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Magno Martins
  • 28/09/2020 08h17

    Qual Recife sairá das urnas?

    Recife tem história

    Recife( Foto: Arquivo colunista)

    (Recife-PE) Start dado ontem, esta é a eleição decisiva para o PSB em Pernambuco. Vencer no Recife é imprescindível para o projeto de quase perpetuação no Governo, que começou com Eduardo Campos, eleito em 2006, contrariando todos os prognósticos que sinalizavam para o PT ou o sucessor de Jarbas Vasconcelos. Já se passaram 14 anos de um socialismo de fachada, sem nenhuma brecha para a saudável e necessária alternância de poder. A derrota será, em contrapartida, o passaporte para o infortúnio, a certeza de que o Palácio das Princesas também será retomado em 2022 pelas mesmas forças de oposição vitoriosas em 2020.

    O cenário para o PSB não é desalentador, mas também não parece nada fácil. Imposto pela viúva Renata Campos, ante o silêncio compreensível de Paulo Câmara e Geraldo Júlio, que batem continência para ela, o herdeiro João Campos é produto fraco, sem oxidação, sem imã, zero empolgação. Oco de ideia e ações, mas parece um cego perdido em tiroteio. Seu jingle, fraquíssimo, prova, igualmente, que nem um bom marqueteiro foi contratado para a milionária campanha.

    Sua estreia no corpo a corpo nas comunidades foi um desastre. Chegou a ser expulso de uma delas, conforme este blog antecipou ontem. João pode até ter um futuro promissor, mas hoje, aos 26 anos, imaturo por natureza, não tem estatura para tocar uma cidade do porte econômico e da dimensão política como Recife, centro de irradiação do Nordeste, cidade revolucionária, estuário dos gritos de rebeldia que levaram o País à sua independência.

    A Recife de Pelópidas Silveira, marco de gestão pública entre o final dos anos 50 e o limiar dos 60, de um Jarbas Vasconcelos, quatro anos ocupando o primeiro lugar em aprovação popular entre os prefeitos de capitais, provavelmente terá razões para resistir a improvisos, a arranjos familiares. Uma cidade que já foi governada por cinco ex-governadores – Arraes, Jarbas, Krause, Joaquim e Roberto Magalhães – tem, por isso mesmo, um passado honrado que condena um futuro construído sem cabelos brancos, com a marca dente de leite imposta pelo PSB.

    Recife tem história. Sua inquietação política nas primeiras décadas do século XIX remete a profundas conexões com as mudanças que aconteciam desde o século XVIII, das grandes revoluções burguesas. Berço de lutas pela autonomia política, em nome dos ideais consagrados pela Revolução Francesa, imaginário político marcado pela inquietação e pela resistência ao autoritarismo presentes na Confederação do Equador, Recife está diante de uma profunda reflexão neste momento em que a pauta da eleição se apresenta entre o paradoxo de honrar as suas tradições libertárias ou voltar à capitania hereditária.

    Cola de Geraldo – João Campos começou a campanha com uma visita à comunidade Irmã Dorothy, na Imbiribeira. A localidade, que possui 18 anos de ocupação e cerca de 10 mil moradores, apresenta muitos problemas de infraestrutura e sofre com a ausência de equipamentos públicos. Ficou clara a sua estratégia de continuidade ao padrinho Geraldo Júlio, mesmo com metade da população rejeitando sua gestão. “Tivemos muitos avanços com Geraldo, porém conhecemos os problemas da cidade e o muito que ainda precisa ser superado para melhorar a qualidade de vida da nossa população”, afirmou.

    Maratona – Candidata do PT, líder nas pesquisas, Marília Arraes deu a largada da sua campanha usando bicicleta, carro e barco. Pela manhã, participou de uma bicicleata no Recife Antigo, em seguida liderou uma carreata pelas Avenidas Domingos Ferreira e Boa Viagem, com destino a Brasília Teimosa. Encerrou a maratona com um passeio de barco pelas águas do Rio Capibaribe. “Foi um dia que vai ficar na memória do Recife, porque mostrou a esperança dos recifenses em dias melhores, em mostrar o valor que a nossa cidade tem. O recifense quer uma cidade inteligente, que cuide de todos”, afirmou.

    Sem máscara – Para bater ponto na delegacia, Patrícia Domingos, candidata do Podemos à Prefeitura do Recife, não pode, sob a alegação de ser hipertensa, parte do grupo de risco na pandemia. Mas para andar nas ruas e fazer campanha, inclusive sem máscara, como se apresentou ontem na primeira agenda de campanha na comunidade Caranguejo Tabaiares, não corre risco algum. Depois de cumprimentar muita gente sem máscara, ignorando o protocolo do estado de pandemia, justificou a escolha do local. "Escolhi começar a campanha num dos lugares mais esquecidos do Recife. Os nossos adversários votaram contra o marco do saneamento porquê das casas deles não conseguem ver isso aqui", afirmou.

    Abandono – Já Mendonça Filho, candidato do DEM, começou a campanha pelo sítio Santa Francisca, o Sítio do Forró, no Ibura do Baixo. Ali, ouviu relatos de que a comunidade chegou a construir parte de uma das galerias de esgoto fazendo uma vaquinha entre os moradores devido ao esquecimento do poder público – leia-se gestão Geraldo Júlio. “Teve gente que colaborou até com quantia acima de mil reais”, disse Dona Nena, líder comunitária. Após a visita, Mendonça participou de um adesivaço no bairro da Torre, próximo ao comitê central de campanha. A agenda foi encerrada com uma reunião na comunidade da Bomba do Hemetério.

    CURTAS

    VERDE E AMARELO – Já o candidato a prefeito do PSC, Alberto Feitosa, participou de carreata no bairro de Dois Unidos, organizada por um candidato a vereador. Passou pelas Avenidas Hidelbrando Vasconcelos, Beberibe e Cajueiro. "Estou muito feliz em receber tanto carinho no pontapé inicial da nossa campanha. Os recifenses desejam mudanças. Vamos juntos por um Recife Verde Amarelo, que respeite os seus cidadãos", declarou. Durante o ato, o voluntário Elvis Ceron exaltou a candidatura de Feitosa. "Eu tenho esperança, estamos em luta a favor da família. Vai dar tudo certo e o Recife vai caminhar para frente. Confio no Coronel e vou fazer de tudo pra que ele vença".

    CARRO ELÉTRICO – A live deste blog, amanhã, será com o empresário cearense Antonio Souza, que vem se destacando no mercado automotivo 4x4, direcionado ao campo corporativo. Souza é fundador da CAB, detentora dos direitos de produção e comercialização do Jipe Stark, produto 100% nacional. O empresário escolheu o município pernambucano de Araripina para instalar a divisão da empresa de montagem de carros elétricos, que está com lançamento previsto para janeiro. Ele também se prepara para ter uma montadora em cada região do País. A entrevista será pelo Instagram do blog às 19 horas. Se você ainda não segue o Instagram do blog, anote o endereço: @blogdomagno.

    Perguntar não ofende: Quem vai ser encurralado hoje no primeiro debate entre os candidatos a prefeito do Recife em evento online promovido pela UFPE?

     


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