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  • Contato Brasil, 25 de novembro de 2024 01:47:35
Magno Martins
  • 30/09/2020 08h08

    Morri de vergonha

    Já Collor parecia a segurança em pessoa e ganhou um minuto a mais que o rival na edição

    Candidatos em debate( Foto: Arquivo do Colunista)

    (Recife-PE) Debate eleitoral é uma oportunidade para o eleitor indeciso conhecer melhor os candidatos e decidir o voto, em alguns casos. O último debate das eleições presidenciais de 1989 talvez seja o mais discutido até hoje. Neste caso, o bafafá nem foi causado pelos candidatos, mas pela edição feita do confronto. Realizado pela Rede Globo a dez dias do segundo turno, quando Lula e Collor estavam quase empatados nas pesquisas, o debate foi editado em um vídeo de seis minutos para ser retransmitido no jornal do dia seguinte. A edição priorizava imagens de Lula nervoso, suando e titubeando nas respostas.

    Já Collor parecia a segurança em pessoa e ganhou um minuto a mais que o rival na edição. Depois de o vídeo ir ao ar, Collor descolou do petista já na pesquisa seguinte e ganhou a primeira eleição direta pós-ditadura. Paulo Maluf merecia um prêmio por animar tantos debates. Na disputa presidencial de 1989, ele fez uma dupla com Leonel Brizola digna de programa de comédia. Sem papas na língua, Maluf disse que quem era desequilibrado não podia ser candidato a presidente.

    Começou assim uma troca de insultos. Brizola chamou o rival de “filhote da ditadura” e os malufistas aplaudiram aos berros quando Maluf dizia que o candidato era um desequilibrado que “passou 15 anos no estrangeiro e não aprendeu nada”. Debates assim fazem história, mas o promovido pela Universidade Federal de Pernambuco entre os candidatos a prefeito do Recife, na última segunda-feira, não se pode enquadrar no gênero. Aliás, está mais para o gênero picadeiro.

    Com o um departamento invejável de tecnologia, a UFPE cometeu o maior mico dessa incipiente campanha eleitoral. Nada funcionou. Formato inadequado, som péssimo, imagem horrível, tudo no evento foi bizarro. Os organizadores levaram a instituição ao ridículo, macularam a história de uma universidade que zela pela qualidade do ensino, pela contratação de mestres por excelência, enfim, a maior trapalhada que se tem notícia no mundo acadêmico.

    Vale um pedido de perdão aos candidatos, mas, sobretudo, a quem perdeu o seu tempo. Arranjos, improvisos, sempre acabam reproduzindo a receita do amadorismo. Foi essa a sensação que ficou enraizada na plateia que tentou acompanhar de casa, através do link disponibilizado pela UFPE. Já ouvi que nas eleições os brutos sempre ganham. A UFPE contrariou essa regra.

    Morri de vergonha!

    Candidatos de farda – O número de policiais civis, militares e de membros da ativa e da reserva das Forças Armadas que se candidataram a prefeito e vice-prefeito neste ano é o dobro do que o registrado nas eleições municipais de 2016. São 388 candidatos a prefeito, contra 188 que disputaram o Executivo municipal há quatro anos, antes da eleição do presidente Jair Bolsonaro e da entrada de integrantes do Exército no Governo Federal. Levando-se em conta os postulantes a vice-prefeito e vereador, 6.723 policiais e militares vão participar do pleito deste ano em todo o País. Isso representa um aumento de 11,4% em relação às últimas eleições, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

    Petista apoia – Recém-escolhido para presidir o Consórcio Nordeste – colegiado que reúne governadores da região – Wellington Dias (PT), do Piauí, vê com bons olhos a proposta do ministro da Economia, Paulo Guedes, de criar um imposto nos moldes da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). Para o governante, porém, é necessário colocar outras propostas na mesa para garantir a retomada do crescimento econômico. “Estamos abertos a dialogar sobre as diversas propostas alternativas, e se o Governo apresentar como alternativa para política de emprego será tratada sim como alternativa”, explicou.

    Fake de delegado – A justiça eleitoral condenou, ontem, mais uma vez, o candidato a prefeito do Cabo pelo Podemos, Delegado Resende, a pagar uma multa de R$ 5 mil por realizar ofensas e produzir Fake News contra o prefeito e candidato à reeleição Lula Cabral (PSB). “Mais uma vez a justiça agiu corretamente, cumprindo seu dever de garantir um processo eleitoral justo e decente. O delegado desrespeita todos os princípios básicos e elementares da lei, num jogo sujo e inadmissível.  Fake é ludibriar a população, território próprio de quem não tem proposta para governar uma cidade da importância e do porte do Cabo”, disse Luiz Pereira, coordenador geral da campanha da Frente Popular no Cabo.

    Em caruaru – Na próxima segunda-feira, atendo a convite da Rádio Cultura do Nordeste e a página Caruaru no Face, e participo a estreia do Paredão Eleitoral, série de entrevistas com os principais candidatos à Prefeitura da capital do Agreste. A ordem dos dias das entrevistas foi definida através de sorteio realizado na última segunda-feira (28), com a presença do diretor presidente da Rádio Cultura, Júnior Almeida, da coordenadora de Jornalismo, Elaine Dias e dos representantes das coligações. A sequência ficou da seguinte forma: segunda-feira (05/10) – Marcelo Gomes (PSB); quinta-feira (08/10) – Raffiê Dellon (PSD); terça-feira (13/10) – Delegado Lessa (PP); quinta-feira (15/10) – Marcelo Rodrigues (PT); sexta-feira (16/10) – Raquel Lyra (PSDB).

    CURTAS

    IBOPE NO RECIFE – A Rede Globo e o Sistema Jornal do Commercio retomaram a parceria para divulgação de pesquisas eleitorais contratadas com exclusividade ao Ibope sobre a sucessão no Recife. O primeiro levantamento está em campo e deve ser divulgado neste fim de semana. Como se trata de um instituto nacional, com credibilidade, o Ibope vai balizar, com os seus números, quem, na verdade, está fazendo pesquisa que possa ser levada a sério no Recife. Nos últimos dias houve um bombardeio de números que certamente deixaram muita gente sem acreditar.

    IMPUGNAÇÃO – A Coligação Juntos por Ipojuca (PSB, PT, PDT e Solidariedade) ajuizou duas ações investigatórias eleitorais diante da conduta da prefeita Célia Sales (PTB). Visam impedir o uso da máquina pública com fins eleitoreiros e equilibrar o pleito que poderá sofrer influência direta no resultado. Uma das ações diz respeito aos indícios de abuso econômico cometido durante a convenção da prefeita, na qual a coligação adversária afirma que houve a distribuição de diversos brindes com antecipação de valores de campanha em contrariedade às regras eleitorais.

    Perguntar não ofende: Que discurso fará o governador diante de Bolsonaro, amanhã, em São José do Egito: de leão, como se comporta, ou de cordeirinho?

     

     


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