizantes que confiaram em uma mudança radical nos destinos do Brasil. O presidente Lula delegou áreas vitais no seu governo em confiança. Não coordenou e quando se deu conta havia sido traído. Queremos ouvir do presidente Lula quem são os traidores. Somente S.Exa. poderá declinar os nomes, abreviando o tempo de espera por soluções.
Enquanto isso, a credibilidade desanda. O número dos que desaprovam o
governo supera o dos que o aprovam — os itens de avaliação “ruim” e “péssimo” superam os “ótimo” e “bom”, segundo o IBOPE.
O volume de recursos envolvidos nesta crise, conhecida de todos, somente
poderia ter origem nas licitações fraudulentas, nos contratos superfaturados e nas falcatruas patrocinadas pela quadrilha que se alojou no governo. E o que é pior, circulou no sistema financeiro sem que os mecanismos de fiscalização do Banco Central detectassem as irregularidades. A crise alcançou o parlamento em função de deputados inescrupulosos e levianos das siglas de aluguel que não honraram o voto de seus eleitores.
No início, queriam fazer crer que se tratava de campanha da Oposição contra o
PT para impedir o presidente de governar. Falou-se até em golpe. Ora, esta crise originou-se no próprio governo, segundo o presidente Lula, sem o seu conhecimento, mas com o conhecimento do partido do Presidente e de aliados.
O Brasil tem pressa, e há senso comum entre os brasileiros: punir severamente
os culpados, avançar na discussão das reformas política e tributária, proporcionar agenda positiva e fazer com que o Congresso Nacional retome as votações, priorizando projetos sociais de grande importância para o povo brasileiro.
A reforma política não resolverá todos os problemas, mas, em seus pontos
básicos, impedirá abusos nas campanhas eleitorais. Promoverá o aprimoramento moral para combater a corrupção e eliminará os partidos artificiais e de aluguel.
O governo, omisso, exerce uma inércia preocupante. As decisões não aparecem.
Lembrem-se, não se governa do palanque, mas seguindo um plano, cobrando ações de ministros, chefes e auxiliares.
A credibilidade e a popularidade apresentam diferenças entre si. Enquanto a
popularidade sobe e desce periodicamente, a credibilidade não pode ser perdida pelo homem público. As pesquisas mostram que a credibilidade no presidente Lula despenca. O presidente perde a chance de salvar sua biografia.
É isso que o povo quer. É isso que o Brasil precisa.
(da redação com informações do Informativo do PFL)