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  • Contato Brasil, 24 de abril de 2024 17:12:42
Magno Martins
  • 19/11/2020 07h08

    Ventos de mudança

    Os seis pontos de vantagem podem ser 12, conforme a margem de erro, levando o PSB a sofrer uma derrota acachapante nas urnas no próximo dia 29

    Marília Arraes( foto: arquivo colunista)

    (Recife-PE) Ao virar o jogo no Recife, segundo pesquisa do Ibope divulgada ontem, com seis pontos à frente de João Campos (PSB), Marília Arraes (PT) pode estar a um passo de suceder Geraldo Júlio, um dos piores prefeitos que bateram ponto no Palácio Capibaribe nos últimos 30 anos, superando a casa dos 60% de reprovação.

    O Ibope, que errou terrivelmente no primeiro turno, dando a João uma vantagem numérica que não se confirmou com a saída dos votos das urnas, reproduziu um sentimento que se observa pelas ruas da cidade: o de mudança, de banir o PSB do poder, de livrar Recife de uma nova gestão catastrófica pelas mãos de um imberbe.

    Marília encarna o desejo de construção de uma nova cidade, um novo tempo, trazendo a esperança de volta a um povo sofrido, pisoteado, vivendo na lama. Candidato do PSB, João quer mesmo que o povo continue respirando o mal cheiro dos esgotos, pois votou contra o projeto para universalizar o saneamento básico no País.

    Os seis pontos de vantagem podem ser 12, conforme a margem de erro, levando o PSB a sofrer uma derrota acachapante nas urnas no próximo dia 29. Marília, ao contrário de João, cresceu em todos os segmentos do eleitorado recifense. A não ser que haja uma hecatombe até o dia da eleição, tem amplas chances de ser a primeira mulher eleita para governar Recife.

    Largar na frente, atestado pelo Ibope, é quase a certeza de um crescimento sucessivo e linear. Atrai mais votos, convence os indecisos, cria um ambiente de otimismo e euforia. A cidade festejou a largada de Marília por cima com um grito de libertação. Ninguém aguenta mais PSB.

    Hoje sai Datafolha – Sai, hoje, uma nova pesquisa de intenção de voto no Recife, desta feita pelo Datafolha, encomendada pela TV-Globo em parceria com o sistema JC de Comunicação. Diferente do Ibope, o Datafolha trouxe números mais reais ao longo da campanha no Recife, não passando pelo vexame da boca de urna feita pelo concorrente e que fugiram e muito da realidade saída das urnas. Há uma expectativa, inclusive, que, pelo Datafolha, a frente de Marília seja maior, entre 10 a 12 pontos.

    Call center – O Palácio das Princesas e o Palácio do Capibaribe, sedes respectivamente do poder estadual e municipal, viraram um verdadeiro call center de caça a suplentes de vereador e lideranças comunitárias. Gente esquecida a vida inteira pelo poder passou a receber telefonema do governador, do prefeito e do candidato do PSB. O céu é o limite para atrair apoios, mas poucos têm caído no jogo sujo do subterrâneo do poder, porque sabem que, depois da eleição, o esquecimento bate novamente à porta. É o “quem dá mais” do leilão eleitoral.

    O bocorroto – Em baixa, sem apoio de nenhum dos partidos que disputaram no primeiro turno no Recife, o candidato do PSB, João Campos, está apelando de forma desesperadora. Aceitou até e de bom grado a língua ferina do presidenciável Ciro Gomes, do PDT, que desembarca neste fim de semana na capital para falar mal do PT, elogiar o PSB e passar uma borracha no passado de corrupção da legenda socialista. Ciro é um tremendo pé-frio, a quem apoia o efeito é justamente o contrário, o da derrota, do insucesso eleitoral.

    Na vitrine – Repercutiu intensamente a entrevista, no Frente a Frente de ontem, do prefeito reeleito de Petrolina, Miguel Coelho (MDB), na qual ele admitiu que está de olho na disputa majoritária de 2022. Preparado, arguto e inteligente, Miguel passa conhecimento e maturidade, apesar da jovialidade. É um quadro que está na vitrine da oposição, com chances de crescer e ocupar um bom espaço na discussão da sucessão do governador Paulo Câmara, principalmente se o PSB sair derrotado no Recife.

    CURTAS

    NO MURO – Ex-candidato do PSC a prefeito do Recife, o deputado Alberto Feitosa não segue a decisão de apoiar Marília Arraes no segundo turno. Ignorou a posição do presidente da legenda, André Ferreira, optando pela neutralidade, mesma posição assumida pelo democrata Mendonça Filho. Mendonça, entretanto, teve um gesto louvável: liberou seu pessoal para votar em Marília.

    DEBATE – Marília e João se enfrentam, hoje, no primeiro debate em rádio. Está marcado para às 10h30, na Rádio Jornal, mediado pelo radialista Geraldo Freire. Na TV, o primeiro confronto será amanhã, às 18 horas, pela Clube, afiliada da Record. Na terça tem na TV-Jornal e, por fim, na quinta, TV-Globo.

     

    Perguntar não ofende: Quem vai disferir mais ataques no guia eleitoral: João ou Marília?


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