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- Contato Brasil, 26 de novembro de 2024 21:43:01
Depois de lançarem um violento manifesto contra as políticas propostas pelo presidente Jair Bolsonaro, governadores do Nordeste têm encontro, amanhã, em Brasília, com o chefe da Nação. Em pauta, aspectos relevantes da reforma da Previdência que tramita na Comissão Especial da Câmara dos Deputados. Tratarão também do controle de armas e da emenda constitucional proposta pelo ministro Paulo Guedes (Economia) que torna não obrigatória a vinculação de gastos do Orçamento com educação e saúde.
No último encontro que tiveram em São Luís, os governadores disseram que pretendem dialogar com os 153 deputados federais e 27 senadores da região para pressioná-los a votar no Congresso de acordo com o que descreve a “Carta dos Governadores do Nordeste”. Além de posicionarem-se contra políticas bolsonaristas, os governadores assinaram protocolo que “resultará na criação do Consórcio Nordeste”, uma entidade que terá funções políticas e jurídicas.
A ideia é amalgamar as ações dos chefes de Poderes Executivos da região para que, juntos, tenham mais poder de barganha quando negociarem com o governo federal. Com Bolsonaro, os governadores abordarão outros temas que exigem do governo federal uma articulação com os estados, entre os quais a questão da violência e da implantação do Sistema Nacional de Segurança Pública e Justiça e de assuntos como os regimes especiais de Previdência, que oneram os cofres estaduais.
Todos os governadores nordestinos foram eleitos no campo da oposição a Bolsonaro. Eles querem chegar governadores com propostas para combater o desemprego e promover o crescimento da economia, a partir de uma política industrial focada no desenvolvimento regional. A questão hídrica também está entre as prioridades que entrarão na pauta do encontro.
Os governadores não pedir, por fim, a retomada urgente das obras interrompidas, destacando os setores rodoviário, hídrico e habitacional como motores da geração de emprego e do crescimento econômico. Preocupa também o ‘apagão’ causado pela saída repentina dos doutores cubanos do Mais Médicos. Na visão dos governadores, é “fundamental e imediata” a reposição das milhares de vagas, bem como a ampliação do programa.
Fica com Moro
O senador Fernando Bezerra (MDB), líder do Governo no Senado e relator da medida provisória que reestruturou os ministérios, garante que vai manter em seu relatório o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) no Ministério da Justiça e Segurança Pública. Ele se reuniu ontem com o ministro Sérgio Moro. O Coaf é uma unidade de inteligência financeira do governo federal que atua principalmente na prevenção e no combate à lavagem de dinheiro (crime que consiste na prática de disfarçar dinheiro de origem ilícita). No Congresso, uma parcela dos parlamentares defende a transferência do órgão para o Ministério da Economia.
Sérgio Moro
Pinta de vaqueira
Nas festividades dos 168 anos de emancipação política de Serra Talhada, ontem, a secretária de Saúde e pré-candidata a prefeita do grupo do prefeito Luciano Duque (PT), Márcia Conrado, desfilou pelas ruas da cidade montada num cavalo e fez muito sucesso. Quem viu, teve a impressão de que ela seria uma vaqueira, com passagens por vaquejadas concorridas da região. Conrado deve enfrentar dois ou três candidatos da oposição se o deputado federal Sebastião Oliveira não conseguir unir no mesmo palanque o ex-prefeito Carlos Evandro (PSB) e o jovem Víctor Oliveira (PR), sobrinho do ex-deputado Inocêncio Oliveira, derrotado por Duque em 2016.
O mediador
Em entrevista ao Frente a Frente de ontem, o líder do Governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB), se colocou à disposição do governador Paulo Câmara (PSB) para intermediar a primeira audiência dele com o presidente Bolsonaro. Câmara protocolou um pedido para encontro no Planalto logo nos primeiros dias úteis de janeiro, mas não encontrou ressonância. “Sou senador por Pernambuco e estou muito à vontade para me colocar ao inteiro dispor do governador”, disse, adiantando que Bolsonaro, independente da audiência, agenda para o próximo dia 23 uma visita ao Estado com programação na Grande Recife e no Agreste.
Ainda os caminhoneiros
A Comissão de Viação e Transportes realiza, amanhã, audiência pública para discutir as ações do governo federal na política de preços do óleo diesel, o Programa Caminhoneiro e a possível criação do Cartão Caminhoneiro. A reunião foi solicitada pelos deputados Bosco Costa (PR-SE) e Gelson Azevedo (PR-RJ). Os deputados argumentam que os caminhoneiros estão descontes com a política de constantes reajustes e a população temerosa de um novo movimento grevista como o ocorrido em maio de 2018. Segundo eles, é preciso discutir a infraestrutura de transportes nacional, o preço dos fretes, a fiscalização e outras políticas para o setor.
Lula beneficiado
A Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) pode rediscutir os critérios para prisão em segunda instância do ex-presidente Lula antes de o plenário da corte deliberar definitivamente sobre o tema. Essa antecipação ocorre devido a um pedido de habeas corpus coletivo que visa beneficiar todos os que começaram a cumprir pena após terem sido condenados pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região). O TRF-4 é o tribunal que julga as apelações dos réus da Lava Jato, entre eles Lula, que também pode se beneficiar de eventual decisão favorável da turma. Não há, porém, uma data definida para essa análise.