• Cadastre-se
  • Equipe
  • Contato Brasil, 27 de abril de 2024 01:12:53
Jorge Henrique Cartaxo
  • 07/11/2019 14h01

    A economia não é tudo

    O presidente Jair Bolsonaro e seus filhos, como já sublinhado reiteradas vezes aqui neste e espaço, estão sempre animando a mídia e os inimigos com assombrosas manifestações.

    Bolsonaro entrega no Senado projetos de ampla reforma( Foto: AG. Senado)

    O governo Bolsonaro tem dois polos bem evidentes que, aparentemente, não se comunicam: a economia e a política, ou pelo menos parte dela. A economia, conduzida pelo ministro Paulo Guedes, já aprovou a necessária, mas polêmica, Reforma da Previdência. Na última terça-feira, com pompa e circunstância, Bolsonaro e Guedes entregaram ao presidente do Senado, David Alcolumbre, a chamada Reforma Administrativa para a devida apreciação do Congresso Nacional. O teor do documento é abrangente: mais recursos  e autonomia financeira para estados e municípios; maior mobilidade da União, estados e municípios no manejo dos gastos públicos; e a extinção de parte significativa dos 281 fundos públicos, permitindo o uso desses recursos para o pagamento da dívida pública. Destacam-se na polêmica a redefinição da quantidade das carreiras no serviço público, a redução dos salários dos novos servidores bem como o fim da estabilidade imediata dos mesmos e a extinção de mais de mil municípios no País. São reformas tecnicamente necessárias, ainda que se possa questionar as reais intenções de alguns pontos, como a redução dos salários e o fim  da estabilidade dos servidores públicos. Mas é unânime que uma abrangente reforma do Estado brasileiro faz-se necessária.

    As mesmas dinâmica e ousadia  já não encontramos na política, sobretudo quando sentimos os eflúvios do Palácio do Planalto. O presidente Jair Bolsonaro e seus filhos, como já sublinhado reiteradas vezes aqui neste e espaço, estão sempre animando a mídia e os inimigos com assombrosas manifestações. São tantas e tamanhas tolices que já se observa um crescente e perigoso isolamento do Presidente da República. No Congresso, Bolsonaro tem poucos interlocutores. Os militares já deixaram claro sua relação apenas institucional com o Palácio do Planalto. A mídia,  por razões diversas, não gosta do chefe da Nação. Os empresários, assim como o corpo diplomático, cultivam uma relação preferencial com o ministro da Economia, Paulo Guedes. E mais: cada um dos filhos do presidente tem um dissabor para chamar de seu. O senador e o vereador são investigados. O deputado prepara-se para enfrentar o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.

    Claro, o presidente detém sim uma grande popularidade. No conjunto o seu governo começou a apresentar bons resultados: a inflação é de 3%, os juros estão a 5%, o Ibovespa chegou a 108.000 pontos, o PIB já está acima de 0,8% e o Risco-País caiou para 117 pontos. Tudo se apresenta melhor do que  no governo Dilma Rousseff. Mesmo assim, seria prudente o presidente entender que, em algum momento, a face positiva do seu governo pode  afastar-se do Planalto. Se isso acontecer, ele pode cair!


Vídeos
publicidade