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Magno Martins
  • 06/02/2020 09h40

    A sucessão já está à mesa

    O que apurei em Brasília, ontem, é que a delegada Patrícia Domingos não chegou ao Podemos pelas mãos de Teobaldo

    Prefeitura de Recife( Foto: arquivo colunista)

    (Recife-PE) A sucessão do prefeito Geraldo Júlio no Recife começa a tomar uma feição mais clara. Ontem, em Brasília, a delegada Patrícia Domingos, que fez mistério sobre seu destino partidário, ingressou no Podemos, num ato com visibilidade dada pela mídia nacional, no Salão Azul do Senado, à frente à presidente da legenda, Renata Abreu, o líder no Senado, Álvaro Dias (PR), e o presidente estadual Ricardo Teobaldo, deputado federal.

    Patrícia foi anunciada como candidata à prefeita por Renata e Álvaro, enquanto Teobaldo afirmou que ela estava chegando como reforço ao bloco de oposição, passando a impressão de que a delegada não será postulante de um voo solo, devendo seu nome entrar numa negociação como alternativa de unidade das oposições, que já têm os pré-candidatos Mendonça Filho (DEM) e Daniel Coelho (Cidadania) colocados no jogo.

    Os três devem ter uma rodada de negociações para encontrar o consenso. Daniel e Mendonça já estão falando a mesma linguagem, o que significa que um pode abrir para o outro, com base em critérios os mais díspares, que passam por quem alargar e agregar mais e também por pesquisas. Eles esperam que seja essa a postura que Patrícia possa se apresentar, promessa feita por Ricardo Teobaldo, que entende que, dividida, a oposição se fragiliza e fica impotente para enfrentar o pré-candidato do PSB, João Campos.

    O discurso de Teobaldo não bate com o de Álvaro nem com o de Renata, nem tampouco com o da própria delegada. Eles falam na candidatura de Patrícia com tamanho entusiasmo que custa a acreditar que lá na frente o nome dela seja retirado do páreo em nome de um suposto entendimento das oposições.

    Controle de Teobaldo – O que apurei em Brasília, ontem, é que a delegada Patrícia Domingos não chegou ao Podemos pelas mãos de Teobaldo. Seu primeiro contato foi direto com a presidente nacional, Renata Abreu, que, por sua vez, informou a Teobaldo o interesse dela em se filiar. Na fala com Teobaldo, que tem o controle e a supremacia do partido em Pernambuco, ficou definido, também, que o processo do Recife não fugirá das mãos dele, que tem, portanto, o compromisso com o DEM e o Cidadania de construir a unidade.

    Moro de saia – Nas suas falas, Álvaro e Renata já anteciparam até a plataforma da campanha de Patrícia. Disseram que ela chega como legítima representante da operação Lava Jato. Só faltaram dizer que ela seria a Sérgio Moro de saia. “Teremos uma candidata que vai combater os desmandos e a corrupção no Recife. Patrícia já vinha fazendo isso como delegada e foi impedida pelo arbítrio e a ditadura do Governo de Pernambuco”, disse o líder do Podemos no Senado. Já a presidente Renata Abreu afirmou que Patrícia era símbolo do combate aos desmandos e que por isso teria encontrado o partido ideal como guarida.

    PSD com João – Enquanto Patrícia ingressava no Podemos no Salão Azul do Senado, do outro lado da cidade, no restaurante Rubaiyat, no Setor de Clubes Sul, na Avenida das Nações, em Brasília, o presidente estadual do PSD, André de Paula, batia o martelo em apoio ao candidato do PSB a prefeito do Recife, João Campos, num almoço com o próprio postulante. André e João não podem nem negar, porque por uma dessas coincidências da vida este blogueiro almoçava no mesmo local com o deputado Daniel Coelho, pré-candidato do Cidadania a prefeito do Recife.

    Moeda do apoio – André de Paula estava prestes a romper com a estrutura de governo do PSB no Recife e no Estado. Resta saber se o acordo fechado com João Campos no almoço de ontem passa pela degola de Rodrigo Novaes da pasta de Turismo. O que se diz nos bastidores de Brasília, entre o salão verde da Câmara e o azul do Senado, é que Novaes seria remanejado para outra pasta, Felipe Carreras assumiria o Turismo e André indicaria um aliado para uma outra pasta. O nome mais cotado do grupo de André é o ex-presidente do Detran, Charles Ribeiro.

    CURTAS

    LÁ E LÔ – Ainda em Brasília, o deputado Sílvio Costa Filho não confirmava nem negava que estava a caminho de apoiar o candidato do PSB, João Campos. Mas dentro do bloco da oposição já é dado como carta fora do baralho, aliado incondicional do filho de Eduardo Campos, a quem serviu no primeiro mandato como secretário de Turismo. Já o pai Silvio Costa, sem mandato, poderia tomar outro destino, desta feita em apoio à candidatura de Marília Arraes, que deve ser confirmada pelo PT em abril.

    SUDENE – Bastou o empresário Douglas Cintra se firmar como gestor inovador e articulado na Sudene para atrair urubus rondando a sede da instituição em busca do seu cargo. A boataria que correu solta ontem em Brasília se confirmou. Chegaram a envolver na puxada de tapete o nome do senador Fernando Bezerra Coelho, líder do Governo no Senado. Mas foi o próprio Bezerra que deu respaldo a Cintra, nome indicado pelo deputado Fernando Rodolfo, do PR, sob o consenso geral da bancada governista de Pernambuco na Câmara. Quem abdicou para si o cargo foi o ex-senador paraibano Cássio Cunha Lima, do PSDB, que já foi presidente da SUDENE.

    O DESABAFO – No Frente a Frente de ontem, diretamente de Brasília, o deputado Gonzaga Patriota (PSB), um dos decanos do Congresso, fez um desabafo aos que tentaram insinuar que tinha abandonado o irmão Ercílio Freire, assassinado em Petrolina, na última segunda-feira. Nas redes sociais, acharam estranho um irmão de deputado ser motorista de aplicativo. “Nunca empreguei parentes e Ercílio tinha independência, não precisava de cargos em governo ou no meu gabinete”, afirmou.

    Perguntar não ofende: Quem une a oposição: Mendonça, Daniel ou Patrícia?

     


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