Piauí.
Senador piauiense volta a falar sobre uma alternativa ao apagão nas estradas; Alberto Silva fala no momento seguinte às recente declaração do Nascimento de que não importa de onde vem o dinheiro para recuperar as estradas.
( Brasília-DF,27/08/2004) Apesar de o Brasil estar demonstrando um bom desempenho na economia, pode enfrentar problemas sérios se não cuidar de seu sistema de transportes, alertou o senador Alberto Silva (PMDB-PI) em discurso nesta sexta-feira ,27, no Plenário. Para ele, se não for feito um programa imediato de recuperação das estradas, existe risco de falência do sistema, o que poderá levar o país a um “Apagão” da malha rodoviária, como ocorreu com o setor elétrico em 2001. Esse programa, acrescentou, poderia também gerar um milhão de novos empregos, previu o parlamentar piauiense. Ele começou a fala fazendo referência a artigo da jornalista Mirian Leitão, do “ O Globo”. Silva fala no momento seguinte as recentes declaração do ministro Alfredo Nascimento, dos Transportes, de que não “importa de onde vem o dinheiro” para recuperar as estradas.
O senador citou estudo feito junto às transportadoras e aos demais usuários das estradas segundo o qual cerca de 32 mil quilômetros de estradas federais estão intransitáveis. Desse total, aponta o levantamento, 25 mil quilômetros necessitam apenas de um novo asfalto enquanto os sete mil quilômetros restantes precisam ser totalmente refeitos (base e capa). Se tudo for realizado no ritmo que o governo está pretendendo, a recuperação das rodovias poderá levar quase cinco anos para ser completada, informou o parlamentar.
Ele também observou que, apesar de o governo insistir, por meio de seus órgãos, nas parcerias com o setor privado para as medidas de reconstrução das estradas e posterior cobrança de pedágio, onde as rodovias estão mais danificadas, mais ao norte do Brasil, principalmente acima da Bahia, ninguém quer investir.
- O problema das estradas é ainda mais grave do que o que ocorreu com o setor elétrico, pois para este tem sempre um jeitinho, como as usinas termoelétricas, por exemplo, mas as estradas destruídas, não têm jeito – advertiu Alberto Silva, ao frisar que os estados estão cuidando de suas rodovias estaduais, mas as federais estão abandonadas.
Em sua opinião, a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), que foi criada para essa destinação, deveria ter mais recursos utilizados para as obras. “Ainda sobra dinheiro e eu apelo ao ministro José Dirceu (Casa Civil) para liberar mais verbas com esse fim”, sugeriu o senador.
Detalhando sua idéia, ele recomendou que uma câmara de gestão setorial, com poderes especiais para facilitar a execução de licitações, com projetos modernos de construção de estradas, e a parceria da Petrobras, poderia agilizar a recuperação da malha.
Em aparte, o senador Heráclito Fortes (PFL-PI) lembrou que esse não é o primeiro discurso de Alberto Silva sobre o assunto, e disse recear de que mais uma vez “a reclamação não fará eco nos gabinetes governamentais”. Também o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) apoiou as preocupações do orador que ainda citou as várias alternativas de combustível que o Brasil pode desenvolver para substituir a gasolina.
( da redação com informações da agência senado)