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  • Contato Brasil, 25 de novembro de 2024 03:43:14
Magno Martins
  • 08/09/2020 09h16

    Governo quer fechar Noronha

    Mas o Governo de Pernambuco maltrata a ilha

    Ilha de Noronha( Foto: arquivo do colunista)

    (Recife-PE) Praticamente fechado para o turismo, sua mola mestra da economia, o paradisíaco arquipélago de Fernando de Noronha vive uma crise sem precedentes. Os tempos de escuridão começaram em março com a chegada da pandemia e nunca mais clarearam. Pelo contrário, a visão obtusa do Governo de Pernambuco acelera a crise com um protocolo de medidas ridículas para frear a pandemia. Ao invés de conhecer as belezas da ilha, os turistas, que levam riqueza ao local, ficam confinados nos hotéis até que o Governo comprove que não estão afetados.

    Faltam competência e conhecimento em medidas preventivas mais eficazes e menos constrangedoras. Sem turistas, as companhias aéreas que operam em Noronha suspenderam 98% dos voos. Depois de 120 dias, abriram dois voos, mesmo assim sem espaço para os turistas, lotados por moradores e por quem tem negócios por lá. O protocolo lembra muito a dureza das medidas da Cuba de Fidel Castro e por isso mesmo haverá um grande protesto, hoje, a partir das oito horas, pelas ruas do Recife. O Governo quer fechar a ilha, um patrimônio mundial da humanidade.

    Em 2001, a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) oficializou o reconhecimento do arquipélago de Fernando de Noronha como Patrimônio Natural da Humanidade por ser um dos mais importantes parques marinhos do mundo. Com o reconhecimento, Noronha passou a ser área de preservação obrigatória. Já em 2017, o Governo Federal transformou o conjunto histórico do Arquipélago de Fernando de Noronha Patrimônio Cultural do Brasil.

    O Ministério da Cultura, por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), homologou o tombamento das fortificações e do conjunto urbano da Vila dos Remédios, incluindo algumas de suas edificações históricas. Integra o Conjunto Histórico do Arquipélago de Fernando de Noronha o Sistema Fortificado, composto pelos Fortins de Santo Antônio, de Nossa Senhora da Conceição, de São Pedro do Boldró e o Reduto de Santana.

    Também o Conjunto Urbano da Vila dos Remédios, incluindo a vila ou colônia prisional e o centro urbano do povoamento da ilha; além dos seguintes bens isolados: a Vila da Quixabá, a capela de São Pedro dos Pescadores, o prédio da Air France e um testemunho da presença Americana na Ilha ("iglu" da Vila dos Americanos). Se já era atrativa, a ilha passou a ser cobiçada no mundo inteiro. Segundo pesquisa da Embratur, 98% dos brasileiros gostariam de conhecer Noronha.

    Mas o Governo de Pernambuco maltrata a ilha. Suas rígidas e burras medidas, tendo como justificativa a pandemia, quebraram donos de pousadas, fecharam restaurantes, suspenderam voos, obrigaram muita gente a fechar lojas comerciais e adiar novos investimentos. Parece perseguição ou visão caolha, porque o turismo já foi aberto em todos os demais centros turísticos, como Porto de Galinhas, que, neste feriadão, virou um inferno, com aglomerações de turistas e visitantes nas praias, hotéis e pousadas.

    Dois pesos, duas medidas.

    SÓ CURADOS – Fechada para o turismo desde março, devido à pandemia da Covid-19, em Noronha, segundo o protocolo ao estilo cubano, só podem desembarcar na ilha pessoas que já tiveram a doença causada pelo novo coronavírus e estão curadas. Curada, uma turista relatou que, a princípio, enfrentou muitas dificuldades para conseguir informações e também para apresentar o exame que comprovava estar curada. “Eu tive dificuldade de validar o teste, que comprovou que eu já tive a Covid-19. Acho que o começo foi um pouco conturbado, mas acredito que vai melhorar”, contou.

    DRAMA TERRÍVEL – Em Noronha, a rotina começou a virar do avesso após o fechamento do aeroporto, única porta de entrada para turistas, no dia 21 de março. Isso fez com que cessasse praticamente toda a economia, tanto na área privada quanto pública, tendo em vista que 95% da arrecadação vêm das atividades turísticas. Na ocasião, 2.593 visitantes tiveram de voltar para casa. Hotéis, pousadas e restaurantes suspenderam atividades ou tentam se manter por meio de delivery. Sem movimento, parte dos moradores preferiu passar a quarentena com a família no continente, em voos sem previsão de volta. Em questão de dias, Noronha viu o número de pessoas despencar de 7,2 mil, considerando a população flutuante, para menos da metade: 3,5 mil, segundo estimativa local.

    LIBEROU GERAL – Nem parece que Pernambuco vive ainda um cenário preocupante de pandemia. No feriadão, as principais praias ficaram lotadas. Foi impossível reservar hotel em Porto de Galinhas ou qualquer área do litoral sul. Na praia de Boa Viagem, muita gente no mar e também na areia, provocando aglomerações. As barracas estavam posicionadas respeitando as regras de distanciamento, mas ainda assim era possível ver que apenas parte das pessoas utilizava máscara. Muitos usavam o equipamento embaixo do queixo. Na praia de Bairro Novo, em Olinda, inúmeras pessoas foram flagradas sem máscara. Perto das pedras, era possível ver um grupo jogando futebol sem o equipamento. Nas areias, quem estava embaixo dos guarda-sóis parecia respeitar o distanciamento.

    PROTESTO – Apoiadores da Operação Lava Jato realizaram atos em defesa da continuidade da força-tarefa no feriadão. De acordo com o movimento Vem Pra Rua, um dos responsáveis pela convocação das manifestações, carreatas foram realizadas em 15 Estados do País. Na maior delas, em São Paulo, a organização confirmou que mais de 200 automóveis aderiram ao ato. A pauta da manifestação teve como principal ponto o pedido de prorrogação da força-tarefa. Os manifestantes apontaram que a Lava Jato está sofrendo um desmonte, liderado pelo procurador-geral da República, Augusto Aras. Panfletos com a inscrição "Aras, inimigo da Lava Jato" foram distribuídos durante o ato em várias partes do País.

    SEM FESTA – O Governo Federal economizou cerca de R$ 800 mil ao deixar de realizar a festa de 7 de setembro, ontem, em Brasília. Essa foi a média de gastos com a cerimônia desde 2012 – primeiro ano com contratos disponíveis. Em 2020, a administração de Jair Bolsonaro resolveu cancelar a tradicional festa para evitar aglomerações em meio à pandemia. Ontem, foi a primeira vez que não houve a parada desde a redemocratização do País, em 1985. Em vez de reunir multidão em apresentações pela Esplanada dos Ministérios, Bolsonaro participou de um evento simbólico de hasteamento da bandeira, restrito ao público no Palácio da Alvorada. Em 2019, Bolsonaro gastou R$ 971,5 mil com o evento, o primeiro de seu Governo.

    AMANHÃ TEM RATINHO – O apresentador Carlos Massa, o Ratinho, do SBT, faz a live deste blog, amanhã, às 18 horas pelo YouTube com transmissão simultânea pela Rede Nordeste de Rádio, formada por mais de 40 emissoras, hoje abrangendo um raio de ação nos Estados de Pernambuco, Alagoas e Bahia. Ratinho aceitou falar sobre os investimentos que está fazendo no polo de confecções de Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste pernambucano.

    Perguntar não ofende: Paulo Guedes vai resistir depois de perder o apoio da Câmara com a guerra decretada a Rodrigo Maia?

     


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