Nordeste e a Crise.
Renan Calheiros considera precipitado falar em impeachment de Lula.
( Brasília-DF, 17/08/2005) O presidente do Senado, Renan Calheiros(PMDB-AL), considera precipitado falar-se em impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na manhã desta quarta-feira ,17, ele disse considerar que há uma evolução óbvia da crise política para um desfecho sem traumas para o país, pois, acredita, se está ampliando o espaço do diálogo. "Nós não vamos ter um desfecho dessa ordem", afirmou, afastando a possibilidade de impedimento do presidente da República.
- Falar em impeachment é precipitado. Não tivemos conclusão das investigações das CPIs (comissões parlamentares de inquérito) ainda. E se não tivemos essas conclusões, como falar em impeachment? O que temos é que cuidar das investigações, garantindo o direito de defesa de quem for acusado. Não dá para atropelar a formalidade processual - disse ainda o presidente do Senado.
A caminho da reunião em que a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal analisava o projeto de reforma eleitoral, Renan deteve-se várias vezes para responder a perguntas de jornalistas e explicou por que considera que a crise política está ganhando espaço no plano do diálogo.
- Acho que há uma evolução óbvia da ampliação do espaço da conversação, que é um espaço estreito. A entrevista em que o presidente Lula mostrou-se indignado e pediu desculpas em nome do PT e do governo foi importante. Ele, sem dúvida, foi apenas relativamente humilde, mas ampliou o espaço da conversação - enfatizou.
As duas principais conseqüências da fala presidencial, na opinião de Renan, foram o comportamento dos partidos de oposição que, segunda-feira ,15, deixaram de falar em impeachment, e o discurso em que o presidente José Sarney afirmou que Lula não cometeu crime de responsabilidade. No entender de Renan, esses dois fatos traduzem a ampliação do diálogo.
Para o senador, a melhor resposta que o Parlamento pode dar à crise, no momento, é aprovar uma reforma política profunda e radical, "porque só uma reforma profunda responde à dificuldade do momento, responde à crise política que enfrentamos".
Renan Calheiros lembrou que o Senado já realizou a primeira parte dessa reforma e afirmou que, seguramente, a Casa concluirá a segunda parte nesta semana, a fim de que a Câmara tenha tempo de aprová-la para que as mudanças já vigorem nas eleições de 2006. O presidente defendeu medidas como a redução do custo de campanhas, a transparência nos pleitos e novas regras para que o financiamento das candidaturas seja melhor fiscalizado pela sociedade.
( da redação com informações da Agência Senado)