Deputado André Janones tem mandato suspenso por 3 meses; segundo relator no Conselho de Ética, situação se agravou pois Janones usou termos homofóbicos contra deputado Nikolas Ferreira, ambos são de Minas Gerais
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( Publicada originalmente às 13 h 50 do dia 15/07/2025)
(Brasília-DF, 16/07/2025). Nesta terça-feira, 15, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados decidiu por 16 votos contra 3, suspender o mandato do deputado André Janones (Avante-MG) pelo prazo de três meses. Janones ainda pode recorrer da decisão ao Plenário da Câmara.
A Mesa Diretora, na representação original contra Janones (REP 3/25), pedia a suspensão cautelar do mandato por seis meses. O parlamentar é acusado de proferir manifestações gravemente ofensivas, de baixo calão e provocativas contra o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) enquanto este discursava na tribuna, na última quarta-feira ,9.
O relator da representação, deputado Fausto Santos Jr. (União-AM), observa que as ofensas provocaram uma confusão generalizada no Plenário, que teve de ser controlada pela Polícia Legislativa e levou à interrupção da sessão.
A situação, para o relator, se agravou pelo fato de André Janones ter utilizado termos homofóbicos contra Nikolas Ferreira.
"O uso de expressões de cunho homofóbico, com o intuito de insultar ou diminuir um adversário político, constitui conduta grave e discriminatória. O emprego dessas palavras como forma de xingamento reforça estigmas históricos, normaliza o preconceito e perpetua a marginalização dessa população no espaço público e institucional", condenou Fausto Santos Jr.
Defesa
André Janones, em sua defesa na reunião do Conselho de Ética, afirmou que estava no Plenário se manifestando em suas redes sociais contra a taxação de produtos brasileiros pelos Estados Unidos - mesmo tema do discurso de Nikolas Ferreira. "Quando você está no Plenário e fala, a sua fala não chega até a tribuna. É absolutamente impossível que a fala de algum deputado no Plenário atrapalhe quem está na tribuna", argumentou.
André Janones afirmou que foi fisicamente agredido durante a confusão e também foi apalpado no pênis. "De repente eu começo a levar chutes muito fortes nas minhas pernas, pela frente e por trás. Estão gravadas estas agressões físicas", afirmou.
André Janones ainda declarou que não havia sido informado com antecedência sobre a reunião e, por isso, não teve direito a ampla defesa. O presidente do Conselho de Ética, deputado Fabio Schiochet (União-SC), respondeu que o rito foi seguido e que o gabinete de André Janones havia sido comunicado na sexta-feira.
( da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)