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- Contato Brasil, 25 de novembro de 2024 03:47:51
(Recife-PE) Há quem diga que candidato a vice não soma nada, só não pode atrapalhar. Marco Maciel, o vice-presidente dos sonhos de qualquer postulante ao Planalto, contrariou esse conceito vago e equivocado. Somou, e muito! Pode até não ter agregado votos, mas gozou a vida inteira de uma unanimidade entre os partidos e lideranças políticas, nunca contestada. Além de agregar valores éticos e morais, Maciel se revelou com o tempo num dos maiores articulistas, bombeiro, apagador de incêndios na seara conturbada da política brasileira.
Bem que poderia ter feito escola, mas infelizmente a política brasileira, com o passar do tempo, está ficando cada vez mais empobrecida, um grande deserto de lideranças. No caso do Recife, os candidatos a prefeito nas eleições deste ano encerraram, ontem, por força da lei, a escolha dos seus vices. De todos, o mais feliz foi Mendonça Filho. Candidato pelo DEM, o ex-ministro da Educação escolheu a deputada estadual Priscila Krause para compor a sua chapa.
Nota mil! Além de competente e vigilante no combate à corrupção que campeia no Recife, Priscila tem a cara do Recife, um quadro sem mácula, nunca envolvida em processos não republicanos. Valoriza e exerce a política da cidadania, do combate ao bom combate. Tem aprovação da sociedade e uma folha de serviços prestada ao Estado, com destaque para o Recife, cidade que aprendeu a amar com o pai, o ex-prefeito e ex-governador Gustavo Krause.
Priscila já disputou a Prefeitura do Recife, mas sem sucesso. Suas votações para a Câmara de Vereadores sempre foram cada vez mais surpreendentes, crescentes, com forte inserção no chamado voto de opinião. Deputada em segundo mandato, Priscila assumiu, desde a instalação da pandemia, uma postura corajosa e ousada nas investigações paralelas ao que a Polícia Federal descobriu envolvendo desvios de recursos federais para a pandemia.
Há quem diga, por fim, que Mendonça fez uma chapa pão com pão (jargão dado a uma chapa com candidatos do mesmo partido), mas isso é outra grande besteira. Se os demais partidos da aliança do democrata, como o PTB, PSDB e PL, aprovaram o nome de Priscila e não exigiram participação na chapa, não há estresse. Ela soma e pode ajudar substancialmente o projeto majoritário de Mendonça.
Quem não leva queda? – De Mendonça Filho ao discursar, ontem, na sua convenção: “Vamos percorrer os quatro cantos da cidade, levando nossas propostas, mostrando que é possível mudar. Chega de aventura, chega de experimentação. Aqui não é espaço para estágio não. Todo mundo cumpre etapa na vida. Eu comecei cedo, mas eu fui subindo degrau a degrau e levei muitas quedas. E as quedas foram boas para mim. Quem não leva queda? Só filhinho do papai e da mamãe. Aí não leva queda. Acaba super protegido, tem tudo ao seu lado, tem um cerco, tem governo, tem palácios. Tem tudo, mas não tem domínio da decisão do povo. E o povo vai tirar essa turma que está no poder”.
Boa escolha – Marília Arraes, candidata do PT, também fez uma boa escolha. O seu vice João Arnaldo Novaes tem nível e experiência administrativa. Graduado em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco, integrou a Rede Nacional de Advogadas e Advogados Populares (Renap) e exerceu os cargos de Superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) em Pernambuco (2002-2008), Diretor-Geral do Promata e Secretário Executivo de Desenvolvimento e Articulação Regional do Estado de Pernambuco (2009-2010) e Diretor de Ações Socioambientais e Consolidação Territorial do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) (2012-2015).
Má escolha – Já o presidente estadual do Cidadania, Daniel Coelho, deu um presente de grego à delegada Patrícia Domingos, candidata à prefeita pelo Podemos, a quem passou a apoiar depois de retirar sua candidatura. Refiro-me à indicação de Leo Salazar para vice de Patrícia. Ligado ao segmento do entretenimento como promotor de eventos culturais, Leo não é bem visto pela sua categoria, principalmente por concorrentes do maior São João do Mundo, o de Caruaru. Ali, quando dirigiu a Fundação de Cultura do Município desagradou a gregos e troianos. Além disso, politicamente e eleitoralmente, não soma nada para a chapa da candidata do Podemos.
Nada soma – Ao escolher um pastor para vice, Wellington Carneiro, da igreja Verbo da Vida, indicado pelo presidente estadual do Patriota, deputado federal Pastor Eurico, o candidato do PSC, Alberto Feitosa, também não fez uma escolha que pudesse agregar substancialmente. Também foi uma demonstração de que o presidente Bolsonaro não vem para o seu palanque, porque seu projeto era convencer o presidente da Embratur, Gilson Neto, a colocar a esposa Sarita na chapa como vice. Se isso realmente tivesse sido concretizado, Bolsonaro poderia vir pedir votos para Feitosa no Recife.
CURTAS
REVELAÇÃO BOMBÁSTICA – Corajoso, o deputado Tony Gel (MDB) revelou, ontem, que teve um câncer na próstata e em razão do seu estado de saúde resolveu retirar o filho Toninho, antecipado ontem por este blog, da disputa para a Prefeitura de Caruaru. Empresário do ramo de shows, Toninho sempre teve seu nome lembrado para uma disputa majoritária na capital do Agreste, mas foi obrigado a ficar de fora quando a primeira oportunidade real surgiu. “A prioridade é a saúde do meu pai”, diz ele. Em razão deste novo cenário, o grupo do deputado José Queiroz anunciou como candidato a prefeito o vereador Marcelo Gomes, do PSB, filho do ex-governador Jorge Gomes.
PEGOU GERAL – Ao menos cinco autoridades que compareceram à solenidade que marcou o início da presidência do ministro Luiz Fux no Supremo Tribunal Federal (STF) contraíram o novo coronavírus. Na última terça-feira, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e a presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Maria Cristina Peduzzi, informaram que testaram positivo para covid-19. Fux tomou posse na última quinta-feira (10), em uma cerimônia enxuta, com cerca de 50 convidados, por causa das restrições impostas pela pandemia do coronavírus.
Perguntar não ofende: Quem vai bater Geraldo Júlio, o hexa em operações da Polícia Federal?