Nordeste e a Indústria.
Setor cresceu na Bahia e em Pernambuco mas caiu no Ceará; Pesquisa revela desconcentração da indústria no Brasil.
( Brasília-DF, 21/06/2005) A Pesquisa Industrial Anual (PIA/Produto 2003) do IBGE, revelada agora há pouco, confirma a continuidade do processo de desconcentração espacial da indústria no Brasil. Enquanto São Paulo registou perda de 3,9 pontos percentuais na participação das vendas em 2003 frente a 2000, apresentaram crescimento Paraná (1,3), Rio de Janeiro (0,8), Bahia (0,6) e Goiás (0,4). A liderança do estado de São Paulo persiste em todas as categorias de produtos, e a participação do estado totalizou 42,5% em 2003 frente a 46,4% em 2000. Dos estados nordestinos pequisados, Bahia, Ceará e Pernambuco, só o Estado do Ceará teve uma redução na participação no bolo do setor industrial, o Ceará, que tinha 1,5 % do setor em 2.000 e caiu para 1,3% em 2.003, o primeiro ano do Governo Lula. Bahia cresceu de 4,5% para 5,1% de participação no setor, em vendas. Pernambuco evoluiu de 1,2% para 1,3% do setor, em vendas.
As vendas dos produtos alcançaram R$ 738 bilhões frente a R$ 431 bilhões, em 2000, aumento que reflete em grande parte a evolução dos preços industriais (o índice de preços industriais da FGV variou 61% no período). Os seis estados que alcançaram os maiores valores de vendas, em 2003, foram os mesmos que em 2000: São Paulo (R$ 313,3 bilhões), Minas Gerais (R$ 73,4 bilhões), Rio Grande do Sul (R$ 64,6 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 54,4 bilhões), Paraná (R$ 52,8 bilhões) e Bahia (R$ 37,6 bilhões). Na sétima colocação em valor de vendas em 2003, Amazonas (R$ 30,2 bilhões) ocupou o lugar de Santa Catarina, que caiu para oitavo.
Em 2003, as vendas de óleo diesel (1º no ranking) totalizaram R$ 26,9 bilhões, vindo a seguir automóveis de 1500 a 3000 cilindradas (R$ 19,9 bilhões), gasolina automotiva (R$ 13,4 bilhões), minérios de ferro beneficiados (R$ 13,2 bilhões), automóveis de até 1000 cilindradas (R$ 9,8 bilhões) e telefones celulares (R$ 9,1 bilhões).
Bens intermediários crescem em razão das exportações - Duas categorias de produtos ganharam espaço e duas perderam na PIA Produto 2003 em relação a 2000. Bens Intermediários (produção de matérias-primas e insumos) apresentou o maior crescimento na pesquisa (3,9 pontos percentuais), passando de 54,9% (2000) para 58,8% (2003) do total das vendas. O crescimento resulta em grande parte do aumento nas exportações brasileiras, que têm forte presença de produtos semimanufaturados e do aumento da produção interna do setor de petróleo e derivados. Bens de Consumo Duráveis (automóveis, eletroeletrônicos, celulares) registrou elevação de 0,2 ponto percentual, passando de 8,0% para 8,2%.
Apresentou queda de 2,4 pontos percentuais Bens de Consumo Semiduráveis e Não Duráveis (vestuário, alimentos, bebidas), que passou de 24,6% para 22,2%, e de 1,9 ponto percentual a categoria de Bens de Capital (máquinas e equipamentos), que passou de 9,3% para 7,4%. As vendas de Serviços Industriais (como por exemplo serviços associados à extração de petróleo e gás; e manutenção de aeronaves) tiveram participação praticamente constante entre 2000 (3,2%) e 2003 (3,4%).
( da redação com informações do IBGE)