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- Contato Brasil, 22 de dezembro de 2024 10:17:38
Estamos chegando ao final do ano com bons números na economia. O que não quer dizer, necessariamente, boas notícias para os brasileiros de um modo geral. Vamos crescer, agora em 2019, algo em torno de 1,2%. Não é um crescimento significativo. Mas, para quem vinha atolado numa recessão medonha, esta modesta expansão do PIB é bem animadora.
Nos últimos 40 anos, o crescimento médio do País tem sido algo em torno de 2,5%. Um pouco mais, um pouco menos, a cada ano. Já chegamos, nesse período, a ser a sexta economia do mundo. Mas nem por isso vimos alterados índices sociais absolutamente deploráveis. Somos uma das nações mais violenta do ocidente, um dos países com a maior concentração de renda do planeta e temos um sistema educacional atrasado, ineficiente e nada inteligente. Nossas cidades foram destruídas, dando lugar a uma deformidade arquitetônica, sem urbanismo, que a ignorância chama de modernidade.
Na real, a vida do brasileiro continua em ostensiva degradação e nada sugere que esta realidade venha a melhorar nos próximos anos. Educação, saúde, mobilidade urbana, segurança pública e segurança jurídica – para citarmos apenas as referências indispensáveis ao que entende-se por cidadania – simplesmente não existem exatamente no Brasil.
A economia pode até ser positiva, em seus números macros, agora em 2019, sinalizando índices superiores em 2020 e 2021, por exemplo. Se confirmados, palmas para o senhor Presidente Bolsonaro e sua equipe econômica comandada pelo senhor Paulo Guedes. Mas é indispensável que se observe com clareza o que isso significa, de fato, para a vida da sociedade como um todo e não, apenas, para os 0,5% de bem aquinhoados da República. Teremos escolas e universidade de qualidade? Teremos saúde pública adequada? Há alguma preocupação ou projeto que torne decente a nossa mobilidade urbana? Haverá distribuição de renda no País?
Se essas preocupações existem no governo, não temos ouvido ninguém falar sobre elas. O Congresso, por sua vez, é uma casa de negócios. Ali, o povo é apenas uma boiada magra que se tange para as urnas em cada eleição. Há um discurso, oficial e na grande mídia, que valoriza a macroeconomia e as reformas do Estado. Vendem isso como se fosse o caminho do paraíso e da felicidade geral da Nação. Não é! Nem mesmo os níveis de desemprego devem ser reduzidos, na proporção desejada e necessária, com o anunciado crescimento da economia. É indispensável que se olhe para a renda da família brasileira e urgente que se interrompa o empobrecimento vertiginoso da nossa classe média.