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- Contato Brasil, 24 de novembro de 2024 20:04:24
(Recife-PE) Nenhum dos partidos ou lideranças que se opuseram ao candidato do PSB no Recife, João Campos, sinalizou até o momento em fazer a derivada positiva para o socialista na disputa de segundo turno. Majoritariamente, a tendência é Marília Arraes. Ouvi os principais interlocutores da oposição. A ordem é derrotar o PSB. Derrotar o PSB é dar uma chance a mudar Recife, carcomida, violentada, deteriorada, jogada às traças por uma gente com culpa no cartório das maldades.
O tabelião é Geraldo Júlio, pior prefeito da história do Recife, malfeitor, incompetente, vendedor de ilusões da revolucionária mauricéia. Seu aspirante cartorialista, o príncipe João Campos, já está entronizado na mente dos recifenses como aquele que seria o último dos moicanos da destruição completa da cidade. Com ele no poder, seria a instalação da era dos horrores. Recife não aguenta mais PSB. Ninguém deseja tanto mal à cidade.
Quem conclui não sou eu, é o povo na rua, sábio e protestante. O recado das urnas foi dado no último domingo. Não fosse o imoral e corroído processo de manipulação de pesquisas, Marília certamente teria chegado em primeiro lugar no primeiro turno. Mas Ibope e Datafolha erraram. E erraram feio, imoral, dando o príncipe bem distanciado de Marília.
Abertas as urnas, apenas 1% separou João do cartório da concorrente Marília, atestando que Ibope e Datafolha se queimaram e precisam de tempo para recuperarem credibilidade. Se a credibilidade se perde numa falha, então não se tinha credibilidade nenhuma. Credibilidade se conquista ou se perde de acordo com atitudes e resultados. O Ibope, principalmente, passou atestado de insanidade.
Ninguém quer João. Por quê? O candidato do PSB é a transformação do Recife na perpetuação de um grupo monárquico, liderado por Geraldo, a ruína da cidade. Recife está feia, fede, agoniza. Não tem mobilidade urbana, nem obras viárias, o até então charmoso e poético bairro Antigo virou uma pocilga. É convite a assalto em plena luz do dia. Está entregue aos que, com arma na mão, implantam o terror, decretam o território do crime.
De todas as mazelas do reinado socialista a pior, longe de errar, é a da estampa da corrupção: seis operações da Polícia Federal investigando dinheiro desviado da Covid. Só o Ministério Público Federal investiga desvios da ordem de R$ 34 milhões, pagamentos a médicos e profissionais fantasmas da área de saúde. Recife não merece PSB. As urnas não dão recado nenhum, no máximo anotam o recado que a população registra nelas. Mas, domingo passado, o principal recado das eleições foi o tamanho da rejeição aos que querem se perpetuar no poder mentindo, agredindo, usando de todos os instrumentos nocauteadores do bom senso.
Pela mudança – O PTB tem uma resolução que proíbe alianças com o PT, mas o ex-senador Armando Monteiro Neto, presidente de honra da legenda no Estado, fará uma declaração no campo pessoal em favor da candidatura de Marília Arraes. A delegada Patrícia Domingos, caroneira do Podemos, assistirá, sem direito a protestos, ao presidente do seu partido, Ricardo Teobaldo, também manifestar apoio à petista. O PSB até que tentou o Podemos, mas Teobaldo, que sai vitorioso da sua principal base, o município de Limoeiro, também almeja que Recife encontre o seu Norte, livre das garras destruidoras do PSB.
Meia derrota – Não é verdadeira a versão de que o presidente Bolsonaro saiu derrotado nas eleições de primeiro turno. Pleito municipal não tem tabela com federal. Quando se escolhe um prefeito ou vereador o que está em jogo é a rua asfaltada, a melhoria do abastecimento de água, o lixo acumulado, etc. De longe, não é inflação, alta do dólar, preço de combustível. Isso é da alçada federal, da próxima eleição, a de 2022. Quanto a Bolsonaro, evidentemente que ele tombou em São Paulo no apoio a Russomano, e no Recife, quando levado a apoiar a delegada.
Barba e cabelo – Em Floresta, a prefeita eleita Rorró Maniçoba derrotou com uma só cajadada os Novaes e Ferraz juntos, mostrando ao secretário estadual de Turismo, Rodrigo Novaes, que a donatária dos votos veste saia. Rorró volta ao poder alicerçada em 7.926 votos, enquanto Favinho Ferraz, candidato do prefeito pelo Avante, teve 6.935 votos. Gustavo Novaes, bancado pelo secretário, teve apenas 3.154 votos. Rorró e seu filho, o ex-deputado Kaio Maniçoba, levaram o fel à boca de Rodrigo também em Itacuruba, reelegendo o prefeito Bernardo Maniçoba.
Cadê a delegada? – Quem dá notícias do paradeiro da deputada Gleide Ângelo, a mais votada nas eleições passadas para a Assembleia Legislativa? Quem ela apoiou? Pode onde andou na campanha? Quem adivinhar vai ganhar doces e quitutes, de preferência um chocolate bem recheado. A política tem de tudo, inclusive a capacidade de produzir fenômenos eleitorais que mais parecem castelos de areia. Como Patrícia Domingos, rabo de gata na disputa pela Prefeitura do Recife, Gleide é delegada, um fenômeno que as eleições municipais começaram a banir.
CURTAS
ADOTADO – Afogados da Ingazeira, minha terra natal no Sertão do Pajeú, ganhou um representante na Câmara de Vereadores de Caruaru. Trata-se do Irmão Ronaldo, eleito na rebarba da coligação do PROS, com 858 votos. Ele é cabelereiro e já disputou uma vaga na Câmara da capital do Agreste, sem sucesso, nas eleições passadas. É o segundo sertanejo adotado pelo povo caruaruense. Rogério Menezes, do PT, o primeiro, poeta dos bons, chegou a ser presidente da Câmara.
DEBATE NA BAND – O primeiro debate entre João e Marília na TV deve ocorrer na próxima quinta-feira, se a afiliada da Band no Recife vier a promover o encontro, como está anunciando São Paulo e Rio de Janeiro. De largada, João já rejeitou um debate: o do Diário de Pernambuco, mas provavelmente não poderá fugir do primeiro confronto em TV.
Perguntar não ofende: Raquel Lyra, Anderson Ferreira ou Miguel Coelho, quem dos três será candidato a governador?