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  • Contato Brasil, 28 de março de 2024 14:16:37
Magno Martins
  • 16/09/2020 08h28

    O duelo Marília X Patrícia

    Indiscutivelmente, de todos os candidatos postos, João parece ter cadeira cativa no segundo turno, a menos que ocorra uma hecatombe no curso da sua campanha

    Marília e Patrícia( Foto: Arquivo colunista)

    (Recife-PE) O reforço eleitoral e político que a legenda Cidadania, alavancado pelo presidente estadual da legenda, Daniel Coelho, deu à candidatura de Patrícia Domingos, do Podemos, gerou um cenário inusitado na capital pernambucana: uma guerra que promete muitas emoções entre duas mulheres – ela e a petista Marília Arraes - pela ida ao segundo turno contra, teoricamente, o candidato do PSB, João Campos.

    Teoricamente, porque João é o candidato de duas máquinas – a do Governo do Estado e a da Prefeitura do Recife, a primeira sob o comando do governador Paulo Câmara e a segunda, capitaneada pelo prefeito Geraldo Júlio. Além disso, o socialista conta com 34 vereadores de mandato na Câmara, o maior número de candidatos a vereador e o maior número de partidos integrantes da coligação. Na prática, um verdadeiro exército cabalando votos para João.

    Indiscutivelmente, de todos os candidatos postos, João parece ter cadeira cativa no segundo turno, a menos que ocorra uma hecatombe no curso da sua campanha. Marília e Patrícia, portanto, vão protagonizar a batalha das saias. Mulher é um componente novo na eleição do Recife. A capital pernambucana nunca teve uma prefeita e o momento, quando o Tribunal Superior Eleitoral valoriza o espaço feminino, é bem propício para isso.

    Caberá ao candidato do DEM, Mendonça Filho, e ao candidato do PSC, Alberto Feitosa, este se ganhar o apoio formal do presidente Bolsonaro, colocar em prática estratégias que tirem esse foco da campanha. Mendonça está com tesão de noivo e para quebrar essa dicotomia fará de tudo, enquanto Feitosa sonha 24 horas com a sinalização de que atrairá o eleitorado bolsonarista no Recife.

    Na guerra Marília X Patrícia, o que vai atrair as expectativas do eleitorado são as armas que ambas terão ao seu dispor para o embate. Marília tem mais bagagem política e identidade com a cidade, foi vereadora do Recife e na última eleição saiu das urnas como a segunda deputada federal mais votada do Estado. Já Patrícia é debutante na política, tem sotaque carioca pela sua origem fluminense e sua única experiência na vida pública vem da sua ação de combate à corrupção numa ação que coordenou como delegada no Estado.

    Uma briga que promete muitas emoções.

    CORRUPÇÃO – Na primeira entrevista que concedeu, ontem, após a confirmação do apoio de Daniel Coelho, Patrícia Domingos voltou a falar de combate à corrupção, principal temática da sua campanha com vistas a chegar ao poder municipal no Recife. “Trabalho nessa área há muito tempo. Só que essa bandeira é subsidiária às demais pautas de um Governo. Se você consegue combater a corrupção, obviamente você consegue fazer com que os recursos sejam preservados para destinação a todas as pastas”, afirmou.

    PAULEIRA – Patrícia também foi enfática nas críticas à administração do PSB no Recife: “Em relação ao prefeito Geraldo Julio, a maior crítica é sobre ele e a equipe terem transformado a Prefeitura em um palco de escândalos de corrupção. A Prefeitura virou capa de matérias nacionais com cinco operações policiais. Eu mesma denunciei vários contratos ao Ministério Público Federal e à Controladoria Geral da União, mencionando acordos suspeitos com empresas que não existem, com preços diferenciados e o próprio escândalo dos respiradores de porcos”, disse. “No momento em que a cidade mais precisou de um gestor que tivesse honestidade, decência e compromisso com a população – nós estávamos e estamos falando em salvar vidas –, tivemos uma enxurrada de escândalos e suspeitas de corrupção durante a pandemia”, acrescentou.

    TEMPO DE JOÃO – Antes da convenção que homologou, ontem, sua candidatura à sucessão do prefeito Geraldo Júlio, o candidato do PSB, João Campos, distribuiu um vídeo também disponível em suas redes sociais no qual afirmou: "Muitos podem ter questionado: Mas por que tão cedo, João? A gente não escolhe a hora dos desafios. Temos obrigação de enfrentá-los de cabeça erguida. Posso dizer que estou pronto e sei da responsabilidade que é poder cuidar da minha cidade. A nossa escola é de quem sabe fazer com gosto o que mais precisa", afirmou o socialista, que lembrou o pai, o ex-governador Eduardo Campos, e também falou em unidade.

    CONVENÇÃO DO PSC – O Partido Social Cristão realiza, hoje, às 10h, sua convenção para oficializar o nome do Coronel Alberto Feitosa como candidato à Prefeitura do Recife. Além do PSC, Feitosa reúne os apoios do Patriota, do Pastor Eurico, e do Democracia Cristã, comandado no Estado por Geraldo Queiroz. Tanto o PSC como o DC disputam as eleições para vereadores com chapas completas. O evento acontece na Faculdade Alpha, em Santo Amaro, e será presencial, obedecendo aos protocolos de prevenção à Covid-19. Também será transmitido ao vivo para os filiados dos partidos coligados pelos canais do Youtube, Facebook e Instagram de Alberto Feitosa (@coronelalbertofeitosa).

    ATO DE MENDONÇA – Já o candidato do DEM, Mendonça Filho, faz a sua convenção hoje, às 16 horas, no Mar Hotel, em Boa Viagem, com a presença dos partidos aliados da sua coligação, entre eles o prefeito de Jaboatão, Anderson Ferreira, e o presidente de honra do PTB, ex-senador Armando Monteiro Neto. Em tempos de pandemia, a assessoria de Mendonça reservou uma área especial para os jornalistas que vão cobrir o evento online. No telão, Mendonça apresentará depoimentos de lideranças nacionais que estarão em seu palanque, como o presidente do seu partido, o prefeito de Salvador, ACM Neto.

    MANOBRA – O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que é inconstitucional a adoção do voto impresso, ao concluir que a medida viola o sigilo e a liberdade do voto. O julgamento foi encerrado às 23h59 da última segunda-feira no plenário virtual do STF, uma plataforma online que permite que os ministros analisem casos sem se reunirem pessoalmente ou por videoconferência. O voto impresso era uma das exigências previstas na minireforma eleitoral, sancionada com vetos, em 2015, pela presidente cassada Dilma Rousseff (PT). Em novembro daquele ano, o Congresso derrubou o veto de Dilma ao voto impresso – ao todo, 368 deputados e 56 senadores votaram a favor da impressão, proposta apresentada pelo então deputado federal Jair Bolsonaro.

    Perguntar não ofende: Bolsonaro está colocando o ministro da Economia, Paulo Guedes, na chuva para se molhar?


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