Piauí.
Senador diz que críticas ao Governo surgem face ao fogo amigo
( Brasília-DF,27/08/2004) O senador Heráclito Fortes (PFL-PI) afirmou em discurso no Plenário nesta sexta-feira ,27, que muitas das denúncias atribuídas pelo governo à oposição na verdade vêm de setores do próprio PT, no chamado “fogo amigo”. Por exemplo, disse, as denúncias de que o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, não teria declarado ao imposto de renda contas bancárias no exterior foi atribuída a vazamento de informações feito pela oposição na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Banestado.
Segundo Fortes, a CPI não tem esses dados, até porque Meirelles nunca foi objeto de desconfiança da comissão. O senador destacou que o presidente do BC foi objeto de desconfiança dentro do próprio PT, uma vez que Meirelles tem passado político conectado ao PSDB.
- A oposição mostra, mas a origem vem da ambição que toma conta de setores do governo – disse Fortes.
-
O senador criticou a falta de consenso dentro do próprio governo sobre a medida provisória (MP) que deu a Meirelles status de ministro, garantindo-lhe assim foro privilegiado em caso de processo judicial. Agora a MP vem sendo atacada por membros do próprio governo porque dificulta a indicação do presidente do BC para candidatura ao governo de São Paulo em 2006.
- Todas as crises do governo surgem ligadas à eleição para o estado de São Paulo em 2006. Principalmente frente à administração brilhante que Geraldo Alkmin vem fazendo no estado – disse.
Heráclito Fortes lamentou que vícios que o PT combatia no passado, agora assume, aperfeiçoa e leva
- Se um cineasta quisesse fazer um filme sobre o assassinato do prefeito Celso Daniel, do PT de Santo André, São Paulo, será que a Agência Nacional de Cinema e Audiovisual (Ancinav) permitiria o financiamento? – questionou, referindo-se ao projeto de lei que o governo apresentou pretendendo criar agência para fiscalizar e regulamentar a produção audiovisual nacional.
Em aparte, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) destacou que o presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha (PT), sugeriu a instituição de foro privilegiado para presidente do BC, mesmo sem dar ao ocupante desse cargo status de ministro.
- O que se quer na verdade é proteger o presidente do Banco Central de eventual investigação, de responsabilização civil e criminal e de julgamento pelo Judiciário. É óbvio que o presidente do Banco Central tem que ter credibilidade, sem isso não há estabilização econômica do país. Mas não se conquista credibilidade com MP. Medida provisória não é sentença judicial de absolvição. Ao editar MP para defender Henrique Meirelles, o presidente Lula o julga antecipadamente e o condena – afirmou AlvaroDias.
( da redação com informações da Agência Senado)