31 de julho de 2025

18 meses de poder e o Nordeste.

Governo faz balanço e diz que criou política de desenvolvimento regional; Dirceu destacou expansão do “crediamigo” mas falou também do Pronaf, transposição de águas, Prodetur e ações emergenciais – Lula disse que estava gostando do que estava sendo feito.

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( Brasília-DF,05/07/2004) Ao longo da exposição de uma hora e ( Brasília-DF,05/07/2004) Ao longo da exposição de uma hora e vinte minutos( das 16hs 05 às 17hs 25) em que o ministro José Dirceu, da Casa Civil, fez um relato das ações do Governo nos últimos 18 meses, o Nordeste não ficou restrito ao avanço das operações de microcrédito , antecipadas pela Agência  Politicareal no início do dia. O Banco do Nordeste foi a instituição lembrada, porém outros assuntos foram  destacados: o Governo criou uma política de desenvolvimento regional, porém ainda lembrava o atendimento à calamidades( “desastres naturais”) como ação de grande  relevância.

 

 

 

 

O ministro José Dirceu salientou durante sua fala que entre as “ ações para reduzir desigualdades” se inclui dois programas que quase ninguém conhece.  O “Conviver”, que teria sido criado para atender a região semi-árida do Nordeste. Esse programa teria 12 obras, em fase de conclusão(70%) que tratam de armazenar e distribuir águas e que ao final deverá atender, segundo o Governo, 2,45 milhões de pessoas. O outro programa seria o PROMESO, Programa de Sustentabilidade de Espaços Sub-Regionais, que não gerou 12 obras mas atenderia 12 regiões e visa mobilizar sociedades e economias com características comuns na busca do desenvolvimento.

 

 

SUDENE  E TRANSPOSIÇÃO – Dirceu  tratou dos temas tidos como difíceis para a região. A Nova Sudene e a transposição do São Francisco. Ele disse que o “executivo encaminhou ao Congresso a recriação da Sudene” – ficou nessa lacônica confirmação. Quando falou da transposição disse que o Governo iria iniciar a transposição do São Francisco com a construção dos canais. Também ficou nisso.  Depois falou umas duas vezes da parceria com os governadores, sempre lembrando que eles foram atendidos com o Fundo de Desenvolvimento Regional, confirmando as grandes dificuldades que os partidários de uma Sudene fortalecida com os recursos de parte do Cofins, que compõe o FDR, terão  para ficar, ao menos, com 50% desse quinhão na discussão final da Câmara e que irá ao Senado. Enquanto os dois falavam, o relator da proposta de recriação da Sudene, deputado Zezeu Ribeiro(PT-BA) conversava, e foi por duas vezes, com o presidente do BNDES, Carlos Lessa - que poderá ser convocado a liberar recursos do Banco com um “ corte regional”, como querem alguns senadores e deputados.

 

 

 

 

Dirceu deu destaque as instituições ligadas ou dirigidas por nordestinos. O Banco do Nordeste foi o mais citado, tanto na retomada dos empréstimos, com o FNE, como nas operações com as pequenas e micro-empresas, com o Pronaf e com o microcrédito, que é tocado no banco com a sigla do “Crediamigo”.   A  outra empresa dirigida por nordestino, os Correios, a ECT, foi lembrada nas ações que vem levando o Banco Postal a 4 mil postos no País. A ECT  é dirigida . pelo ex-ministro João Henrique. 

 

 

Dirceu não citou em sua fala que foi criado o Conselho Nacional de Desenvolvimento Regional. Um dos pontos que vêm fazendo o ministro Ciro Gomes, da Integração, ficar mais mobilizado e orgulhoso. Na semana passada ele falou de parte do Plano em encontro na Associação Comercial do Rio de Janeiro.

 

 

O presidente do Banco do Nordeste, Roberto Smith, sentou ao lado do presidente dos Correios, João Henrique Sousa, bem distante de Ciro Gomes que ficou na segunda fila de cadeiras postas à frente de Dirceu, do presidente Luís Inácio Lula da Silva e do vice, José Alencar.

 

 

Dirceu disse que o atendimento aos pleitos dos prefeitos foi destacado. Disse que a realação com os prefeitos foi pautada no atendimento a quatro pontos que representariam 90 % do que foi pedido pelos três grupos representativo de prefeitos: o aumento do Fundo de Participação dos Municípios, o maior controle pelos municípios dos recursos para transporte escolar, o repasse dos recursos do salário educação e os 25% dos recursos da CIDE dos 29% que forem repassados aos governadores.

 

 

Dirceu fez referência ao atendimento aos desastres naturais que preferiu usar em substituição às catástrofes.  Lembrou a decisão de se antecipar recursos da Cide e FGTS.

 

 

RECADOS E LULA – José Dirceu chegou a falar 5 vezes a palavra  desburocratizar ou suas variáveis. Chegou a dizer que governar é desburocratizar, numa clara referência a declaração feita na semana passada pelo ministro Fernando Furlan, do Desenvolvimento, que reclamou do excesso de burocracia no país. Ele também mandou recado para os ministros dos Transportes, do Meio Ambiente e ao Ibama, para desembaraçar as ações para que as obras em infra-estrutura evoluam.   Apesar da falta de jeito de Dirceu, o  presidente Lula tentou consertar. Após a fala de Dirceu ele fez um discurso de 35 minutos em que destacou que governar era outra coisa -  ter paciência. Disse que se condoía quando via as críticas contra seus colaboradores e que esse ou aquele iria sair, numa referência aos ministros Aldo Rebelo, da Coordenação Política, e José Viegas, da Defesa. Ele lembrou que o importante seria o final do trabalho, no final do mandato, primeiro de janeiro de 2.007.

 

 

Ele disse que estava gostando do que estava fazendo e que estaria melhor se tivesse feito mais.

 

 

“ Quando jogava bola queria resolver logo tudo, fazer todos os gols, mas depois vi que não dava, o outro tinha zagueiros e goleiro. È a mesma coisa na Política”.  Ele disse que eventos como aquele que estava sendo feito eram importante pois se poderia comparar com o que tinha sido feito. Lula disse aos ministros, presidentes de estatais e líderes que eles tinham que se orgulhar e que esses eram os primeiros 18 meses do governo deles e que muito iria ser feito. Ele insistiu em dizer que incentivava seus ministros a irem ao  Congresso e que desejava que eles fossem mais.

 

 

Em seguida, foi apresentado um vídeo das ações do Governo aos presentes.

 

 

( da redação, reportagem de Toni Duarte e  coordenação de Genésio Araújo Junior.)