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  • Contato Brasil, 19 de abril de 2024 15:41:11
Magno Martins
  • 12/03/2020 09h10

    O grito do Nordeste é Coruja

    A Coruja é a subversão da ordem, novo paradigma de uma face nova que vem sendo escrita em terras euclidianas, cunhada pela frase “O sertanejo é antes de tudo um forte”

    Coruja? ( foto: arquivo do colunista)

    ( Recife-Pe) O Sertão do Pajeú, representado pelo time de Afogados, simbolizado pela Coruja, vai unir o Estado, hoje, de canto a canto, numa torcida tensa e fervorosa. Estará em jogo, diante da Ponte Preta, em Campinas, o futuro de Pernambuco na Copa do Brasil. Credos, torcedores das mais variadas agremiações, cores, corações do Litoral ao Semiárido, todos, enfim, formarão, na verdade, uma forte corrente na torcida pelo Estado diante da TV.

    O mundo mudou e o futebol também. O natural a se observar, hoje, em Campinas, seria a estampa tricolor, rubronega ou alvirrubra, representantes da elite futebolística do Estado. Mas quem estará em campo será um representante do Sertão, região ainda profundamente estigmatizada pelo banditismo de Lampião, pelos desdentados e analfabetos, os retirantes e caminhantes sem destino, personagens célebres de Vidas Secas, retratadas na pena romanceada e dolorida de Graciliano Ramos.

    A Coruja é a subversão da ordem, novo paradigma de uma face nova que vem sendo escrita em terras euclidianas, cunhada pela frase “O sertanejo é antes de tudo um forte”. Para quem enxergou o Sertão pelo viés da enxada e da foice, o carro de boi, o vaqueiro derrubando gado brabo na caatinga, os aboios dos vaqueiros ou a viola gemendo em versos improvisados por glosadores e repentistas, tudo que passa agora em tempo real se apresenta como filme de ficção ver pela TV matutos transformados em profissionais da bola.

    Amacia, entretanto, o ego de todos nós, sertanejos. Deixa-nos extremamente orgulhosos. No lugar do gibão e do chapéu do couro, a única imagem simbólica do Sertão que nos restará, hoje, no gramado do estádio da Ponte Preta, em contraste com a camisa tricolor, as chuteiras modernas e os calções cheios de propaganda, será o boné do goleiro Wallef, que deveria proteger apenas o sol, mas à noite ganha o charme do luaral.

    O grito de guerra pela Coruja, hoje, não se restringirá, na verdade, ao universo pernambucano. Vai extrapolar. Afogados, hoje, é Bahia, Alagoas, Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe, Piauí, Ceará e Maranhão. É o Nordeste de um sotaque só. A corrente está acesa. É sustentada pelo sol ardente e escaldante do Sertão.

    Salve a Coruja!

    A pior notícia – No dia de ontem, não poderia ter se confirmado uma notícia tão ruim: a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou pandemia para o Covid-19, infecção causada pelo novo coronavírus. Casos, mortes e números de países atingidos devem aumentar, disse a organização. Segundo a OMS, uma pandemia é a disseminação mundial de uma nova doença. É um termo usado com mais frequência em referência à gripe e geralmente indica que uma epidemia se espalhou para dois ou mais continentes com transmissão sustentada de pessoa para pessoa.

     

    Quem ri por último...– Policiais militares, pensionistas e bombeiros, categorias mais prejudicadas pelo recolhimento de dois meses de contribuição ao Funafim, o fundo previdenciário, em decisão equivocada do governador Paulo Câmara, abriram, ontem, um champanhe para comemorar o recuo do Governo. Mas só verão a volta do dinheiro garfado em suas contas na próxima terça-feira. Uma fonte da Secretaria de Administração calcula que o montante a ser devolvido aos cerca de 15 mil militares passa da casa dos R$ 10 milhões.

     

    Apunhalado – Em política, a maior virtude é a lealdade, mas o oportunismo acaba se sobrepondo. A última remanescente do Mendoncismo na Câmara do Recife, a vereadora Goretti Queiroz, debandou de vez para a ala socialista, vestindo-se de vermelha. Ex-assessora de Mendonça Filho, Goretti também não resistiu às chantagens do prefeito Geraldo Júlio e assinou a ficha de filiação ao PSB como tábua de salvação do seu mandato. Nessas horas, ideologias e correção viram letra morta. O ex-ministro da Educação, porém, foi, literalmente, apunhalado.

     

    Governo derrotado – O Congresso derrubou, ontem, o veto do presidente Jair Bolsonaro a um projeto de lei que eleva o limite de renda para a concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC). Com a mudança, terão direito ao benefício idosos com mais de 65 anos e pessoas com deficiência com renda familiar per capita inferior a meio salário mínimo – R$ 522,50, pelo salário vigente de R$ 1.045. Atualmente, o limite é um quarto de salário, ou R$ 261,25 por membro da família. O veto derrubado seguirá para promulgação por parte do presidente. Se o presidente não promulgar no prazo de 48 horas, a tarefa caberá ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

    CURTAS

    PÂNICO EM BRASILIA – A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados suspendeu, ontem, por prazo indeterminado, as sessões solenes, os eventos de lideranças partidárias e de frentes parlamentares, a visitação institucional ao Palácio do Congresso e todos os eventos que não sejam diretamente relacionados à atividade legislativa do Plenário e das comissões. A medida visa prevenir a infecção e a propagação do Covid-19 no âmbito da Casa e preservar a saúde dos deputados, servidores e visitantes. Enquanto o Ato da Mesa estiver em vigor, somente terão acesso à Câmara os congressistas, servidores, terceirizados, profissionais de veículos de imprensa e assessores de entidades e órgãos públicos.

    BATENDO O MARTELO – O ex-presidente Lula deve bater o martelo sobre a candidatura de Marília Arraes à Prefeitura do Recife neste fim de semana. Nova reunião da executiva nacional foi convocada para amanhã e sábado, em Brasília. A ordem é acelerar o processo, mesmo contra a vontade do senador Humberto Costa, que trabalhará em sentido contrário até o último minuto do prazo da prorrogação. Tem muita gente ainda descrente, mas petistas de proa ouvidos, ontem, pela coluna, garantiram que o PT já fechou com Marília e que disputar Recife com candidatura própria é caminho sem volta.

    É AMANHÃ – Está imperdível o show do cantor Moacyr Franco, amanhã, às 21 horas, no Teatro Riomar. O repertório traz sucessos como “Doce Amargura”, “Coração sem Juízo”, “Querida”, “Milagre da Flecha”, “Balada das Mãos”, “Distante dos Olhos”, “Cartas na Mesa”, “Suave é a Noite”, “Balada nº 7”, “Eu Te Darei Bem Mais”, “Ainda Ontem Chorei de Saudade” e “Seu Amor Ainda é Tudo”. Também o hit que trouxe Moacyr Franco para perto do público jovem, “Tudo Vira Bosta”, sucesso na voz de Rita Lee. Atualmente, Moacyr atua como ator no elenco do seriado Segunda Chamada, da Globo, com estreia em abril. Quem ainda não assegurou a presença no espetáculo é bom correr à bilheteria do Teatro Riomar, que funciona no horário comercial.

    Perguntar não ofende: O governador vai anunciar a mini-reforma do secretariado antes ou depois de o PT anunciar a candidatura de Marília?

     


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