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- Contato Brasil, 24 de novembro de 2024 21:16:37
(Recife-PE) A nova pesquisa Ibope/Rede Globo/JC, divulgada ontem, foi ruim para João Campos, boa para Marília Arraes e Patrícia Domingos, mas péssima para Mendonça Filho. Mostrou que João tem teto e tende a não subir mais. Recuou de 33% para 31% e ainda apareceu na liderança do ranking dos mais rejeitados, batendo Mendonça. Foi boa para Marília porque ela se manteve, numericamente, em segundo lugar, e na estratificação do levantamento foi a que mais cresceu.
A petista cresceu de 12% para 23% entre os eleitores na faixa etária de 35 a 44 anos, de 14% para 23% entre os eleitores de cor branca e de 8% para 16% entre os eleitores com grau de instrução no ensino fundamental. Já João Campos caiu entre os evangélicos de 35% para 27% e entre os eleitores com renda familiar de mais de dois a cinco salários-mínimos, saindo de 32% para 25%.
Mendonça Filho, por sua vez, apresentou recuos em praticamente todos os estratos analisados, mas principalmente entre eleitores: renda familiar de mais de cinco salários mínimos: de 26% para 15%; 55 anos ou mais: de 27% para 17%; homens: de 22% para 13%; ensino fundamental: de 20% para 12%; católicos: de 20% para 13%; 35 a 44 anos: 18% para 11%.
Por que Mendonça despenca? Sua propaganda no rádio e na televisão não bate com consistência em ninguém, atendo-se apenas a apresentar proposições. De promessas, o povo está de saco cheio e o que ele diz que vai fazer para mudar o Recife todos os demais concorrentes prometem, não se diferenciando de ninguém.
A delegada oscilou positivamente três pontos, indo de 13% para 16%, porque seu discurso é sustentado no que o povo está querendo ouvir: combate à corrupção. Mendonça tem ao seu dispor um grande arsenal nessa linha, mas não usa. A gestão de Geraldo Júlio, que tenta eleger João Campos, já foi objeto de seis operações da Polícia Federal, mas Mendonça ignora. Quando cita isso, não vai aos meandros do problema, mostrando que muita gente morreu porque faltaram respiradores adequados enquanto a Prefeitura optou por equipamentos testados em porcos.
O candidato que conseguir colocar no eixo da discussão a pandemia será eleito. A oposição no Recife precisa despertar: esta é a eleição da pandemia do coronavírus, onde a saúde da população está em jogo. É um salvem-se quem puder. Ninguém quer saber quantas casas populares serão feitas a mais no Recife nem se o saneamento vai alcançar níveis satisfatórios numa cidade em que grande parte da população vive sobre esgotos e respira lama.
Basta observar como espelho a eleição dos Estados Unidos. Trump está ameaçado de não ser reeleito porque geriu mal a pandemia, que subestimou a inteligência do povo. Quem mostrar no Recife que uma empresa com capital social de apenas R$ 100 mil celebrou um contrato de R$ 18 milhões para compra de respiradores incompatíveis para salvar vidas em hospitais enxotados de doentes entra em sintonia com a maioria da população, pode ganhar a eleição.
Sem corrupção – O presidente Bolsonaro voltou a reafirmar que “não existe uma só notícia de corrupção” em seu Governo. “Isso devemos, obviamente, pelos ministros e pelos parlamentares também, que trabalham em conjunto, visando a um só objetivo: o bem-estar do seu Estado e do nosso Brasil”, afirmou. As declarações foram feitas em visita a obras de trecho da BR-135, em São Luís, capital do Maranhão. Assim que chegou ao Maranhão, o presidente da República motivou aglomeração e cumprimentou apoiadores sem usar máscara de proteção, contrariando as recomendações para reduzir os riscos de transmissão do coronavírus. O uso do equipamento é obrigatório no Maranhão.
Protesto – O jornalista José Nêumanne Pinto ficou indignado com a iniciativa da TV Cultura, estatal paulista, em colocar no centro do programa Roda Viva, na última segunda-feira, o marqueteiro João Santana, condenado na Lava Jato e ainda usando tornozeleiras. "Deu nojo", escreveu Nêumanne ao governador de São Paulo, João Dória (PSDB). E acrescentou: "Na condição de cidadão que cumpre deveres e exige direitos do Estado, manifesto, governador, meu protesto pelo programa Roda Viva com João Santana. Um bandido condenado, portando tornozeleiras, usar o programa de maior prestígio de uma TV pública para oferecer seus serviços e ainda fazer galhofa é algo que leva vergonha e pudor aos esgotos mais profundos da gestão estatal".
Sem reeleição – João Santana disse no programa Roda Viva que, “ao contrário do que se diz hoje, é muito mais provável que Bolsonaro perca as eleições [do ano de 2022] do que ganhe”. “Bolsonaro é um fenômeno eleitoral, sim, mas ele não contrariou todas as lógicas de campanha. A campanha de 2018 é que contrariou todas as lógicas da história política eleitoral brasileira”, disse. Segundo Santana, na próxima campanha, Lula é “o vice ideal” de Ciro Gomes (PDT), candidato derrotado em 2018. Ele comparou a ideia da atual vice-presidente da Argentina Cristina Kirchner de se candidatar ao lado de Alberto Fernández, mas com ele na cabeça de chapa.
Piada – Na passagem pelo Maranhão, ontem, o presidente fez piada de tom homofóbico em uma parada não programada no município de Macabeira. No trajeto da capital, São Luís, até Imperatriz, o mandatário parou para cumprimentar apoiadores, que ofereceram para o presidente um copo de Guaraná Jesus, refrigerante de cor-de-rosa tradicional do Estado. "Agora virei boiola igual maranhense, é isso?", disse ao beber o refrigerante. "É cor-de-rosa do Maranhão aí, ó. Quem toma esse guaraná aqui vira maranhense hein", acrescentou. Sem máscara, o presidente causou a aglomeração de pessoas no local, onde posou para fotos. A interação foi transmitida ao vivo pelas redes sociais do chefe do Executivo.
CURTAS
NOVO SANTOS CRUZ – Depois de uma entrevista na TV Globo e um artigo no Correio Braziliense, o ex-porta-voz do Governo, general Rêgo Barros, passou a ser chamado de "novo Santos Cruz", no Palácio do Planalto, em referência ao general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo, que passou a se posicionar contra a gestão Bolsonaro. Nas palavras de um interlocutor de Bolsonaro, os dois generais, embora críticos, são considerados "inofensivos”. Sem mencionar nominalmente o presidente, Rêgo Barros escreveu, no artigo, que "infelizmente, o poder inebria, corrompe e destrói".
Perguntar não ofende: Por que os candidatos nanicos no Recife não renunciam e apoiam quem de fato tem mais chances na oposição?