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  • Contato Brasil, 25 de novembro de 2024 01:55:48
Magno Martins
  • 18/09/2020 09h00

    Eleitor de Caruaru foi traído

    Na verdade, não é nem uma brincadeira, mas uma falta de respeito ao eleitor

    Caruaru em destaque ( Foto: arquivo do colunista)

    (Recife-PE) A oposição à prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), entrou na disputa, ao apagar das luzes do prazo das convenções partidárias, com um candidato de mentirinha – o vereador Marcelo Gomes, filho do ex-vice-governador Jorge Gomes e da ex-deputada Laura Gomes. Mentirinha bem típica da fábrica de Pinóquio, o boneco de madeira que sonhava em ser um menino de verdade.

    Diz uma velha lenda que o Pinóquio quanto mais mentia mais o seu narigão crescia. No caso da chapa encabeçada por Marcelo, a mentira eleitoral se agiganta como o nariz do Pinóquio com a escolha da sua vice Ailza Trajano, do PCdoB, que nunca ouvi falar. Só soube, hoje, tratar-se uma ativista comunista. A escolha dessa chapa é uma brincadeira de mau gosto com o eleitorado exigente de Caruaru patrocinada por José Queiroz (PDT) e Tony Gel (MDB), as duas lideranças dos grupos de oposição mais representativos do município.

    Na verdade, não é nem uma brincadeira, mas uma falta de respeito ao eleitor, principalmente os que não querem reeleger a prefeita nem tampouco o delegado Erick Lessa (PP), que passam à condição de órfãos, frustrados, sem entusiasmo para serem protagonistas especiais do pleito. Alguém há de colocar em xeque se Lessa não seria uma alternativa capaz de ocupar esse vácuo, mas o delegado pode até ser um bom investigador, mas é um político amador.

    Se fosse do ramo, diante do cenário de incertezas que pairava em relação às candidaturas de José Queiroz e Tony Gel, teria agido com sabedoria, buscando um canal de interlocução com os referidos grupos. Mas Lessa se acha a palmatória do mundo e se ilude com o discurso da metralhadora girando na direção de todos, de Raquel, que está no poder, aos que seriam potencialmente seus grandes aliados, como Queiroz e Gel.

    O não de Wolney – Em entrevista, ontem, ao Frente a Frente, o deputado Tony Gel (MDB) pediu perdão aos seus eleitores por não ter revelado há mais tempo que havia se submetido a uma cirurgia para retirada de um câncer na próstata. “Errei, dou a mão à palmatória”, confessou. Na mesma entrevista, o deputado admite que seu grupo e o do deputado José Queiroz não conseguiram montar uma chapa competitiva para enfrentar a prefeita Raquel Lyra (PSDB), que disputa a reeleição. Segundo Gel, o nome do deputado federal Wolney Queiroz, filho de Zé Queiroz, foi colocado por ele como alternativa que uniria os dois grupos, mas ele não aceitou.

    Desrespeito 1 – A quarta-feira passada foi o prazo-limite estabelecido para as convenções. Em razão da pandemia, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estabeleceu protocolos para evitar a proliferação da Covid-19, mas, em várias cidades do interior pernambucano houve um tremendo desrespeito às medidas sanitárias. Em Ouricuri, no Sertão do Araripe, o candidato a prefeito Botinha Coelho (SD) promoveu um verdadeiro comício no encontro que homologou sua candidatura. Vídeos mostraram centenas de pessoas juntas, sem máscaras.

    Desrespeito 2 – Na noite da última terça-feira, a candidata a prefeita de Sirinhaém, Camila Machado (PP), confirmou seu nome na disputa, em ato que ultrapassou a quantidade máxima permitida de 100 pessoas. O presidente da Alepe, Eriberto Medeiros (PP), e o presidente do partido no Estado, Eduardo da Fonte, também participaram da convenção. Em Joaquim Nabuco, por sua vez, o prefeito-candidato Neto Barreto (PTB) saiu às ruas para uma caminhada desrespeitando o distanciamento social. Na tentativa de reeleição, pairam, sobre o gestor, suspeitas de implantar um esquema de “rachadinha”, com direito a uma CPI na Câmara Municipal para investigar o caso.

    Avanço e recuo – No Rio, enquanto a Comissão Especial da Assembleia Legislativa dada, ontem, mais um para instalação do processo de impeachment do governador Wilson Witzel, na Câmara Municipal era rejeitado, por 24 votos a 20, a abertura de um mesmo processo de impeachment contra o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) – o quinto apresentado e o quarto rejeitado desde o início da gestão. Candidato à reeleição, o prefeito é acusado de desviar verbas públicas e praticar improbidade administrativa e crime de responsabilidade por suposto envolvimento em um esquema de corrupção investigado pela Operação Hades, promovida pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Estado do Rio (MP-RJ) e cuja segunda etapa foi realizada em 10 de setembro.

    CURTAS

    BALANÇO – Passadas as convenções, os números: o PSDB conseguiu manter a maior presença nas capitais e nos municípios com eleitorado acima de 200 mil, com 30 municípios. O MDB segue em 2º lugar, com 15 prefeituras. Siglas como PSB, DEM e PSD aparecem em seguida, com sete cidades cada. O PT está nos grotões. A sigla havia conquistado 25 cidades em 2008. Nesta eleição, não governa nenhum desses municípios. No último pleito, em 2016, o petista Marcus Alexandre foi eleito para a capital do Acre, Rio Branco. Mas renunciou ao cargo em 2018 para disputar o governo estadual. Acabou perdendo. Agora, o partido busca se reerguer e reconquistar o comando de grandes prefeituras.

    FORA DO PT – A presidente do PT, Gleisi Hoffman, já admite o partido apoiar um candidato a presidente em 2022 sem estar filiado à legenda. “Tem vários nomes. Tem nomes no PT e tem nomes em outras legendas, como é o caso do Flávio Dino (PCdoB) que tem se colocado no cenário nacional. Não há problema nenhum em discutir isso, termos um acordo. Numa disputa eleitoral, você considera também a sua capacidade eleitoral, de votação. Obviamente, se a gente tiver uma liderança com mais intenção de votos, é óbvio que para a disputa eleitoral isso tem u peso significativo”.

    Perguntar não ofende: Por que Bolsonaro não quer testar a sua força na eleição deste ano nas capitais?

     

     

     


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