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  • Contato Brasil, 24 de novembro de 2024 07:35:02
Magno Martins
  • 22/02/2021 07h02

    Aprovado no primeiro teste

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    Arthur Lira ( foto: Arquivo Política Real)

    (Recife-PE) Articulistas da elite nacional da mídia em Brasília, as jornalistas Helena Chagas e Lídya Medeiros, ex-Globo, estão sempre antenadas com o que rola nos bastidores do Congresso. No relatório que produzem restrito a assinantes, o #Tag Repórter, avaliam que até adversários reconhecem que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), passou no primeiro teste de crise política. Fracassada a tentativa de acordo para relaxar a prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) em troca de um processo de cassação no Conselho de Ética, o novo chefe do parlamento brasileiro teve habilidade para dar um cavalo-de-pau na estratégia e não confrontar o STF.

    Com isso, segundo interpretam, passou a apoiar a manutenção da prisão de Silveira, posição da maioria da Casa, e articulou nesse sentido no plenário. Lira acabou por contrariar mais de uma centena de seus eleitores de três semanas atrás. Mas, ao deixar os bolsonaristas ideológicos na chapa quente, teve o cuidado de avisar o presidente da República para não entrar na briga, porque iria perder.

    A leitura política do episódio é que o presidente da Câmara demarcou uma linha no apoio do Centrão ao Governo, que nem de longe é incondicional. Ao enquadrar o bolsonarismo, Lira mostrou que, antes de tudo, cuida de seus interesses. Investigado e denunciado no Supremo, não correria o risco de derrubar a prisão decretada pela Corte.

    Espertamente, porém, criou uma comissão para propor mudanças no artigo da Constituição que trata da inviolabilidade e da imunidade do mandato parlamentar, regulamentando mais detalhadamente as ocasiões em que um deputado poderá ter sua prisão decretada pelo STF. Até os ácaros do tapete verde sabem que a PEC que resultar disso não irá ampliar, mas muito provavelmente restringir, as condições em que um parlamentar pode ir parar na cadeia.

    SILVA E LUNA GARANTIDO – Apesar das primeiras especulações sobre uma “rebelião” no Conselho de Administração da Petrobras, dificilmente, segundo interlocutores de conselheiros, a indicação do general Silva e Luna será rejeitada. O presidente do Conselho, Eduardo Bacellar Leal Ferreira, almirante da reserva, não pretende deixar seu cargo. Além disso, o governo conta com os votos de seis dos onze conselheiros. A avaliação é que, em plena crise e com as ações da empresa em queda livre, não seria prudente criar um impasse dessa dimensão com o controlador — o Governo Federal. A expectativa é que o general Silva e Luna seja eleito conselheiro e depois assuma a presidência da estatal.

    CHEIRO DE DERROTA – Deputados da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara acham que os mesmos ventos que sopraram no plenário para manter preso Daniel Silveira, por 364 votos contra 130, vão varrer da presidência da CCJ a também bolsonarista Bia Kicis, indicada pelo PSL com o apoio de Arthur Lira. Com sua escolha contestada desde antes do Carnaval, Kicis se manteve à distância da polêmica no caso Silveira. Mas a correlação de forças que se estabeleceu, separando o Centrão dos bolsonaristas de raiz — que estiveram juntos na eleição de Lira — está estimulando outros nomes do grupo a se candidatarem ao posto, com chances de derrotá-la na votação dentro da Comissão, em aliança com a oposição.

    PERDA DO MANDATO – A expectativa dos deputados que mantiveram Daniel Silveira na cadeia na semana passada é que o próprio STF relaxe a prisão nos próximos dias, substituindo-a por medidas cautelares e, quem sabe, uso de tornozeleira. Pela ordem natural das coisas, o próximo passo na Câmara seria cassar o mandato dele no Conselho de Ética, que volta a se reunir amanhã. Como se trata do mesmo colegiado que nem sequer tomou conhecimento da representação contra a deputada Flordelis, acusada de mandar matar o marido, há dúvidas se isso vai mesmo acontecer.

    INQUIETAÇÃO – Conhecedores do meio militar — da ativa e da reserva — acham que é preciso prestar atenção na relação tensa entre o comando do Exército e o Supremo Tribunal Federal. Alguns oficiais superiores concordam com críticas à Corte. Consideram que os ministros têm exorbitado, promovendo insegurança jurídica com decisões monocráticas, legislando no lugar do Congresso, e tolhendo espaço de poder do presidente da República, além de soltar bandidos e, em sua opinião, trabalhar para enterrar a Lava-Jato.

    O MARIDÃO DEPUTADO – Na eleição de 2018, já no exercício do primeiro mandato, a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), já com o poder subindo à cabeça, como está hoje, queria eleger a mãe Mércia Lyra ou o marido Fernando para Assembleia Legislativa. Foi contida pelo pai, o ex-governador João Lyra Neto. Agora, sonha acordada em transformar realidade o surto da picada do mosquito azul do maridão. Os aliados mais próximos acham uma grande aventura, até mesmo se for para valer o projeto da tucana de abandonar a Prefeitura para disputar o Governo do Estado, em 2022.

    CURTAS

    RECUOU – Da tacada em 600 pais de família tão logo foi reeleita, a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, pode readmitir boa parte, principalmente na área da saúde. Há uma expectativa que as renomeações sejam assinadas e publicadas no Diário Oficial do Município no próximo dia 1º. Nem todo mundo aguenta a tortura do arrependimento quando põe a cabeça diante do travesseiro.

    A RAZÃO – O prefeito de Sertânia, Ângelo Ferreira (PSB), preferiu ignorar a repercussão pelas redes sociais de um vídeo, postado ontem neste blog, sendo hostilizado durante o ato dos testes do Ramal do Agreste, sexta-feira passada, com a presença do presidente Bolsonaro. A gravação, segundo aliados, partiu de um politico sem expressão, que tentou um mandato de vereador por diversas vezes e nunca emplacou.

    Perguntar não ofende: A Câmara dos Deputados rasgou a Constituição ao manter o deputado bolsonarista preso?

     

     

     

     


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