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  • Contato Brasil, 24 de novembro de 2024 20:16:11
Magno Martins
  • 04/11/2020 08h27

    Cuidado com os paladinos

    Mesma situação se aplica ao governador de Santa Catarina, Carlos Moisés, já também afastado, por envolvimento num caso assombroso de aumento salarial dos procuradores do Estado

    Patrícia Domingos( Foto: arquivo colunista)

    (Recife-PE) A subida impressionante na taxa de rejeição da candidata do Podemos à Prefeitura do Recife, Patrícia Domingos, hoje somente abaixo do candidato do PSB, João Campos, tende a ser, também, uma espécie de repulsa do eleitorado aos políticos que se apresentam como paladinos da ética e da moralidade e que, chegando ao poder, se lambuzam. Há casos bem fresquinhos no Brasil que saíram das urnas do pleito de 2018. Um deles é o do governador do Rio, Wilson Witzel, ex-juiz federal, que fez campanha como palmatória do mundo e já está afastado do cargo por corrupção.

    Mesma situação se aplica ao governador de Santa Catarina, Carlos Moisés, já também afastado, por envolvimento num caso assombroso de aumento salarial dos procuradores do Estado. O catarinense é igualmente da área jurídica, tendo sido renomado advogado. Um pouco lá atrás, o então senador Demóstenes Torres, senador pelo DEM de Goiás de 2003 a 2012, que chegou ao Congresso sendo promotor de Justiça, enganou como arauto da moralidade por muito tempo até ser flagrado com a mão na botija das malandragens.

    Foi cassado por decoro parlamentar, acusado de ligação com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Falante, tribuna invejável, Torres mais parecia um justiceiro. Desconfie desses. De cada dez políticos brasileiros que se apresentam como paladinos da ética, nove são farsantes, oportunistas, aventureiros, embustes. Na campanha, se alimentam da desinformação das pessoas e, sobretudo, do ódio aos políticos partindo dos segmentos menos informados. Não há um País, hoje, em que os políticos estejam em alta.

    Por isso, até em países de primeiro mundo surgem os chamados senhores soluções, que têm saída para tudo, o remédio anticorrupção. Trata-se de uma categoria cujo discurso se aproxima muito do que vem sendo pregado pela delegada no Recife: estimular o ódio nas camadas mais pobres da população em relação aos políticos para depois surfar no próprio ódio. Num tempo de pandemia, as máscaras têm, literalmente, mascarados os políticos. É preciso ter muito cuidado. Desconfie dos discursos de laboratório, das saídas mirabolantes, você pode estar diante de um farsante.

    A máxima de que políticos são corruptos, sem exceção, é uma ideia que tomou força na sociedade corroborada, sobretudo, por essa gente. A palavra corrupção tem sido naturalmente associada a políticos. Políticos são corruptos, essa afirmação é quase natural, mesmo que sejam admitidas exceções. E dessa corrupção provém miséria e caos social. Mas o que é um corrupto?

    Sem grandes enrolações, corrupto é o que rouba dinheiro, ou leva vantagem indevidamente. É o que explora, leva a melhor. É, também, o que mente, o que engana, o que se apresenta como lobo em pele de cordeiro. Chamamos de ética o conjunto de coisas que as pessoas fazem quando todos estão olhando. O conjunto de coisas que as pessoas fazem quando ninguém está olhando chamamos de caráter. Os paladinos, a história está rica de exemplos, são desprovidos de ética e caráter.

    Como presidente do seu coração, faça do seu voto uma faxina ética, mandando embora todos os enroladores, mentirosos, falsos, traiçoeiros e paladinos da ética. Pode-se fazer política com ética e respeito ao cidadão. Para tal, basta ter decência.

    Apostas americanas – A eleição dos Estados Unidos, ontem, pode se tornar o evento que mais arrecadará dinheiro em apostas na história. Matthew Shaddick, o chefe da seção de apostas políticas no grupo Ladbrokes Coral, disse ao jornal "The Guardian" que o setor inteiro deverá processar o equivalente a R$ 7,46 bilhões. Segundo o jornal inglês “Daily Mail”, um homem fez uma aposta de R$ 29 milhões em Trump. De acordo com a reportagem do tabloide, o apostador trabalha no mercado financeiro e conversou com pessoas do comitê de Trump. A aposta foi feita em Curaçao. Uma pessoa apostou R$ 7,46 milhões em Biden, de acordo com a plataforma Betfair Exchange.

    Sem impacto – Apesar das expectativas e incertezas sobre o que pode mudar no xadrez da economia global com a eleição dos Estados Unidos, a vitória do democrata ou do republicano deve ter poucas implicações no curto prazo nas relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos. Os EUA têm se mantido como o segundo maior parceiro comercial do Brasil e que, independentemente do que ocorrer, um aumento do fluxo de negócios bilaterais depende mais da dinâmica de recuperação da economia e de uma maior diversificação e competitividade da pauta de exportação do que necessariamente da política do próximo governo ou de maior alinhamento entre os países.

    Balança estável – Dados da balança comercial brasileira mostram que a corrente de comércios (soma de exportações e importações) entre Brasil e EUA vem se mantendo historicamente estável na última década, num patamar entre US$ 50 bilhões e US$ 60 bilhões por ano. Em 2019, ficou em R$ 59,8 bilhões. O melhor resultado dos últimos anos foi registrado em 2014, quando somou R$ 62 bilhões. Os EUA são o destino de 9,7% do total de exportações do Brasil e são também a 2ª principal origem de importações brasileiras, representando 16% das compras totais feitas pelo País.

    Alívio fiscal – Os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP), prometeram a governadores e secretários de Fazenda votar um projeto para aliviar situação fiscal dos Estados. Maia disse que poderá votar a proposta logo depois do 1º turno das eleições municipais. Alcolumbre se comprometeu a pautar o texto poucos dias depois de a Câmara aprovar. O compromisso foi firmado, ontem, em reunião. Os governadores foram às residências oficiais dos dois congressistas. Os imóveis são vizinhos. Depois de deixar o encontro com os presidentes do Legislativo, os governadores foram conversar com os secretários do Ministério da Economia Waldery Rodrigues (Fazenda) e Bruno Funchal (Tesouro).

    CURTAS

    NO RIO – Pesquisa realizada pelo Paraná Pesquisas e divulgada, ontem, mostra o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM) liderando a corrida eleitoral para a Prefeitura do Rio de Janeiro, com 27,7% das intenções de voto. O atual prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) aparece em seguida, com 14,1%, tecnicamente empatado com Martha Rocha (PDT), que tem 14%. O levantamento foi realizado de 29 de outubro a 1º de novembro. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos

    APOIO DE LULA – A campanha do socialista Ricardo Coutinho, candidato a prefeito de João Pessoa, ganhou o reforço do ex-presidente Lula, que gravou um vídeo solicitando o voto do eleitorado pessoense. O vídeo passou a ser vinculado nas redes sociais um dia após a deflagração da nona fase da Operação Calvário por meio do Ministério Público, na qual o ex-governador está sendo implicado desde o início das investigações sob a acusação de liderar uma organização criminosa no Estado da Paraíba, e agora, nesta fase, teve novamente os bens bloqueados na ordem de R$ 2,2 milhões.

    Perguntar não ofende: A grande comitiva da Polícia Federal que desembarcou no Recife, segunda-feira passada, vai dar bom dia no Recife ou em outra cidade?

     


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