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- Contato Brasil, 25 de novembro de 2024 03:29:19
(Recife-PE) De última hora, surpreendendo aliados e eleitores, o deputado José Queiroz, pré-candidato do PDT a prefeito de Caruaru, mudou do dia 12 para o dia 16, data limite do calendário eleitoral, a convenção destinada a homologar a sua postulação. Há quem desconfie de que foi a primeira sinalização de que não será candidato. E existem muitos motivos para a desconfiança.
Beirando os 80 anos, já tendo sido prefeito por quatro mandatos, Queiroz está preso em casa, sem sair para lugar nenhum, refém da pandemia do coronavírus. Pela longa estrada de vida, seu grande referencial são as campanhas de rua, o contato direto com o povo, nunca as redes sociais, canais por onde desfilarão os candidatos a prefeito e a vereador nas eleições em tempos de Covid-19.
Eleições sem aperto de mão, sem comício, sem um mínimo contato do eleitor com o povo. Mesmo que esteja com a melhor equipe em redes sociais do mundo, este não é o mundo de Queiroz no qual ele rende, produz e ganha votos, amplia seu eleitorado e reina absoluto. Como acreditar num candidato que, temendo a morte, não põe os pés além da porta da casa?
Por tudo isso e outras cositas, não creio que Queiroz seja candidato. Entre as outras cositas, está a falta de apoios, de alianças consistentes. Queiroz só sairia forte, verdadeiramente, mesmo num quadro ao qual se impôs a tantas restrições em preservação à saúde, se tivesse um leque novo de forças por trás do seu projeto eleitoral.
Refiro-me ao deputado Tony Gel (MDB). Inelegível, este, que na eleição passada disputou o segundo turno com Raquel, viabilizaria a ida dele ao segundo turno se firmasse uma aliança indicando o vice. Mas, o que se diz em Caruaru é que Gel é candidato sub judice, ou seja, com risco de ser eleito, mas não assumir pela inelegibilidade imposta pela Justiça.
Até que convença com gestos e ações do contrário, Queiroz, insisto, não é candidato a prefeito. A não ser que tenha mudado a data da convenção para reabrir uma negociação com Tony Gel. Se prosperar, estará no jogo, mesmo sendo este jogo quase uma sentença de morte, graças ao favoritismo de Raquel para emplacar a reeleição logo no primeiro turno.
DUCHA FRIA – O anúncio da suspensão dos testes clínicos da vacina contra a covid-19, desenvolvida pela Universidade de Oxford, foi recebido no Palácio do Planalto como “um balde de água fria”, nas palavras de um auxiliar do presidente Jair Bolsonaro. A vacina, que está sendo desenvolvida em parceria com a farmacêutica AstraZeneca, era considerada a principal aposta de Bolsonaro e do governo brasileiro para imunizar a população contra o novo coronavírus. A suspensão dos estudos deixou o presidente e integrantes da equipe bastante preocupados.
REAÇÃO – Agora, sem essa alternativa, o Palácio do Planalto aguarda a avaliação do ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, para decidir o que fazer. Em nota, o Ministério da Saúde informou que foi notificado por e-mail pela AstraZeneca, mas disse estar mantido “o compromisso em garantir uma vacina segura e eficaz em quantidade para a população brasileira”. A pasta também procurou adotar tom de cautela, sob o argumento de que a pausa no estudo clínico é um “procedimento padrão de avaliação de segurança”, na tentativa de investigar quaisquer reações adversas. “A pausa no estudo significa que não haverá inclusão, neste momento, de novos participantes. Entretanto, aqueles já incluídos seguem em acompanhamento para avaliação da segurança e eficácia”, diz a nota.
O FUTURO DE LULA – A posse de Luiz Fux na presidência do Supremo Tribunal Federal, hoje, inaugura o processo de decisões judiciais do longo e tenso calendário eleitoral brasileiro, o da sucessão presidencial de 2022. No alto da lista de providências está a aprovação do grid de candidaturas e, nele, a dúvida na escuderia PT: estará ou não sob a direção de Luiz Inácio Lula da Silva? A configuração do Supremo será peça fundamental nas decisões que darão vantagem ou desvantagem ao Partido dos Trabalhadores. A ascensão de Fux é uma desvantagem. Na divisão do STF, o novo presidente se alinha à Lava Jato e é titular absoluto no grupo dos punitivistas, em oposição aos garantistas.
SUSPEIÇÃO DE MORO – Na Segunda Turma do STF, no entanto, onde se julgará, ainda sem data marcada, o habeas corpus impetrado por Lula arguindo a suspeição do então juiz Sérgio Moro nas decisões que o tornaram inelegível, o PT enxerga uma vantagem. Tanto se o ministro Celso de Mello reassumir seu posto no STF antes da aposentadoria, em novembro, quanto se não voltar. Celso teria comunicado a alguns colegas que amanhã estará no trabalho. O PT torce para que o decano participe da decisão sobre Lula. Relembra que, ao julgar caso semelhante em processo do Banestado, em que também foi questionada a imparcialidade de Sérgio Moro, Celso de Mello foi veemente ao admitir a falta de isenção do juiz. Agora, a argumentação seria ainda mais densa que a anterior.
CONFUSÃO DE TERRENOS – O promotor Flávio Falcão, representante do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) em Fernando de Noronha, fez uma série de recomendações ao Governo do Estado sobre a política habitacional na ilha. Entre elas, estão a elaboração de nova lista dos contemplados, excluindo pessoas que já tenham moradia ou que não residam no arquipélago. A relação de beneficiados com Termo de Permissão e Uso (TPU) dos terrenos, elaborada pela Administração da Ilha, em conjunto com o Conselho Distrital, tem 322 nomes. A entrega dos lotes está suspensa, desde novembro do ano passado, por causa de uma ação impetrada pelo Ministério Público.
CIDADE DO LIXO – A Prefeitura de Timbaúba, na Mata, decretou situação de emergência e calamidade por estar, desde o fim de semana, sem coleta de lixo. O problema ocorre devido a um impasse entre o Executivo e a Câmara de Vereadores. A população segue colocando os sacos de lixo nas calçadas para que a equipe da coleta leve quando o caminhão passar. Segundo os moradores, há vários dias, os resíduos não são retirados das ruas da cidade, causando um acúmulo no local. O serviço de varrição, no entanto, não foi afetado, mas os funcionários, com carroças, levam só folhas, galhos, garrafas e pequenos resíduos deixados. O lixo doméstico não é coletado.
Perguntar não ofende: Quando a Polícia Federal voltará a fazer operações na Prefeitura do Recife e no Governo do Estado?