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  • Contato Brasil, 24 de novembro de 2024 12:27:27
Magno Martins
  • 15/01/2021 10h03

    O jogo do poder

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    Arthur Lira e Baleia Rossi( foto: arquivo)

    (Recife-PE) Uma eleição que envolve as mais variadas conjecturas, que vão além das partidárias. Mais do que isso, não tem cor ideológica. Prevalece muito mais os pontos de negociações, com predominâncias sobretudo individuais. Assim é qualquer disputa que está em jogo o controle do Legislativo.

    No caso do Congresso, a eleição das mesas diretoras da Câmara e do Senado, se apequena. Vai para a miudeza da política. Severino Cavalcanti, que Deus já chamou, é o mais legítimo exemplo do produto de um protesto coletivo do chamado baixo clero. Deputados anônimos impuseram uma derrota histórica a Lula na fase mais poderosa do seu Governo, elegendo Biu, como era tratado, presidente da Câmara.

    Passadas duas décadas do efeito Severino, Arthur Lira e Baleia Rossi medem forças buscando voto a voto. Ambos são de centro direita, mas têm brigado pelos votos de governistas e oposicionistas, com um detalhe que chama atenção e que nunca foi objeto de pauta eleitoral na Câmara: a faca no pescoço para que, no caso de Baleia, de oposição, assuma o compromisso de abrir o processo de impeachment do presidente da República. Onde já se assistiu um absurdo de tamanha natureza!

    Foi o PT que exigiu e Baleia teve que engolir, mas isso não tem a menor importância. Deputado petista por mais que acredite na palavra empenhada de Baleia sabe que afastamento de presidente são circunstâncias e não depende de presidente A ou B pôr em pauta. Mas essa eleição da Câmara que se avizinha tem de tudo.

    E algo que chama muito mais atenção: a aposta de quem é mais governista ou bolsonarista entre Lira e Baleia. Difícil acertar. Baleia é cria do ex-presidente Michel Temer, é do MDB, partido da base e com histórico pessoal em votações favoráveis ao Governo. Lira é o chefe do Centrão. Precisa dizer mais alguma coisa?

    Maioria – A maioria da bancada do PSDB no Senado decidiu apoiar Rodrigo Pacheco (DEM-MG) à presidência do Senado. Dos sete senadores, quatro resolveram apoiar o candidato apoiado por Davi Alcolumbre (DEM-AP) e Jair Bolsonaro. Outros três apoiarão Simone Tebet (MDB-MS). Com isso, Pacheco chega virtualmente ao número de votos mínimos necessários para vencer a eleição: 41. O voto, entretanto, é secreto, o que permite dissidências nas bancadas que já anunciaram apoios a um ou outro candidato. O PP por exemplo, que apoiou Pacheco, tem o senador Esperidião Amin (PP-SC) que declarou voto em Tebet.

    Benesses – Ao menos três tribunais de Justiça, os de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia, concederam benesses a funcionários em dezembro de 2020, segundo apurou o site Poder360. Houve acréscimo no valor do auxílio-alimentação, progressão de carreiras e concessão de licenças de servidores pelo Estado. Esses benefícios são concedidos em geral no final do ano porque é quando se constata que há sobras na previsão orçamentária. Em vez de devolver o dinheiro ao Tesouro do Estado, encontra-se uma brecha legal para a distribuição de pagamento entre funcionários.

    Na contramão – Os analistas do mercado financeiro são unânimes ao analisar a notícia de que o presidente Jair Bolsonaro quer demitir o presidente do Banco do Brasil, André Brandão, que está no cargo desde o final de setembro. Eles acreditam que o episódio vai contra o discurso que ajudou a eleger Bolsonaro, de diminuição da máquina pública e gestão técnica das estatais, sem ingerência política. A proposta de fechar 112 agências e desligar cinco mil funcionários do BB irritou Bolsonaro por acontecer em um momento de busca de apoio para os candidatos do governo para as presidências da Câmara dos Deputados e do Senado.

    Ranço ideológico – As rusgas do presidente Bolsonaro com o presidente do BB, André Brandão, começaram no campo ideológico. Em dezembro passado, o banco contratou o cantor Seu Jorge para fazer uma live para os funcionários no dia 5 de dezembro. Os ideólogos do governo criaram a maior confusão e reclamaram com o presidente, dizendo que Seu Jorge é ligado à esquerda e que o banco público contratar o cantor era um absurdo. O presidente concordou com as críticas e "anotou no caderninho”.

    CURTAS

    OAB OPOSIÇÃO – O advogado Almir Reis, especialista em legislação previdenciária, será o candidato da oposição na briga pela presidência da OAB, em eleição marcada para novembro. O jovem jurista é um dos mais gabaritados e respeitados da área que atua no País, com destaque no eixo Recife- Brasília-São Paulo. Articulado e respeitado, nos próximos dias começa um agendão de pré-campanha pelo Interior, a partir do Sertão do Pajeú

    DÍVIDAS – O presidente Jair Bolsonaro sancionou o projeto que promove o equacionamento das dívidas dos entes federados com a União e altera o RRF (Regime de Recuperação Fiscal). A medida permite que as unidades da Federação com baixa capacidade de pagamento possam contratar operações de crédito com garantia da União, desde que se comprometam a adotar medidas de ajuste fiscal.

     

    Perguntar não ofende: No encontro que teve com Arthur Lira, candidato do Centrão à Presidência da Câmara, Marília Arras prometeu ou não votar nele?

     

     

     


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