31 de julho de 2025

Um grave golpe

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As denúncias reveladas nos plenários da Câmara e do Senado na manhã dessa sexta-feira,13, a partir de uma ampla reportagem publicada por ?Época?, que estará nas bancas deste fim de semana, são um grande golpe para o chamado núcleo duro do Governo Lula.

As informações dissecadas pelos senadores de oposição de que o então sub-chefe da assessoria parlamentar da Casa Civil( ele teria sido demitido por Lula mas ainda não tinha sido publicado no Diário Oficial da União), Valdomiro Diniz da Silva, teria recebido e cobrado propina para uso eleitoral e próprio no exercício de um cargo público, o comando da Loteria do Estado do Rio de Janeiro, Loterj. Valdomiro é historicamente ligado ao ministro chefe da Casa Civil. Os senadores da oposição foram bastante duros e pediram tanto a exoneração de Valdomiro como a do poderoso ministro José Dirceu. Na Câmara, não foi diferente, aliados do governador Roriz, do DF, visto que um dos favorecidos dos pedidos de propina seria o ex-deputado Geraldo Magela(PT-DF), que disputa judicialmente com o governador do DF o mandato de governador, e os deputados Jutahy Magalhães(PSDB-BA) e Sebastião Madeira(PSDB-MA), ambos da Executiva tucana, foram bastante veementes.

A oposição se diverte e cobra explicações, inclusive teve gente assinando CPI, mas o que chama atenção é o silêncio dos aliados. È verdade que os lideres do PT se pronunciaram. A senadora Ideli Salvati(PT-SC) só apareceu em plenário depois que tinha algo a dizer, mas ela é correligionária, Seu!. Os aliados nem deram as caras. Naturalmente queriam saber um pouco mais, apesar da notícia já ter sido conhecida ainda na noite da quinta. O PMDB se calou. Na semana que vem teremos novidades, mas fica evidente o enfraquecimento de Dirceu. Na reunião presidencial, anunciada por Salvati ao dar explicações aos senadores, ela informava a ausência do ministro Dirceu ? essa ausência foi referida com destaque. Os partidos da base ganham, notoriamente, força, muita força. O interessante é que isso se revelou numa sexta-feira,13, em tempo que os políticos estão fechando suas forças dentro do Congresso. Nada mais sonoro.

Existia um sentimento de que o Governo estava se fortalecendo e que o acerto com a base aliada se dava mais pelo querer da base do que do próprio governo e sua articulação. A nítida decisão do novo governo em montar um novo arenão, como dizem os seus críticos, é aparentemente abalada. Pode ser que não dê nada e que o inquérito policial na PF e uma investigação no Ministério Público esclareçam que o núcleo duro do Governo não tenham sido atingidos, mas daqui para lá, em ano de eleição, a pecha e a fama vai servir para que os aliados fiquem bem mais fortalecidos. Enfim, nesse jogo da montagem da notória coalizão fica evidente que o jogo virou.

Boa sabatina a todos.

PONTUANDO

Na semana que vem o Congresso reinicia a sessão legislativa com todo gosto. A pauta vai ser mudada, né!?

O ministro Eunício Oliveira, das Comunicações, dá sinais de que deseja usar o Fust e o Funtell, fundos criados após as privatizações das teles e que não eram usados para atender as comunidades nos estados, especialmente com o argumento da inclusão digital.

O interessante é que setores da Bancada do Nordeste estão querendo que os recursos do Fust, que vem a ser uma baba daquelas( de 20 a30%% vai para o Nordeste), possam ser usados como outros fundos setorias para compor a recriação da Nova Sudene.

Na terça-feira, estaria programada a votação do Plano Plurianual. Já há informações de que o Governo vai vetar por conta da decisão do relator, um petista, incluir um redutor no superavit primário. Com essa de sexta ninguém sabe como vai ficar.

Pelo texto de Saturnino Braga, o relator, o Nordeste teria direito, até 2.007, de ter uma nova refinaria. A outra ficaria no Sudeste. Interessante.

Nota de Rodapé: Ninguém é santo, ninguém é demônio.

por Genésio Araújo Junior

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