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  • Contato Brasil, 19 de abril de 2024 18:40:12
Magno Martins
  • 26/11/2020 08h25

    Ibope errou até na boca de urna

    De qualquer forma, Marília tem que se ligar: candidatos que lamentam nas vésperas das eleições, sem antes ter ido à luta com determinação, estão condenados a vestirem seu próprio luto

    Ibope sob pressão ( foto: Arquivo do colunista)

    (Recife-PE) Se os resultados do Ibope estão corretos, sendo confirmados amanhã pelo DataFolha, pode estar ocorrendo um fenômeno na eleição do Recife de segundo turno na reta final: a virada: Marília caindo de 45% para 41% enquanto João subindo de 39% para 43%, mesmo dentro da margem de erro. O levantamento aponta uma clara indicação de que o eleitorado sofreu forte impacto da campanha agressiva de João em contraste com a defensiva, quase passividade, da Marília.

    Antes de qualquer consideração mais profunda é bom refrescar a memória dos eleitores do Recife: no primeiro turno, o Ibope cometeu os mais absurdos erros da sua história, que se repetiram na pesquisa boca de urna. Só em relação a Mendonça Filho, o mais prejudicado, o resultado merecia uma investigação. Deu uma diferença de 16 pontos de João para o democrata. Quando as urnas se abriram, a diferença real foi de apenas 4 pontos, um erro grosseiro de 12 pontos. Por isso, dá para desconfiar.

    De qualquer forma, Marília tem que se ligar: candidatos que lamentam nas vésperas das eleições, sem antes ter ido à luta com determinação, estão condenados a vestirem seu próprio luto. Jamais se viu uma campanha tão pesada e violenta como a que está em curso por João Campos, mas Marília não aproveitou em nenhum momento as brechas abertas.

    Tem sido muitas as vozes tentando convencê-la a apresentar legítima defesa, mas prefere acompanhar a visão de que o povo não quer agressões. Uma coisa é ser agredida e não reagir, outra deixar de sinalizar uma revolta de forma veemente contra os ataques. Ela teria que ter partido para cima do agressor como reação natural pelo que está sofrendo.

    Escrevi, logo após o debate na TV-Jornal, que Marília perdeu a oportunidade de nocautear João, quando entrou em discussão a temática da corrupção, mas preferiu optar pela mais pura civilidade que, na verdade, aparenta medo e fragilidade para o eleitor. O resultado de hoje do DataFolha, que virá mais tarde, confirmará ou não se houve essa virada apontada pelo Ibope, instituto candidato ao troféu do horror na pesquisa de boca de urna no primeiro turno.

    Em todocaso, praticamente todas as pessoas experientes em campanhas acirradas concordam que o posicionamento de Marília está errado. Ela não pode ficar passiva, enquanto João pratica as maiores barbaridades. Mesmo não sendo algo científico, senti em 100% dos eleitores de Marília com quem tenho conversado uma imensa frustração por esse comportamento. Segundo apurei, o tracking (pesquisa diária) da campanha de Marília está dando 10% de vantagem para ela.

    Esperamos estarmos todos errados e Marília com seus marqueteiros se revelem certos no próximo domingo. Isso, entretanto, só o futuro dirá. O que posso adiantar, se esses números vierem a ser confirmados pelo Datafolha, é que a liberdade de eleições permite ao candidato a escolha do molho com o qual será devorado. Se Marília não reagir, o molho será amargo.

    Aind dá tempo de Marília concentrar suas últimas inserções no rádio e na televisão para provar quem é João, junto com gangues que estão promovendo essas ondas bárbaras da violência. Afinal, ela está pondo sua vitória em risco e não pode ficar vítima de equívocos mortais.

    Próximas – Depois do Ibope, hoje tem Datafolha, que traz um universo bem mais amplo de eleitores pesquisados, trazendo também a disputa no Recife entre os primos João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT). Já amanhã, o levantamento é assinado pelo Big Data, com exclusividade para o site da CNN Brasil. No próximo, véspera da eleição, tem novamente Ibope/Rede Globo/JC, Datafolha e Ipespe. E no próprio domingo a última sondagem ao eleitorado, desta feita pelo Ibope.

    Calote – Cento e quarenta e quatro médicos e fisioterapeutas que trabalharam na linha de frente na pandemia da Covid-19 no Recife reclamam de calote de cerca de R$ 1 milhão da Prefeitura nos pagamentos dos serviços prestados durante o período do isolamento social. Os profissionais de saúde trabalharam no Hospital Provisório 3, na Imbiribeira, estão há mais de 90 dias aguardando a quitação de dois meses de serviços prestados, sem justificativa por parte da gestão municipal.

    Secretário fujão – O débito se refere aos meses de agosto e setembro. Na última segunda-feira, o grupo tinha uma reunião agendada com o secretário de Saúde, Jailson Correia, mas o gestor não compareceu ao encontro nem enviou representantes. "Uma comissão de cinco médicos e dois advogados chegou ao local marcado, às 14h. Esperamos até as 16h e estávamos indo embora. Até agora, o caso está sem solução", explica o advogado Nelson Pimentel, que representa os profissionais.

    Operação no DER – Ex-servidores do Departamento de Estradas e Rodagens do Estado de Pernambuco (DER-PE) foram alvo de dois mandados de busca e apreensão de bens, ontem, quando a Polícia Federal (PF) deflagrou a 3ª fase da Operação Outline. A ação policial investiga o desvio de recursos de obras geridas pelo órgão, como a requalificação da BR-101, além de outros crimes, como peculato, corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

    CURTAS

    ATÉ LANCHA – De acordo com a PF, os mandados cumpridos resultaram na apreensão de um veículo GM Trailblazer, avaliado em R$ 190 mil, e uma lancha avaliada em R$ 270 mil, e são cumpridos no Recife e em Paulista, na Região Metropolitana. A 13ª Vara da Justiça Federal também determinou o sequestro de apartamentos na capital pernambucana e em Gravatá, além de joias e relógios de alto valor (um deles avaliado em mais de R$ 200 mil), assim como o bloqueio de contas bancárias.

    RODA VIVA – O Roda Viva da próxima segunda-feira é com o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, reeleito no primeiro turno. Apresentado por Vera Magalhães, o programa vai ao ar, ao vivo, a partir das 22h, na TV Cultura. Com 63% de votos, Kalil garante mais quatro anos de mandato e confirma a aprovação do eleitorado, atribuída a algumas marcas de sua gestão. Entre elas, o enxugamento da máquina administrativa do município e a melhoria em áreas como saúde, educação e transporte.

    Perguntar não ofende: Se o Datafolha trouxer, hoje, números bem diferentes no Recife como ficará a imagem do Ibope?

     


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