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- Contato Brasil, 10 de dezembro de 2024 21:58:34
( Publicada originalmente às 10h 15 do dia 28/11/2024)
(Brasília-DF, 29/11/2024) Na manhã desta quinta-feira, 28, o Banco Central divulgou Estatísticas Monetárias e de Crédito com os dados atualizados até outubro de 2024. Chama atenção que aumentou o volume financeiro no mercado, tem mais dinheiro, mas os juros estão estabilizado para as pessoas físicas, e por incrível que pareça aumentou para empresas.
Em outubro, o saldo do crédito ampliado ao setor não financeiro atingiu R$17,9 trilhões (155,8% do PIB), avançando 1,5% no mês, com expansões de 4,6% nos empréstimos externos, refletindo a depreciação cambial de 6,05% no período, e 1,3% nos títulos públicos de dívida. Em 12 meses, o crédito ampliado expandiu 14,3%, com crescimentos de 13,4% nos saldos dos títulos públicos de dívida, 10,4% nos empréstimos do SFN e 17,8% nos componentes de dívida externa.
O crédito ampliado a empresas atingiu R$6,3 trilhões (55,0% do PIB), avançando 1,6% no mês, ressaltando-se a expansão de 4,5% nos empréstimos externos, como mencionado, influenciado pela depreciação cambial. Em relação a outubro de 2023, a expansão de 15,2% decorreu das elevações de 25,5% em títulos de dívida e de 14,7% nos empréstimos externos.
O crédito ampliado às famílias atingiu R$4,2 trilhões (36,2% do PIB), crescimentos de 0,9% no mês e de 12,1% em doze meses, refletindo, basicamente, o comportamento dos empréstimos do SFN.
SFN – Sistema Financeiro Nacional
O saldo das operações de crédito do SFN alcançou R$ 6,3 trilhões em outubro, com crescimento de 0,7% no mês.
Esse desempenho decorreu dos aumentos de 0,3% no crédito destinado às pessoas jurídicas e de 1,0% no às pessoas físicas, totalizando R$2,4 trilhões e R$3,9 trilhões, respectivamente. Na comparação com igual período do ano anterior, o saldo do crédito do SFN acelerou em relação ao mês anterior, 10,8% ante 10,6%. Por segmento, considerados os mesmos períodos de comparação, o crédito destinado às empresas acelerou, com alta de 8,9% ante 8,1%, enquanto o às famílias registrou arrefecimento no rítmo de expansão, com avanço de 12,0% ante 12,2% registrado em setembro.
O saldo das operações de crédito com recursos livres alcançou R$3,6 trilhões em outubro, com incrementos de 0,2% no mês e de 10,2% em doze meses. O crédito às empresas delcinou 0,7% no mês e expandiu 8,7% sobre o mesmo período do ano anterior, totalizando R$1,5 trilhão. Esse movimento foi determinado, basicamente, pela redução das carteiras de desconto de duplicatas e outros recebíveis (-5,1%, após crescimento sazonal observado no mês anterior) e capital de giro com prazo superior a 365 dias (-1,9%).
O crédito livre destinado às famílias aumentou 0,9% no mês e 11,3% em doze meses ao atingir R$2,1 trilhões. Contribuiram de forma determinante para esse crescimento os incrementos das carteiras de cartão de crédito à vista (+1,6%), financiamento para a aquisição de veículos (+2,0%), crédito pessoal não consignado (+1,2%) e de crédito pessoal consigando para trabalhadores do setor público (+0,6%).
O saldo das operações de crédito com recursos direcionados cresceu 1,4% no mês e 11,7% em doze meses, atingindo R$2,6 trilhões em outubro. Por segmento, o crédito direcionado às pessoas jurídicas totalizou R$868,1 bilhões, com altas de 2,2% no mês e de 9,5% na comparação com igual período do ano anterior, e o crédito direcionado às pessoas físicas somou R$1,8 trilhão, com incrementos de 1,0% no mês e de 12,8% em doze meses.
As novas contratações nominais de crédito do SFN somaram R$649,3 bilhões em outubro. Nas séries sazonalmente ajustadas, as concessões aumentaram 1,4% no mês, com avanço de 3,3% nas operações destinadas às empresas e redução de 0,7% nas com as famílias. Nos doze meses acumulados até outubro, as novas contratações nominais variaram 14,4%, com incrementos de 15,5% nas operações com pessoas jurídicas e de 13,5% nas com pessoas físicas. As novas contratações médias diárias recuaram 7,2% no mês, com decréscimos de 8,8% nas operações com empresas e de 5,9% nas contratadas com as famílias. Cabe ressaltar a ocorrência de dois dias úteis a mais em outubro em relação ao mês anterior.
A taxa média de juros das novas contratações cresceu 0,5 p.p. no mês e diminuiu 1,2 p.p. em doze meses ao situar-se em 28,1% a.a. em outubro. Nas operações destinadas às pessoas jurídicas, a taxa média de juros alcançou 19,0% a.a., com alta mensal de 1,3 p.p. e decréscimo de 0,8 p.p. em doze meses. Nas operações com pessoas físicas, a taxa média manteve-se estável no mês em 32,4% a.a., com redução de 1,8 p.p. em doze meses. O spread bancário, que corresponde à diferença entre as taxas médias de juros praticadas nas operações de crédito e o custo de captação, assinalou estabilidade no mês e redução de 1,6 p.p. em doze meses, atingindo 18,4 p.p..
