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- Contato Brasil, 22 de dezembro de 2024 10:46:25
A grande mídia vem anunciando com regularidade, nos últimos dias, balanços e perspectivas relativamente positivos para o próximo ano no Brasil. Segundo a CNI, 84% dos empresários brasileiros pretendem aumentar seus investimentos em 2020. Há uma expectativa de maior empregabilidade nos próximos meses diante dos efeitos do já anunciado reaquecimento do mercado imobiliário. Mas nada que altere, substancialmente, os números de desempregados que deverá ficar em torno de 11 milhões.
Esse cenário vai ao encontro dos números, europeus e americanos, da macroeconomia previstos para o próximo ano. O PIB mundial, por exemplo, de acordo com o Citibank, deverá sair de 2,6% (2019) para 2,7% (2020). Já o Barclays Bank – um gigante europeu – acredita num crescimento, de certa forma acelerado, na economia global de 3,1% ( 2019) para 3,3% (2020). China e os Estados Unidos, onde rondava um temor recessivo, terão crescimentos reduzidos: China de 6,1% (2019) para 5,9%( 2020); os EUA de 2,3% (2019) para 1,7% (2020). Mas nada assustador, considerando as esperadas turbulências nas eleições presidências e as possíveis instabilidades no acordo comercial China/EUA.
Os números não são exatamente exuberantes, mas animam a plateia. No caso brasileiro, apesar dos ruídos no mundo político e das diatribes bolsonaristas, há uma sensação positiva para os próximos meses. O que não quer dizer que nossas instituições, ainda que funcionando regularmente, estejam adequadas diante dos nossos crescente desafios. A Justiça tem nos brindado com cenas bem incomuns. A mais recente foi a surpreendente entrevista do presidente do STF, Dias Toffoli, espargindo desconfortáveis críticas aos trabalhos da Lava Jato e de tabela ao Ministério Público, ao Sergio Moro e ao Tribunal de Porto Alegre. As reações foram igualmente desconcertantes. No Senado, no Ministério Público, na Segunda Instância em Porto Alegre e até no próprio STF, vozes e palavras cortantes se fizeram ouvir. Em defesa de Toffoli, apenas os advogados milionários dos corruptos enrolados.
No Congresso, ainda se mantém as ilhas de razoabilidade e prudência. No Poder Executivo, em que pese as trapalhadas do presidente e do ministro da Educação, há uma sensação de reorganização positiva da máquina do Estado. Portanto, pode não ser exatamente um exagero ou mesmo uma inconsistência, a expectativa de positividade. O governo Bolsonaro, apesar das evidentes fragilidades do presidente da República, pode estar se ajustando, pelo menos, na macroeconomia. A conferir!