Transnordestina.

( Brasília-DF,11/08/2004) Governadores nordestinos se encontraram para afinar discurso para a Transnordestina( ferrovia) face a chegada das PPP´s. O presidente do Banco do Nordeste, Roberto Smith, também participou do encontro – onde existir empresa pública atuando os órgãos de fomento do Nordeste poderão atuar, como é o caso do BNB. 

 

A reunião dos governadores nordestinos que se realizou nesta manhã, em Teresina, e segue pela tarde - onde está sendo discutida a viabilização da Ferrovia Nova Transnordestina, que esta será integrada à Ferrovia Norte-Sul e, também, aos portos de Pecém (CE) e de Suape (PE) - tem sido marcada pela unificação dos discursos, coisa rara quando envolve os interesses nordestinos.

 

 A fala de Wellington Dias, anfitrião do evento que se realiza em Teresina, deu o tom:

 

 

 - É uma ferrovia com capacidade para movimentar 30 milhões de toneladas de grãos por ano - frisou.

 

Reunido com os governadores Lúcio Alcântara (CE), Jarbas Vasconcelos (MA) e José Reinaldo Tavares (PE), Wellington destacou ainda que, além de grãos produzidos no Piauí, especialmente a produção de soja dos cerrados piauienses e maranhenses, a Ferrovia Transnordestina vai transportar milho, feijão, algodão, calcário e minérios, como o níquel que será produzido no município de Capitão Gervásio (PI).

 

Outra novidade é a criação do Trem de Passageiros para transportar por ano, pelo menos, 2,5 milhões de pessoas. Esse trem terá uma linha com extensão de 2.070 km, vagões com dois andares, capacidade para 160 passageiros e contará com 23 estações de Fortaleza a Eliseu Martins e 13 de Recife a Araripina.

 

Nesta reunião com os governadores do Ceará, Maranhão e Pernambuco e o presidente do Banco do Nordeste do Brasil, Roberto Smith, os parceiros estão buscando uma pactuação desse projeto comum para viabilização da ferrovia. "A Nova Transnordestina é importante para o Piauí por se tratar da última fronteira agrícola do Brasil que se encontra em plena expansão", declarou o governador.

 

Jarbas Vasconcelos, de Pernambuco, defende  a adoção do novo modelo, já apresentado no mês passado, que deverá incrementar ainda mais a economia do Estado.

 

O atual projeto prevê a integração da produção de grãos dos estados do Maranhão e do Piauí – mercados emergentes do setor – com os portos de Pecém, no Ceará, e de Suape, em Pernambcuo. De acordo com o presidente da Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN), Jayme Nicolato, o modelo anterior não tinha uma viabilidade econômica forte.

 

A Nova Transnordestina vai custar U$ 1,4 bilhão (algo em torno de R$ 4,3 bilhões), dividido duas partes, sendo 50% bancados pelos acionistas e os outros 50% oriundos de financiamentos. Entre as mudanças estão a extinção dos ramais previstos para ligar as cidades de Salgueiro (PE) e Missão Velha (CE), e de Crateús a Piquet Carneiro (ambas no Ceará).

 

Também estão previstas as ligações entre Araripina (PE) e Crato (CE), e Araripina a Eliseu Martins (PI). Com isso, o município de Araripina ganhará importância estratégica na logística da região, e o Ramal do Gesso – que vai servir para escoar a produção de gipsita até o porto de Suape – não sofrerá alterações. O trecho entre Petrolina e Salgueiro está previsto para a segunda etapa.

 

A idéia de ligar Pernambuco, entende Jarbas, aos novos mercados produtores de grãos resulta da falta de opções para o escoamento dessa produção. Os principais portos do Brasil estão saturados e, estrategicamente, Suape e Pecém estão em melhores condições para esse tipo de embarque. Um dos grandes atrativos do setor de grãos é a lavoura de soja, que atualmente ganha grande impulso no Piauí e no Maranhão.

 

 

 

( da redação com informações de assessoria)