No crédito livre, a taxa média de juros alcançou 40,2% a.a. em outubro, alta de 0,3 p.p. no mês e redução de 1,8 p.p. em doze meses. Nas operações com empresas, a taxa média registrou aumento mensal de 0,8 p.p. e diminuição de 1,6 p.p. em doze meses ao situar-se em 21,4% a.a.. Foram determinantes para o crescimento da taxa média no mês, os incrementos das taxas médias das operações com cartão de crédito rotativo (+95,7 p.p.) e de cheque especial (+12,2 p.p.). Nas operações de crédito livre às famílias, a taxa média de juros manteve-se estável em 52,4% a.a., com redução de 2,7 p.p. em doze meses.
No mês, o efeito da variação das taxas de juros (efeito taxa) foi determinante para o crescimento da taxa média de juros do crédito livre, sendo atenuado, em parte, pelo efeito decorrente da alteração na composição das carteiras (efeito saldo).
O Indicador de Custo do Crédito (ICC), que mede o custo médio de todo o crédito do SFN, situou-se em 21,7% a.a., variando -0,1 p.p no mês e -0,4 p.p. em 12 meses.
A taxa de inadimplência do crédito total do SFN, considerados os atrasos superiores a 90 dias, situou-se em 3,2%, com estabilidade no mês e redução de 0,3 p.p. comparativamente a outubro de 2023. Por segmento, a inadimplência da carteira de crédito de pessoas jurídicas situou-se em 2,3%, enquanto a de pessoas físicas alcançou 3,7%, ambas com redução mensal de 0,1 p.p.. Em doze meses, a inadimplência das operações com empresas e famílias diminuiu 0,5 p.p. e 0,2 p.p., respectivamente.
No crédito livre, a inadimplência alcançou 4,4% da carteira em outubro, com diminuição de 0,1 p.p. no mês e de 0,5 p.p. em doze meses. Por segmento, a inadimplência da carteira de crédito livre às empresas e às famílias, situaram-se em 2,9% e 5,5%, respectivamente, com estabilidade mensal no segmento empresarial e redução de 0,1 p.p. no tocante às famílias. Em doze meses, os percentuais de inadimplência registraram queda de 0,6 p.p. e de 0,4 p.p., na mesma ordem.
O endividamento das famílias situou-se em 48,0% em setembro, sem variação em relação ao mês anterior e queda de 0,1 p.p. em 12 meses. O comprometimento de renda caiu 0,2 p.p., alcançando 26,5%. A variação em doze meses continua negativa, em -0,4 p.p..
Agregados monetários
A base monetária encerrou o mês de outubro em R$437,7 bilhões, crescimento de 1,8% no mês e de 10,1% em doze meses. No mês, o volume de papel-moeda em circulação e as reservas bancárias aumentaram 0,3% e 8,2%, respectivamente.
Entre os fluxos mensais dos fatores condicionantes da base monetária, apresentaram expansão as operações com títulos públicos federais, R$12,1 bilhões (colocações líquidas de R$36,8 bilhões no mercado primário e compras líquidas de R$48,9 bilhões no mercado secundário), as do setor externo, R$536 milhões e as com derivativos, R$30,3 bilhões. Impactaram de forma contracionista, as operações do Tesouro Nacional, R$16,1 bilhões, e os depósitos de instituições financeiras, R$6 bilhões (recebimento de depósitos voluntários a prazo, -R$9,1 bilhões, liberação de recursos de depósitos a prazo, +R$596 milhões, de recursos de caderneta de poupança, +R$723 milhões, de recursos de depósitos de garantias em espécie vinculadas a Linhas Financeiras de Liquidez – LFL, +R$1,5 bilhão e de recursos do Proagro, +R$237 milhões).
Os meios de pagamento restritos (M1) atingiram R$637,6 bilhões, diminuição de 5,4% no mês, decorrente das reduções em depósitos à vista (-9,1%) e papel-moeda em poder do público (-0,7%). Considerando-se dados dessazonalizados, o M1 recuou 2,2% no período.
O M2 avançou 0,5% no mês, atingindo R$6,4 trilhões, refletindo o crescimento do saldo dos títulos emitidos por instituições financeiras, 1,5%, totalizando R$4,8 trilhões. No período, o saldo dos depósitos a prazo cresceu 1,4%, totalizando R$3,2 trilhões, enquanto os saldos das letras financeiras e das letras de crédito avançaram, ambos, 1,8%. O saldo dos depósitos de poupança recuou 0,1% (R$1,0 trilhão), com captações líquidas negativas de R$6,3 bilhões. O M3 variou 0,4% em outubro, totalizando R$12,0 trilhões, resultado do aumento do M2 e da variação positiva no saldo das quotas de fundos monetários que totalizou R$5,3 trilhões (+0,4%). As operações compromissadas com títulos públicos federais recuaram 12,2%, enquanto as com títulos privados avançaram 7,6%. O M4 avançou 0,8% no mês, totalizando R$13,3 trilhões. Em 12 meses a variação foi de 13,7%.
(da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)