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  • Contato Brasil, 24 de novembro de 2024 21:50:42
Magno Martins
  • 27/10/2020 08h40

    Fundão é uma “mãe”

    O candidato que mais recebeu verba pública de campanha com dinheiro vindo exclusivamente do seu partido é o deputado João Campos (PSB-PE), candidato à Prefeitura do Recife

    João Campos( foto: Arquivo do colunista)

    (Recife-PE) Dados do Tribunal Superior Eleitoral apontam que 80% do valor dos recursos provenientes dos fundos eleitoral e partidário (R$ 646 milhões de R$ 807 milhões) foram destinados a apenas 0,8% do total de candidatos nas eleições municipais de 2020 (4.600 de 548.881 candidatos). O levantamento foi publicado pelo jornal Folha de em sua edição de ontem. Já o site O Poder360 refez o cruzamento de dados e confirmou a informação.

    A compilação se baseia nas prestações de contas parciais, registradas até o último domingo das campanhas disponíveis no site do TSE. Só um em cada 10 candidatos recebeu alguma quantia do Fundo Eleitoral ou do Fundo Partidário até o momento. São 54.224 postulantes aos cargos de vereador, prefeito ou vice-prefeito nessa situação. O candidato que mais recebeu recursos públicos até o momento é o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), candidato à reeleição.

    Foram R$ 7,8 milhões declarados. Desse total, R$ 5 milhões foram direcionados pelo PSDB e o restante por legendas coligadas (Podemos, MDB e PP). Atrás de Covas está Bruno Reis, candidato do DEM à Prefeitura de Salvador. Ele recebeu R$ 7,7 milhões, sendo R$ 3,5 milhões de seu partido e o restante de outros quatro partidos que fazem parte da coligação (PL, PSL, PDT e Republicanos)

    O candidato que mais recebeu verba pública de campanha com dinheiro vindo exclusivamente do seu partido é o deputado João Campos (PSB-PE), candidato à Prefeitura do Recife. Ele recebeu R$ 7,5 milhões do fundo eleitoral do PSB, o que corresponde a 7% da verba a que o partido tem direito para financiar a campanha de todos os seus candidatos no Brasil.

    Essa imoral distribuição dos recursos partidários só atesta que é falsa, mentirosa e descarada a versão sustentada pelo Congresso, na defesa do financiamento público de campanha, de que o chamado “Fundão” serve para democratizar a política. Fundo eleitoral está mostrando, na prática, que só está sendo manipulado apenas para perpetuar os poderosos que já dominam a máquina pública.

    Drones na fiscalização – A Polícia Federal irá usar drones para fiscalizar as eleições municipais deste ano nas principais zonas eleitorais do País. De acordo com a PF, serão utilizadas mais de 100 drones em todo território nacional para sobrevoar as zonas eleitorais. A intenção é captar indícios de crimes como boca de urna, compra de votos e transporte de eleitores. "A utilização dessa ferramenta faz parte do plano nacional estratégico de uso de novas tecnologias para o combate e prevenção de ações criminosas", informou a instituição.

    NE que dá certo – Em fevereiro deste ano, a Moura Dubeux tornou-se a primeira incorporadora de atuação regional a ter ações negociadas na B3. Com seus papéis cotados a R$ 19 – centro da faixa indicativa – a companhia captou R$ 1,25 bilhão, com o objetivo, nem sempre bem visto pelo mercado, de abater dívidas. As vendas brutas no trimestre totalizaram R$ 317 milhões, um crescimento de 210,9% ante o trimestre anterior e 264,4% em relação ao mesmo período de 2019. Houve também geração de caixa no trimestre no valor de R$ 65 milhões. As três instituições que atualmente cobrem os papéis da Moura Dubeux – Itaú BBA, Credit Suisse e Eleven – recomendam compra para as ações, sendo que as duas últimas reiteraram a sua posição logo após as prévias do terceiro trimestre.

    Péssima notícia – O mundo bateu nove vezes o recorde de novos casos diários de Covid-19 em outubro, segundo dados da Organização Mundial de Saúde. O número é o maior desde janeiro, quando os recordes de casos diários foram batidos 12 vezes. A sequência de recordes ocorre no momento em que a Europa se depara com efeitos da segunda onda de infecções pelo novo coronavírus e mais países passam a adotar medidas restritivas. Além disso, os Estados Unidos seguem tentando conter a evolução do surto, mas encaram aumento expressivo no número de casos confirmados.

    Racha – Apesar do armistício público entre os ministros do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e o chefe da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, o episódio explicitou em definitivo a divisão no Governo. O próprio presidente Jair Bolsonaro teve que intervir para que houvesse um entendimento pelas redes sociais. Mas ficaram sequelas, afirmou preocupado com a gravidade do episódio um auxiliar direto do presidente. Os ataques de Salles em público evidenciaram o racha que tem, de um lado, a chamada ala ideológica e o núcleo familiar, e, do outro, a ala militar com o apoio da base política (leia-se Centrão).

    CURTAS

    COM LULA – A candidata a prefeita do Recife pelo PT, Marília Arraes, cumpriu, ontem, uma agenda de gravações com o ex-presidente Lula, em São Paulo. Os vídeos e áudios serão usados nos programas eleitorais de rádio e televisão, além dos atos da militância e agendas de rua que Marília irá cumprir daqui pra frente. “Lula fez questão de gravar comigo, principalmente para fortalecer ainda mais a nossa campanha, que já conquistou o Recife e que tem crescido a cada dia. Ter Lula ao meu lado é um orgulho, pois o Recife é grato a tudo o que ele fez pela nossa cidade, como a retirada das palafitas de Brasília Teimosa”, afirma Marília.

    LIXÕES – De janeiro a setembro de 2020, 71 das 184 cidades pernambucanas usaram lixões para descartar resíduos sólidos urbanos, o que equivale a 38,6%, segundo um levantamento do Tribunal de Contas. O número de municípios nessas condições é 22,8% menor do que em 2019, quando houve o registro de 92 cidades fazendo o descarte irregular de resíduos. O estudo do Núcleo de Engenharia do TCE chegou a esse número após inspeções feitas entre janeiro e setembro de 2020 e a análise de informações de 112 processos de Auditoria Especial para apurar responsabilidade dos municípios pela utilização de lixões, além de dados da Agência Estadual do Meio Ambiente.

    Perguntar não ofende: Até ontem, prazo final para recursos, quantas candidaturas a justiça eleitoral impugnou em Pernambuco?

     


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