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  • Contato Brasil, 24 de novembro de 2024 19:37:36
Magno Martins
  • 05/11/2020 07h58

    Efeitos da vitória de Biden

    O comércio entre os dois países segue estável – até porque a proximidade de Bolsonaro com Trump não rendeu tanto assim

    Joe Biden( Foto: Arquivo colunista)

    (Recife-PE) A análise das consequências para o Brasil no cenário de vitória de Biden perpassa duas trilhas, uma ideológica e a outra pragmática. No Planalto, cogita-se que as estrelas da direita na constelação – Ernesto Araújo, no Itamaraty, e Ricardo Salles, no Meio Ambiente – sairiam enfraquecidas.  Em plena guerra com a ala militar do Governo, é possível que ambos sejam demitidos ou deslocados de suas atuais funções, caso o democrata seja eleito. O fato inexorável é que a derrota de Trump terá, sem dúvida, um impacto na maneira como Bolsonaro se comporta em suas relações com o Congresso, STF, mídia, contas de Twitter e partidos políticos.

    Até recentemente, com uma leve repaginada nos últimos meses, ele seguia a tática de confronto do colega americano.  No caso de derrota desse modelo, e com a reeleição sempre em mente, é provável que ele tente erigir mais canais rumo ao centro. Não só aqui, como nos Estados Unidos.  A equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, por sua vez, se diz tranquila diante da possibilidade de vitória democrata.

    O comércio entre os dois países segue estável – até porque a proximidade de Bolsonaro com Trump não rendeu tanto assim. Com uma postura mais subserviente, o Brasil, na verdade, mais cedeu do que colecionou vitórias, como a sobretaxa imposta ao aço brasileiro, a falta de reciprocidade na isenção de vistos e a tarifa zero para importação de etanol dos Estados Unidos

    A maior preocupação, caso Biden ganhe, é com uma elevação dos requisitos para a exportação brasileira de produtos agrícolas, sensíveis às questões ambientais e onde os dois países competem fortemente. Mas mesmo aí não se esperam grandes baques. Talvez até existam ganhos na relação mais independente do que com o alinhamento automático aos Estados Unidos.

    Federal 1 – A Polícia Federal (PF) deflagrou, ontem, uma operação para investigar o saque ilegal de R$ 4 milhões em precatório, no Recife. Segundo a PF, um advogado teria retirado o valor utilizando uma procuração pública feita com base em um documento de identidade falsificado.  Ao todo, quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos dentro da operação R$ 4 milhões, além do bloqueio de contas bancárias, sequestro de imóvel e afastamento de sigilo bancário e fiscal de pessoas físicas. Todas as medidas cautelares foram expedidas pela 4ª Vara da Justiça Federal de Pernambuco.

    Federal 2 – De acordo com a investigação, a procuração foi lavrada no cartório de Moreno, para conseguir sacar o valor na agência da CEF no Tribunal Regional Federal da 5ª Região. O nome do investigado não foi divulgado. "Já identificamos um advogado, que foi quem apresentou a documentação falsificada, uma procuração pública ideologicamente falsa, feita com base em um documento de identidade falsificado", disse o delegado o delegado Dário Márcio Sá Leitão. Um precatório é uma dívida de municípios, estados ou da União, assim como de autarquias e fundações. Não foi detalhado que tipo de precatório foi sacado ilegalmente.

    Lula derrotado – O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para suspender a tramitação de recurso do petista perante o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Os embargos foram julgados em 1º de setembro, e o colegiado da Quinta Turma da Corte negou diversos pleitos no caso do triplex do Guarujá, processo em que Lula foi condenado a oito anos e dez meses de prisão. A defesa de Lula, liderada pelo criminalista Cristiano Zanin, queria a paralisação desses recursos e a anulação da sessão da Quinta Turma. Segundo o advogado, ele não pode participar do julgamento por estar atuando em outro caso envolvendo o petista no mesmo horário.

    Peculato – Após mais de dois anos de investigação do Ministério Público do Rio, o senador e ex-deputado estadual Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) foi denunciado por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A denúncia se dá no âmbito do Caso Queiroz, como ficou conhecido o processo das “rachadinhas” supostamente praticadas pelo filho do presidente Jair Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio. Além de Flávio, foi denunciado o ex-assessor Fabrício Queiroz, apontado como operador do esquema, e outros 15 ex-assessores. O MP fala ainda em apropriação indébita.

    CURTAS

    DEMISSÃO 1 – O colunista Rodrigo Constantino foi demitido pela rádio Jovem Pan na tarde de ontem depois de comentar o caso Mariana Ferrer durante live independente realizada em seu perfil no Youtube. Em um trecho da live, o colunista afirmou que não denunciaria possíveis estupradores da sua filha, a depender das circunstâncias do hipotético episódio.

    DEMISSÃO 2 – “Se minha filha chegar em casa – eu dou boa educação para que isso não aconteça, mas a gente não controla tudo –, se ela chega em casa e fala: ‘Pai, fui pra uma festinha e fui estuprada’. Eu vou falar: ‘Me dá as circunstâncias’. ‘Ah, fui pra uma festinha, eu e 3 amigas, tinha 18 homens, nós bebemos muito, tava ficando com 2 caras e eu acabei dormindo. Fui abusada’. Ela vai ficar de castigo feio, eu não vou denunciar um cara desse pra polícia.”

    Perguntar não ofende: Quais os números que o Datafolha trará, hoje, em mais uma rodada sobre a sucessão no Recife?

     


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