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  • Contato Brasil, 25 de novembro de 2024 09:39:10
Magno Martins
  • 07/02/2020 10h55

    Recife já assistiu a quatro debandadas

    Diante da debandada desses quatro quadros até então atores importantes da sucessão de Geraldo Júlio, só restará a oposição construir a unidade

    Disputa em Recife perde nomes( Foto: arquivo do colunista)

    (Recife-Pe) Quatro personagens do processo eleitoral no Recife, que lá atrás assumiram alguma posição protagonista, já são desprezíveis, cartas fora de baralho: Silvio Costa Filho, que se colocou como pré-candidato sob a bandeira do Republicanos, está de volta ao ninho socialista em apoio à postulação de João Campos. Erro primário, mas acha que está certo, com chances de lucrar, politicamente, no futuro.

    Raul Henry, que só obedece a Jarbas Vasconcelos, ouvidos lacrados para qualquer observação em contrário, mesmo que possa soar como uma sinfonia de Beethoven, não consegue dar seu grito de independência. Nem mesmo os estímulos do líder do Governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho, que fez de tudo para viabilizar sua candidatura, o convenceram. Vai continuar abraçado a João Campos, de quem pode ser até vice.

    Pela ordem, o terceiro é André de Paula, presidente estadual do PSD. Por mais que tenham minguado seu minifúndio no primeiro e segundo escalão do Estado, insiste em não absorver a adrenalina da rebeldia, para um voo no campo de enfrentamento a estrutura de poder. Jura que não fechou ainda com João, mas até as paredes da Câmara dos Deputados estão gagá de saber que não fala a verdade.

    Por fim, André Ferreira (PL), na dependência apenas da decisão do PSB de lançar ou não a candidatura da delegada Gleide Ângelo à prefeita de Jaboatão, gerida pelo seu irmão Anderson Ferreira. Se a campeã de votos para a Assembleia Legislativa não entrar no jogo, o que eliminaria qualquer possibilidade de reeleição do prefeito, André será capaz de fazer um pacto silencioso com o PSB, saindo de cena no Recife com sua pré-candidatura.

    Diante da debandada desses quatro quadros até então atores importantes da sucessão de Geraldo Júlio, só restará a oposição construir a unidade em torno de Mendonça Filho (DEM), Daniel Coelho (Cidadania) ou Patrícia Domingos (Podemos). Marília Arraes, que tem 90% de chances de sair candidata pelo PT, não se inclui na oposição. Os líderes oposicionistas a julgam sublegenda do poder, pelo fato de disputar o mesmo eleitorado de João e ser da mesma família Arraes.

    Sonhando acordado – Rifado pelo PSB, o deputado Felipe Carreras disse ao Frente a Frente, programa que apresento pela Rede Nordeste de Rádio, que ainda sonha em ganhar no partido a preferência na disputa pela Prefeitura do Recife. “Permaneço no páreo, até porque o prefeito Geraldo Júlio ainda não bateu o martelo pela candidatura de João”, diz ele. É bom Carreras acordar para o grande sonho de verão que está tendo de olhos abertos. Afinal, a candidatura de João é irreversível. Trata-se de uma imposição da mãe Renata Campos, que ninguém ousa enfrentar.

    Falta coragem – Também falando no Frente a Frente, o deputado André de Paula negou que tenha fechado com a candidatura de João Campos. Distanciado há muito do cafezinho quente do Palácio das Princesas, De Paula amadureceu a ideia de romper com o Governo nas férias de 15 dias que passou nos Estados Unidos. Mas as promessas de poder que chegam por intermédio de João estão sendo muito mais fortes e eficazes para o líder do PSD permanecer onde está, na base de Paulo Câmara, mesmo sem cargos e vendo o secretário de Turismo, Rodrigo Novaes, governar apenas para os seus na pasta de Turismo.

    Entusiasmado – Nenhuma liderança nacional do Podemos revela tamanha empolgação e deslumbramento com a candidatura de Patrícia Domingos quanto o líder da legenda no Senado, Álvaro Dias (PR). Está tão entusiasmado que considera o projeto da delegada imbatível. “Ela encarna as bandeiras que as redes sociais querem de um candidato a prefeito de uma capital tão importante e estratégica como o Recife”, disse Dias, em entrevista no Salão Azul do Senado na noite da última quarta-feira ao confirmar o ingresso da delegada no Podemos.

    Abandona fácil – Alijado das negociações que culminaram no ingresso da delegada Patrícia Domingos no Podemos, o presidente estadual da legenda, Ricardo Teobaldo, chegou a admitir, numa conversa com este blogueiro, que se não tiver de fato o controle do processo no Recife não terá nenhum problema em largar a legenda, até porque, segundo ele, nada tem a perder, nem seu mandato corre qualquer risco. Quem, na prática, colocou Patrícia no partido foi a presidente Renata Abreu respaldada pelo líder no Senado, Álvaro Dias. Teobaldo foi apenas comunicado.

    CURTAS

    COTA AMEAÇADA – Dos 2.185 candidatos aprovados por meio de cotas raciais na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), menos da metade, 49,8%, teve a matrícula confirmada na primeira entrada do ano letivo de 2020. A lista, divulgada na última quinta-feira, diz respeito aos classificados no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), nos três campi do Estado. No total, 1.089 candidatos foram aprovados pela Comissão de Heteroidentificação, que valida a autodeclaração de preto, pardo ou indígena escolhida pelos cotistas no momento da seleção. Ao todo, 364 deles foram reprovados, o que representa 16% dos aprovados no Sisu.

    DESCONHECIMENTO – Na mexida que promove na sua equipe, com o remanejamento de Rogério Marinho, da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho para o Ministério do Desenvolvimento Regional, o presidente Bolsonaro comete mais um grande equívoco. Marinho é craque, especialista em Previdência, deu um show no processo de articulação e votação da reforma previdenciária no Congresso, mas de políticas regionais pouco ou quase nada sabe. Embora seja potiguar, Rogério está há muito tempo afastado da região e sem, portanto, elo e sintonia com os problemas mais graves do Nordeste.

    SEM CONVITE – Em Floresta, o deputado Fabrizio Ferraz, então aliado do prefeito Ricardo Ferraz, está criando dificuldades para seu grupo apoiar a reeleição do gestor. Ele está programando um evento de peso amanhã na cidade, mas, estranhamente, deixou o prefeito a ver navios, sem convite. O que se diz é que Fabrício chegou à conclusão de que embarcar na reeleição do prefeito, pelo alto nível de rejeição da sua candidatura, se traduziria, de fato, numa tremenda fria.

    Perguntar não ofende: Por que Bolsonaro joga de forma tão desleal com aliados que dão contribuição para melhorar o desempenho do seu Governo?

     


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