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  • Contato Brasil, 24 de novembro de 2024 17:33:54
Magno Martins
  • 15/12/2020 08h33

    Sinais de massa falida

    O quadro dramático da Prefeitura não surpreende ninguém

    Prefeitura do Recife( Foto: arquivo do colunista)

    (Recife-PE) O prefeito eleito do Recife, João Campos (PSB), que comece a ficar com as barbas de molho: a situação financeira da Prefeitura a ser repassada por Geraldo Júlio é dramática, segundo servidores ouvidos ontem pela coluna. Deve exigir medidas corajosas, que passam pelo enxugamento imediato do quadro de pessoal e até uma possível moratória, a suspensão dos pagamentos dos fornecedores.

    “João vai herdar uma massa falida”, chegou a classificar, assim, em tom de advertência, um servidor da elite concursada da Prefeitura, tentando despertar no prefeito eleito a necessidade de ficar alerta para a dura realidade que passará a administrar a partir de 1 de janeiro, quando toma posse. Além das finanças em frangalhos, João não tem, a princípio, horizontes promissores para captar recursos, capazes de garantir a execução prática dos projetos objetos de promessas na campanha.

    O quadro dramático da Prefeitura não surpreende ninguém. Lá atrás, Geraldo já havia sinalizado nessa direção, passando recibo, quando, ferindo a Constituição, fez a cobrança antecipada do IPTU 2021. Segundo revelou um fornecedor em segredo, a Prefeitura só quitou quem devia, nos últimos meses, mediante o comprovante pago do IPTU do ano que vem. “Só foram quitadas as faturas em atraso quem apresentava esse pagamento”, disse esse mesmo fornecedor.

    Como a transição é para inglês ver, de compadres, João só terá de fato a exata noção da extensão do buraco que herdará de Geraldo quando passar a despachar no Palácio Capibaribe. Aos interlocutores, entretanto, tem manifestado apreensão, até porque conta com um tempo exíguo para revelar-se bom gestor: os 365 dias de 2021. Afinal, 22 é ano de eleição e pouco ou quase nada se faz em período eleitoral

    Se no seu horizonte os ventos do Governo Federal soprassem para o norte, João até teria chances de viabilizar algumas promessas, mas Bolsonaro tende apenas a fazer o de praxe, as liberações constitucionais. Recursos extras, nem pensar. O PSB, partido de João, é ferrenho opositor no Congresso e nessas horas não se separam o joio do trigo.

    Com regras rígidas – Prefeitos que participam do encontro da Amupe em Gravatá, aberto ontem e a ser encerrado no final da tarde de hoje, elogiaram a organização do evento, posto em prática obedecendo as regras da pandemia em distanciamento, uso da máscara e proteção com álcool gel. As discussões foram em ambiente aberto, num auditório ao lado da piscina e o que surpreendeu foi a adesão. O público foi acima do estimado, com prefeitos de todas as regiões do Estado. “E a pauta extremamente importante, direcionada a tirar as dúvidas dos novos prefeitos”, disse José Patriota, presidente da Amupe.

    Benção tucana – De olho no Palácio das Princesas em 22, a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), nunca prestigiou um encontro da Amupe, enviando no seu lugar o apagado e desconhecido vice-prefeito. Enquanto os novos gestores, com os quais tem que abrir diálogo, discutiam ontem como administrar massas falidas, a tucana boa de prosa estava dando a benção ao governador de São Paulo, João Dória, que também não faz outra coisa a não ser antecipar a campanha presidencial marcada para daqui a dois anos. O almofadinha tucano paulista está, inclusive, politizando o debate da vacina de imunização contra o coronavírus.

    Foi guerreiro – Muito linda e corajosa a mensagem de Berenice, viúva de Cadoca, que Deus chamou na madrugada de domingo. Ao comunicar a morte do companheiro pela covid, Bera, como é mais conhecida, disse que Cadoca, em nenhum momento esmoreceu na batalha contra a covid. “Resistiu bravamente, foi um forte guerreiro, típico de alguém que ama a vida, mas essa doença é terrível, misteriosa e, infelizmente, foi mais forte. Cadoca deixa uma legião de amigos, serviços prestados, uma trajetória política sem máculas, um legado de amor, alegria e solidariedade”, escreveu.

    Sem retrovisor – Filho do ex-deputado e prefeito Ettore Labanca, que governou o município por quatro mandatos, o prefeito eleito de São Lourenço da Mata, Vinicius Labanca (PSB), deu o tom do seu mandato, ontem, na entrevista ao Frente a Frente: não quer olhar pelo retrovisor, atacando o atual prefeito Bruno Pereira, a quem sucederá a partir de 1 de janeiro. Mas, também, não terá nenhum tipo de constrangimento em exibir herança maldita, se de fato vier a herdar. “Vamos olhar para a São Lourenço do futuro, do emprego e do desenvolvimento”, disse.

    CURTAS

    NOVA ELEIÇÃO – O juiz eleitoral de Arcoverde, Draulternani Melo Pantaleão, pajeuzeiro de Tabira, cassou, ontem, o diploma do prefeito eleito Wellington Maciel (MDB) e do seu vice, o delegado Israel Rubis (PP), mas só dará entrevista sobre a decisão depois que o Tribunal Regional Eleitoral se manifestar. A expectativa é que o TRE mantenha e que venham a ocorrer novas eleições no município.

    ANTIBOLSONARO – O deputado Rui Falcão (PT-SP) publicou mensagem em seu Twitter afirmando que o Partido dos Trabalhadores, sigla da qual é ex-presidente, “não pode votar no candidato do Governo”. O tuíte vem após o partido barrar uma proposta do petista, que visava vetar qualquer nome apoiado por Bolsonaro para a presidência da Câmara, por meio de uma resolução.

    Perguntar não ofende: Quem governa o Brasil: Bolsonaro ou o Supremo Tribunal Federal?


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