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- Contato Brasil, 24 de novembro de 2024 15:52:30
(Recife-PE) Há dez dias, o operário Josivaldo Moreira de Lima, 33 anos, despencou de uma altura de 11 metros no canteiro de obras da Adutora do Agreste, em Sertânia. Caiu de pé e arrombou não apenas o pé e a bacia também, mas a empreiteira Ferreira Guedes, responsável pela contratação do funcionário, ao invés de encaminhá-lo para um pronto-socorro decente, privado e eficiente, o jogou numa maca nos corredores do Hospital Regional do Agreste, em Caruaru.
Sangrando e gritando por causa de dores insuportáveis, Josivaldo ficou agonizando três dias em cima de uma maca nos corredores do hospital, até este blog denunciar o absurdo desumano. Com o problema vindo ao grande público, a empreiteira, ainda no mesmo dia, transferiu ele para outro hospital público em Jaboatão, sem que até ontem, conforme chequei com familiares, tenha recebido um tratamento digno nem feito o mais necessário e imediato: as cirurgias recomendadas.
O mais lamentável de todo esse episódio é o silêncio e a omissão da classe política, daqueles que estufam o peito apresentando-se como representantes do povo. Nenhum político, senador, deputado federal ou estadual, levantou a voz em socorro ao acidentado. Não fosse a ação deste blog, de supetão, tão logo a família nos procurou, Josivaldo ainda estaria jogado às moscas nos corredores do Hospital Regional de Caruaru.
Para consolo da família, soube, ontem, que a Delegacia Regional do Trabalho está investigando o acidente e teria feito contato com a vítima. Isso, isoladamente, nada resolve. O que Josivaldo precisa, urgentemente, é de uma ou duas cirurgias, para ter o seu pé de volta e sua bacia recomposta. Se nenhum político aparecer solidário, o blog vai continuar expondo as vísceras os maus tratos e a irresponsabilidade dos donos da Ferreira Guedes.
Que País injusto e desigual, minha gente!
Imprensa omissa – O prolongamento do drama do operário que desabou nas obras da Adutora do Agreste não é apenas dos políticos, que não têm vergonha na cara. É da Imprensa também. Com exceção deste blog, nenhum veículo de comunicação acompanhou o caso, expondo os maus tratos de uma empreiteira que, certamente, está embolsando rios de dinheiro integrando um pool que, levantei, tem mais sulistas do que nordestinos, gente que não conhece a realidade dessa gente sofrida nem sensibilidade para tratar as pessoas como seres humanos e não bichos.
Visão do prefeito – Tão logo tomei conhecimento do acidente ouvi o prefeito de Sertânia, Ângelo Ferreira (PSB), gestor do município que sedia o projeto da Adutora do Agreste, a mais importante obra do sistema de transposição das águas do São Francisco. Ferreira disse que tomou conhecimento do episódio, mas não acompanhou e que soube apenas que o rapaz havia sido socorrido de imediato. De fato, foi, mas para um matadouro público, o Hospital Regional do Agreste, que vive superlotado. “Mas foi atendido”, retrucou o prefeito. Quando insisti que ficar em cima de uma maca num corredor não era tratamento adequado, comentou: “Mas o importante é que ele foi socorrido”. Ah, bom!
O caso Crivella 1 – O Ministério Público do Rio de Janeiro disse que a suposta organização criminosa chefiada pelo prefeito afastado da capital fluminense, Marcelo Crivella (Republicanos), preso preventivamente na manhã de ontem, arrecadou pelo menos R$ 50 milhões. Em entrevista, integrantes do MP-RJ e da Polícia Civil confirmaram as informações que a desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, incluiu no despacho da prisão preventiva.
O caso Crivella 2– Na denúncia, o prefeito foi considerado “vértice” do “QG da Propina”. Segundo o documento, ele “orquestrava sob sua liderança pessoal” o esquema. O subprocurador-geral Ricardo Ribeiro Marins disse que não é possível saber quanto Crivella teria ganhado com os supostos crimes. “A organização criminosa arrecadou dos empresários pelo menos R$ 50 milhões, foi o que conseguimos apurar. Agora, quanto foi para cada um, aí realmente é algo que não temos previsão”, disse Martins.
CURTAS
RIO SEM SORTE – A prisão do prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) aprofundou uma estatística negativa no Rio de Janeiro. Nos últimos quatro anos, sete políticos que ocuparam os cargos de governador ou prefeito da capital do Estado foram presos ou afastados do mandato. O último foi Wilson Witzel (PSC), eleito para o governo do Estado em 2018. Em 28 de agosto, o STJ determinou seu afastamento imediato por supostas irregularidades na saúde pública.
DIREITOS – O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, chefiado pela ministra Damares Alves, divulgou comunicado, no qual diz trabalhar para que todos os direitos do blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio e da família dele sejam preservados. Ele está preso desde o dia 18 de dezembro no Centro de Detenção Provisória II (CDP II), no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Na última terça-feira, ele caiu na cela e bateu com a coluna no chão.
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